32 | O P r i s i o n e i r o

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Teresa


As masmorras do castelo do verão não eram como eu imaginava. Na minha mente, quando eu pensava em masmorras vinham ratos, sujeira, escuridão e tudo de ruim. Mas aqui no Verão...era tudo muito dourado e brilhante, fazendo do ambiente mais caloroso, por assim dizer. Não que os prisioneiros fossem recebidos com compaixão. Muito pelo contrário! Era horrível passar pelos corredores de pedras bejes e ouvir o som dos chicotes, gritos e risadas insanas. 

Enquanto acompanhávamos o rei e outros cinco guardas que nos cercavam, Felipe não deixou o silêncio permanecer por muito tempo para que eu escutasse qualquer coisa indesejada. Ele falou sobre as torturas feitas com pó prateado e dourado, ou com magia, também falou sobre a diferença de cada uma das prisões das estações. Já era de se imaginar que as piores torturas seriam feitas nas prisões do Inverno, mas eu não sabia que os exílios para todos os usuários de pó prateado era no Outono. Já a Primavera, ficava com as maiores e mais revestidas prisões no subterrâneo.

Em momento algum eu quis olhar em direção ao rei Philip. Era estranho saber que a poucos minutos atrás o que eu descobri sobre mim estava relacionado á ele. Por mais que ele me lançasse alguns olhares questionadores quanto ao meu silêncio e comportamento tenso com ele, não era como se nós conversássemos muito. E eu podia muito bem dar a desculpa de estar apreensiva com a conversa com o Natan.

— Eu ia chamá-la para conversar comigo, o Leo e a minha irmã, — Disse Felipe — Nós nos reunimos no salão de jogos. Eu a vi mais cedo, na chuva.

— Ah, sim. Eu estava conversando com o professor Gabriel, só queria tirar algumas dúvidas sobre o Aurum.

Ele franziu o cenho.

— Gabriel? Não, você estava sozinha.

— Não, eu não estava. Eu também vi você, e o professor estava ao meu lado.

— Mas...não tinha ninguém com você. — nós dois ficamos um tempo em silêncio — Bem, talvez eu tenho me confundido.

Mas ambos sabíamos que não, ele não havia se confundido. E com tanta loucura acontecendo, eu temia que ele não estivesse errado. Mas eu estava com o professor Gabriel! Não estava? Senão...quem estava comigo? Ou, eu estava ficando louca.

O caminho foi ficando mais estreito e escuro, então dois guardas pegaram duas varas prateadas e falaram algo em outra língua, permitindo que uma esfera pálida de luz surgisse em cima delas. Dois guardas foram á frente enquanto outros três ficavam atrás de nós. Me perguntei se eles achavam Natan perigoso ao nível de termos que ficar com proteção máxima. Ele não me transmitia uma sensação de perigo, estava mais para...familiaridade, mesmo que ruim.

— Majestade. — os guardas se prostraram em frente as paredes e esperaram alguma ordem.

— Ele não quis dizer nada. — rei Philip falou conosco — o Sombrio só irá falar com os reis se falar com vocês antes. Espero não me arrepender de fazer isso.

— Não irá. — disse Lipe — Nem mesmo precisamos de retaguarda, sabemos nos defender muito bem. Tessa e eu somos fortes o suficiente.

O rei hesitou um pouco, mas depois fez um gesto para que os guardas saíssem. Ele olhou uma última vez em nossa direção e depois na da sela, então se retirou.

O lugar onde estávamos agora estava realmente mais escuro e mais frio, isso considerando que estávamos no Verão. Felipe dissera que o cômodo era revestido com pó dourado, justo para enfraquecer os prisioneiros mais fortes. Mas a sela principal não tinha grades, era apenas uma barreira enorme e dourada, revestida com magia das quatro estações e o pó dourado.

AMOR PERDIDO (Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora