37 | A R o s a G e n u í n a

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Teresa

Eu nem sabia quantas coisas que estavam passando pela minha cabeça naquele momento, tudo estava uma bagunça. Mas eu não conseguia pensar em nada que pudesse fazer. Eu tinha machucado o Felipe. Eu tinha deixado o Possuidor escapar. Eu tinha me separado dele. E eu que tinha insistido tanto para que nós dois fôssemos no Castelo Inverso.

Agora tudo tinha dado errado.

Tentei pensar no que eu poderia fazer em uma situação daquelas. Sua camiseta preta já estava encharcada de sangue então rasguei um pedaço da minha blusa e amarrei em volta da sua barriga para tentar estancar o sangue. Olhei ao redor tentando ver se o Possuidor ainda estava por perto, mas não vi nada. A primeira coisa que eu fiz foi tentar levar o Felipe para alguma área segura. Mas onde?

Passei os olhos pelas escadarias que ainda se moviam, por diversas portas trancadas e pelos corredores abaixo de nós. Contudo, eu nunca tinha estado em um Castelo Inverso, não sabia que local seria seguro. Pelo menos até me lembrar do que o Natan havia dito.

Siga as frases, dissera.

O.K., tudo bem. Eu vou conseguir! Com cuidado, abaixei a cabeça do Lipe e corri para o parapeito quebrado perto do corredor, inclinando-me para ver as paredes dos primeiros andares. Entretanto, decepcionei-me ao vê-las todas sujas e empoeiradas, sem nenhuma frase.

— T-Tessa...

Virei-me para trás e corri ao encontro do Felipe.

— Eu sei que esta doendo. Desculpe-me. Minha Deusa! O que eu fiz?!

Ele balançou a cabeça negativamente e apontou o dedo para algum lugar atrás de mim.

— Olhe.

Ao olhar para trás, avistei as frases que o Natan falou. Em letras brancas dando contraste nas pedras escuras, havia uma frase escrita.

 O GUARDIÃO VOS ESPERA, MAS É VITAL A RESPOSTA SINCERA.

— O que? — perguntei, encabulada.

Passei a mão pelo cabelo e andei de um lado para o outro. Mesmo com a frase eu não sabia o que fazer. O Natan havia dito para segui-las, mas eu também teria de decifrá-las? Eu não tinha tempo para isso e esse maldito castelo deveria saber disso. Felipe estava machucado e mal conseguia abrir os olhos, fazendo-me imaginar a dor que causei a ele. E se eu tinha feito isso, eu iria concertar. Mas como eu iria seguir a frase e levar o Lipe machucado desse jeito?

— O.k., tive uma ideia. — disse para mim mesma.

Seitei-me ao lado do Lipe e retirei, com delicadeza, um cordão azul de lã do seu casaco. Iria pegá-lo emprestado. Coloquei-o em frente a mim e me concentrei em estender o máximo possível. Era fácil fazer feitiços com os elementos, o difícil era quando não sabíamos qual deles usar. No meu caso ainda ficava mais fácil, eu podia usar todos e fazer o que eu quisesse. E foi isso que eu fiz.

Cheguei ao lado do Felipe novamente e dei uma ponta do cordão para que ele segurasse.

— Sei que vai ser um pouco incômodo ter que segurar, mas preciso que pegue essa ponta do cordão. — seus olhos azuis ficaram curiosos — Também sei que não é uma boa ideia te deixar sozinho, mas vou ter que seguir essas frases para conseguir algo que te ajude. E para que eu não me perca, seguirei esse cordão que você está segurando, certo? Ele estica o tanto que eu puxar.

— N-não vá sozinha.

— Acho que não está em condições de escolher muitas coisas, amigão.

AMOR PERDIDO (Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora