45 | P e r i g o

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Teresa

As coisas estavam ruins antes de todo o baile. Os meus pais pensavam que eu queria me matar, os empregados evitavam olhar para mim, meus irmãos tentavam se reaproximar e meu amigo ruivo me ajudava todas as vezes em que eu ficava realmente mal. Mesmo com tudo, eu odiava o fato de ainda estarem planejando o baile. Corrigindo: dando os retoques finais. Porque eu conseguia ouvir a agitação de todos, vi até mesmo vários enfeites no jardim e a cozinha estava cheia de sobremesas, mais de dez tipos de carnes, massas e saladas. Para piorar, meus pais queriam que eu tivesse A entrada, O momento especial. E eu realmente não queria nada disso. Nem mesmo conversar com o irmão mais novo da Larissa, Lorenzo Primer.

No final, no entanto, nada disso foi pior do que o que houve mais tarde.

Em um minuto, eu podia falar que estava quase estourando de alegria, Felipe finalmente estava comigo novamente. Eu não queria saber o que aconteceria conosco, porque estava supercontente por poder ficar com ele naquele momento. Contudo, não durou muito. Em um piscar de olhos, ele caiu de joelhos a minha frente e sua cabeça já estava sangrando, manchando o cabelo claro de vermelho. Eu já não sabia para quem olhar, para Thiago ou para Felipe. Ambos me encaravam. Um com angústia, outro com astúcia e diversão. Ofeguei assustada.

— O que você fez? — Gritei, me atirando de joelhos ao lado do Felipe.

Minhas mãos foram rápidas em afagar seu rosto, a procura de alguma ferida profunda, mas suspirei aliviada quando percebi que o sangue que escorreu fez o corte parecer pior do que realmente era. Toquei a lateral do seu pescoço com dois dedos e resmunguei algo sobre ele ficar bem, depois de sentir a carótida pulsar, mesmo que um pouco mais devagar que de costume.

— Sugiro que se afaste dele agora.

Virei minha cabeça para cima, me deparando com uma lâmina prateada sendo apontada para mim. Trinquei os dentes, sentindo a raiva emanar de mim, mas me levantei, ainda permanecendo ao lado do Felipe. Tinha que ter um jeito de chamar ajuda... Olhei para os lados, tentando procurar algum atalho ou alguém que estivesse passando por aquela área.

— Não adianta, Loirinha. Meus homens já estão em todos os lugares.

— O que?

Ele riu, levemente entretido.

— Basta olhar ao redor.

Meus olhos se desviaram para o outro lado do baile, onde homens vestidos com tecido negro cercavam o palácio enquanto outros pegavam as espadas, posicionando-as para o ataque. De longe, consegui avistar uns 5 ou 6 guardas reais movimentando as mãos para manejar os elementos e tentar proteger o perímetro.

— Seus queridos pais foram realmente ingênuos a ponto de fazer um baile, em uma época de guerra? Justo quando alguém como eu está solto por aí, podendo atacar a qualquer momento? — Um sorriso frio se espalhou por seus lábios e ele fez sinal, com a espada, para a esquerda — Última vez... Se afasta.

Em passos hesitantes, andei um pouco para a esquerda e senti meu estômago se revirar com a angústia. Thiago se pôs entre mim e o Felipe, andando em passos lentos, e estendeu a mão.

— Você está louco se pensa que vou com você — Soltei incrédula, recuando dois passos.

— Se é assim que quer... — Disse com uma expressão impassível, enquanto mudava a posição da lâmina em a direção ao príncipe caído no chão — Acho que seu amado noivo pode ir no seu lugar.

— Não! — Falei pegando seu braço — Não ele.

O fantasma de um sorriso cruzou seu rosto, como se soubesse exatamente o que ia fazer.

AMOR PERDIDO (Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora