22 | E s c o l h a s

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     Certo, era só seguir pelo norte da floresta! 

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     Certo, era só seguir pelo norte da floresta! 

     Felipe caminhou pelas passagens mais iluminadas entre as árvores, sabia que tinha chances de encontrar com os Sombrios, então teria que ficar atento a cada som e a cada movimento, mas treinara sua vida toda para isso, já conhecia por qual correnteza os sons eram levados pelo vento e por quais folhas pisar para que não deixasse pistas para trás. Mas tinha um problema: o silêncio. Quanto mais ele andava, mais via que tudo estava tranquilo, o que o fazia pensar em tudo que aconteceu. E era justamente o que ele não queria. Não queria pensar nela.

     Tudo ainda estava muito confuso para ele, muito fresco em sua memória. Demorou muito, mas só quando ficaram juntos que tiveram consciência do que estavam fazendo. Ele não estava só iludindo Lívia, também estava fazendo com que Tessa se sentisse mal. Felipe só se perguntava o porquê de sua mãe der dito que o amor era algo bom. O amor era confuso, difícil e complexo de mais. Ele estava começando a achar que isso só complicava ainda mais a sua vida. Anna morrera em seus braços. Lívia Orphman era a salvação dos eu povo. E Teresa...

     — Felipe...Aqui...Aqui...

     Por algum motivo, seu coração retumbou cada vez mais forte dentro do peito, como se tivesse escutado a voz acalentadora de uma amante. E os ecos aumentavam cada vez mais. Ele nem se deu conta de que o clima mudou e uma névoa espessa cobrira o chão preguiçosamente, esticando-se como mãos e agarrando-lhe todo o corpo. Mas não era isso que chamava o a atenção do príncipe, era... Um espelho? Só podia ser algum mal entendido ou uma brincadeira. Ele havia estudado desde pequeno sobre as ilhas e tudo sobre seu reino, sabia que ninguém morava e nem podia morar nesta ilha.

     Lentamente retirou a espada da bainha e olhou em todas as direções procurando por alguém, até mesmo um Sombrio.

     — O que você vê? — ele se virou rapidamente após sentir lábios se movendo perto do seu ouvido. Era uma voz melodiosa e suave.

     — Quem está aí? — perguntou em um tom alto e firme. — Não estou tendo tempo para brincadeiras de mal gosto. 

     Nesse instante, ele virou de um lado para o outro, brandindo a espada longa, e viu um vulto passar entre as árvores. Era possível ouvir sua risada baixa e melodiosa, ele conhecia aquele riso mesmo que estivesse há milhas e milhas de distância. Depois, foram rastros de cabelos loiros claríssimos, mas sumiram rapidamente. Então, quando Felipe se virou em direção ao espelho, ele a viu. Não podia estar mais cristalino do que água!

    — Anna? — Perguntou com a voz meio presa na garganta.

     Ela abriu um sorriso meigo e doloroso a ele e rodopiou seu vestido branco. Nesse instante Felipe se lembrou exatamente de como era ficar com ela, de como ela era. Cada detalhe e cada mínimo gesto. Vendo-a em sua frente, não pôde deixar de notar a inocência, a pureza e delicadeza que ela exalava, como se fosse uma flor rara da qual ele tinha que proteger o tempo todo. Não que ele não gostasse disso, muito pelo contrário, se possível, ele gostaria de dar o mundo a ela.

AMOR PERDIDO (Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora