Odiretor Crawford ergueu os olhos rapidamente ao virar a página de sua ficha de candidatura.
Jocelyn se remexeu na cadeira. Não estava tudo acertado? Ela acreditava que já estivesse contratada. Por que mais faria uma viagem tão cansativa de Illinois até New Hampshire? O trajeto de ônibus até lá, sofrendo com o frio e os sacolejos, não foi exatamente uma excursão de férias.
Não fica se remexendo, pensou consigo mesma. E não abaixa os olhos.
A sala do diretor era um tanto apinhada para o espaço de trabalho de um médico. Ela sempre imaginou que homens como ele mantivessem a disciplina e a rigidez em todos os aspec-tos da vida. Mas havia papéis transbordando de todos os arquivos e gavetas, e de forma quase aleatória. Seus olhos palpitaram. Ela era uma pessoa ordeira por natureza, uma característica que segundo sua orientadora na faculdade a tornava uma excelente candidata a enfermeira. A atenção aos detalhes era absolutamente necessária – a enfermagem era uma carreira difícil e rígida, com longas horas de trabalho e níveis imensos de pressão e estresse.
“Se um chapeiro se esquecer de virar o hambúrguer e a carne queimar, grande coisa”, sua orientadora costumava dizer. “Se você cometer um erro, um paciente pode morrer. Você entende, Ash? Vai esquecer a carne no fogo?”.
Jocelyn mordeu o interior das bochechas. Ela detestava aquela comparação. Detestava pensar em seres humanos, pessoas vivas, como pedaços de carne.
– Chicago é bem longe daqui – comentou o diretor Crawford. Havia um tom brincalhão em sua voz, como se cada afirmação sua pudesse se transformar em piada a qualquer momento. – Acho que a pizza daqui é bem diferente.
– Isso não é problema – ela rebateu de imediato. – Eu sempre gostei mais de sopa de marisco.
Sua resposta arrancou dele uma risada amigável. O diretor se recostou na cadeira revestida de couro e baixou os papéis, tirando os óculos e colocando-os no bolso do jaleco.
– Você tem senso de humor. Que bom. Isso vai ser necessário aqui. Este trabalho pode ser bem mórbido, srta. Ash. Às vezes é preciso rir, para não correr o risco de enlouquecer.
Jocelyn fez uma careta. Sim. O humor do carrasco. Madge avisara que os médicos podiam ser pessoas ásperas, quase rudes.“É só um jeito de falar”, segundo ela. “Para aliviar a tensão.” De qualquer forma, Jocelyn não tinha o direito de protestar; os médicos eram tratados como deuses. As enfermeiras eram orientadas a se levantar na presença deles, como se estivessem diante de membros da realeza ou coisa do tipo. Era uma coisa tremendamente absurda. Ninguém se levantava para as moças que trocavam as comadres todos os dias?
– Você é jovem – ele comentou. Jocelyn fez mais uma careta.Os lábios dele estavam franzidos de uma forma que não deixava claro se era um sorriso ou uma reprimenda. – Talvez jovem demais.
– Minhas avaliações falam por elas mesmas – respondeu, a voz assumindo um tom mais agudo.
A tensão daquele momento fez sua nuca latejar. Acontecesse o que fosse, ela não iria pegar um ônibus de volta para Chicago.
O diretor Crawford mexeu um pouco nos óculos, tirando-os do bolso, dobrando e desdobrando as hastes e, em seguida, colocando-os de volta onde estavam.
– E o que a atraiu para essa profissão?
– Eu quero…
– Não me diga que quer ajudar as pessoas – ele deu uma risadinha, e o tom brincalhão em sua voz voltou quando ela se interrompeu e ficou em silêncio. – Isso é o que todo mundo fala.
– E deve ser verdade – respondeu Jocelyn, talvez com certa impertinência. Ela nunca sabia quando manter a boca fechada, e naquele momento sentiu que as palavras estavam saindo mais depressa do que deveriam. – Sou obrigada a dizer para o senhor que estou confusa. Na Grace Point me disseram que havia um emprego para mim aqui. Por acaso foi engano?
O diretor Crawford jogou a cabeça para trás. Se ele estava surpreso ou ofendido, ela não conseguiu determinar. A julgar pelo rosto, ele parecia jovem, mas os cabelos grisalhos nas têmporas sugeriam certa maturidade. Ele era bonitão, o tipo de médico sério e gentil que Madge com certeza esperava atrair. Ela desviou os olhos para a mão esquerda do diretor. Sem aliança. Parecia estranho que um homem daquela idade fosse solteiro. Deixando de lado as brincadeiras, Camford não era exatamente uma metrópole fervilhante de agitação. Com certeza devia haver muitas mulheres ansiosas para fisgar um médico boa-pinta, não?
Ele remexeu os papéis e os enfiou em uma das gavetas bagunçadas da mesa.
– Terrence, do departamento pessoal, vive me alertando para não contratar ruivas. São bocudas, segundo ele. Irritadiças. – O diretor Crawford ficou de pé, voltando a rir, e estendeu a mão para o outro lado da mesa. – Mas nós estamos precisando de um pouco de coração aqui. Não é lugar para espíritos fracos, o que me diz que você vai se adaptar bem, srta. Ash.
Ufa. O emprego estava garantido, e ela poderia respirar de novo e parar de segurar o capuz impermeável como quem se agarra a um colete salva-vidas.
– Obrigada. Muito obrigada mesmo. E é verdade, sabe. Eu quero mesmo ajudar as pessoas.
– Não é isso que todos queremos? – ele murmurou, e um brilho frio e intenso surgiu em seus olhos. – É o que todos queremos.
Pela primeira vez na vida, Jocelyn sentiu que, além de um objetivo, tinha também um caminho aberto a trilhar. Nas primeiras semanas, quase não teve contato com os médicos, e muito menos com o diretor Crawford. Designada para tarefas simples e diretas, ela gastava as solas dos sapatos com visitas frequentes aos pacientes do primeiro e do segundo andar, trocando lençóis, entregando e recolhendo copinhos com remédios, desinfetando e devolvendo urinóis. Aos poucos começou a reconhecer os rostos sob os chapeuzinhos de papel. As outras enfermeiras eram cordiais, porém com nenhuma delas chegou nem perto de estabelecer uma relação de amizade como a que tinha com Madge.
Madge, que ainda arranjava tempo para flertar com os auxiliares e com os médicos; era impossível explicar como ela conseguia. Jocelyn mal conseguia alguns minutos de folga para se alimentar.
Mas isso não era problema. Ela esperava ter vida dura, apesar de ter sido designada pela enfermeira Kramer para os pacientes mais calmos. Em especial, Jocelyn gostava da sra. Small do 214, sua demência chegara a um ponto em que suas histórias variavam de acordo com o dia, mas de vez em quando a velhinha contava a respeito das pescarias que fazia com o marido, e Jocelyn ouvia com atenção enquanto a limpava com uma esponja molhada ou tentava convencê-la a tomar o café da manhã e enquanto se perguntava por onde andaria o sr. Small. Teria morrido antes dela ou teria abandonado aquela pobre alma? Jocelyn tinha visto sua avó sucumbir a uma condição parecida, e era a única da família que se dignava a tentar conversar com ela nos piores dias da doença. Os dias em que sua avó esquecia quem era Jocelyn, e sentia tanto medo dela que se tornava agressiva.
Isso foi o que a levou a querer ser enfermeira, essa sensação de injustiça, sua convicção de que ninguém, por mais ferido, doente ou idoso que estivesse, merecia passar por uma experiência desse tipo sem ter ninguém com quem contar.
Jocelyn examinava a planilha de visitas todas as manhãs e ao final de cada turno, porém ninguém nunca ia ver a sra. Small. Era sempre a mesma decepção, ela pensou, fechando o fichário e abrindo um sorriso educado para uma enfermeira que passou por perto. Pelo menos a sra. Small podia contar com ela para ouvir suas histórias e para rir quando tentava ser engraçada.
Quando Jocelyn chegou ao corredor onde ficavam os quartos dos funcionários, Madge já estava dormindo. Jocelyn ainda teve forças para tirar o uniforme, jogar um pouco de água no rosto no banheiro coletivo e escovar os dentes antes de ir para cama. Havia uma pilha de livros não lidos em seu criado-mudo, mas, assim que pôs a cabeça no travesseiro, ela caiu em um sono profundo e turbulento.
A princípio pensou que os gritos estivessem em seus pesadelos, mas então se tornaram tão altos e agudos que pareciam prestes a arrebentar sua cabeça.
Os quartos das enfermeiras ficavam entre o andar dos médicos, mais acima, e o dos funcionários em geral, mais abaixo. Com esse distanciamento dos pacientes, as noites de Jocelyn até então tinham sido tranquilas. Ela se sentou na cama em um pulo, como se tivesse sido puxada por cordas invisíveis. Os gritos ressoaram outra vez, igualmente claros e estridentes agora que estava acordada. Ela tinha a sorte de dividir o quarto com Madge, que roncava baixinho e dormia como uma pedra, com os grandes olhos de estrela de cinema escondidos atrás de uma máscara florida. Jocelyn desejou que Madge estivesse acordada naquele momento.
A gritaria não perturbou nem um pouco o sono da amiga.
Mas Jocelyn estava acordada. Dolorosamente acordada. Sua cabeça latejava, em parte pelo cansaço e em parte por causa do susto de ter seus sonhos invadidos pelo barulho repentino. Ela vestiu o penhoar sobre o pijama e pôs os pés no piso gelado de linóleo. Um arrepio a percorreu, e ela olhou para o pequeno relógio azul ao lado da cama. Duas da manhã. Pelo amor de Deus, ela precisava dormir o quanto pudesse para encarar mais um dia brutalmente cansativo.
Aqui não é lugar para espíritos fracos.
– E não é mesmo – ela murmurou, caminhando até a janela.
Mesmo os quartos dos empregados tinham grades nas janelas, e naquela noite o lado de fora estava obscurecido pelas nuvens e a chuva que caíra o dia todo. O terreno ao redor estava saturado e lamacento. As tulipas dos canteiros, antes belíssimas, estavam agora reduzidas a folhagens com botões escassos, espalhados como restos melancólicos de um fim de festa.
Pelo menos o luar fornecia alguma luminosidade. O quarto delas era pequeno e pouco mobiliado. Madge já tinha formado uma pequena pilha de revistas junto à parede ao lado de sua cama, e quem ocupava o local antes delas deixara uma estatueta de cerâmica da Minnie Mouse no parapeito da janela. A pintura estava toda lascada, aquela Minnie parecia ter entrado em um ringue de boxe e lutado alguns rounds com Sugar Ray Robinson. Jocelyn pegou a estatueta e contorceu os lábios ao observar seu sorriso constante. Ela passou o polegar sobre o rosto da ratinha, e mais um pouco da tinta barata se desprendeu, grudando em sua pele.
Mais um grito vindo das entranhas do hospital a assustou, e a estatueta escapou de suas mãos, caindo com força no chão de linóleo. A queda provocou uma rachadura no pescoço da peça. Jocelyn se agachou para pegá-la, recolhendo-a com um gesto cuidadoso, com medo de agravar o estrago em um crânio que parecia tão partido quanto o seu, abalado pela enxaqueca.
– Droga – ela murmurou, ficando de pé e colocando a estatueta no criado-mudo.
Com um suspiro, Jocelyn fechou o penhoar e foi até Madge para tentar acordar a amiga, que grunhiu e a afastou com a mão. Em seguida, se virou para o outro lado e continuou a roncar. Talvez fosse injusto privá-la de seu tão necessário sono. E, de todo modo, aquele era um hospital para pacientes mentalmente instáveis, Jocelyn lembrou a si mesma. As pessoas ali sofriam de inúmeras moléstias. E dos piores tipos. Dos tipos que não podiam ser solucionadas com curativos, pontos e uma dose de analgésico.
Mas o que a preocupava era que o grito parecia ser de uma criança.
Jocelyn já conhecia como a palma de sua mão o saguão e os andares onde ficavam os pacientes, mas aquele grito parecia vir de mais longe, muito longe. Ela parou diante da porta. Devia haver auxiliares designados para ajudar a menina, claro. Provavelmente havia enfermeiras ao seu lado, fazendo de tudo para acalmar a garotinha e fazê-la voltar a dormir.
Mesmo assim… Jocelyn não conseguia nem pensar em voltar para a cama. Não importava o que dizia o diretor Crawford, ela queria ajudar as pessoas. Ela precisava ajudar as pessoas. Sua mãe costumava se referir a isso de forma benevolente, como uma vocação, mas Jocelyn sabia bem o que era – uma compulsão.
Ela apanhou um suéter no armário e o vestiu por cima do pijama, deixando o penhoar dobrado cuidadosamente sobre o pé da cama. Seus sapatos estavam tão gelados quanto seus pés, e ela sentiu um novo arrepio quando, cautelosa e silenciosamente, saiu pela porta e começou a percorrer o corredor mal iluminado à sua frente.

Os corredores foram ficando cada vez mais escuros à medida que ela caminhava pelo hospital. Jocelyn fechou melhor o suéter, avançando com passos contidos. Era ridículo sentir tanto medo. Ela estava em um hospital, nada de muito diferente dos corredores da faculdade e até do colégio. Não que tenha passado muito tempo estudando. Seu desempenho garantiu que se formasse mais cedo que o de costume. Inteligência muito acima da média, foi o diagnóstico de sua orientadora. Aptidão impressionante. Ela queria ser médica, mas havia tão poucas mulheres na medicina que parecia perda de tempo tentar. Ser enfermeira era a alternativa mais próxima e viável, e, talvez, se o status quo algum dia mudasse, ela pudesse voltar a estudar e pôr a tal aptidão impressionante à prova. Por ora, seu dom a levara, depois de uma rápida passagem pelo colégio e pela faculdade de enfermagem, ao lugar onde estava no momento.
O Brookline.
O saguão proporcionava uma breve pausa na escuridão e no frio. Lâmpadas quentes e acolhedoras permaneciam acesas o tempo todo, iluminando a área de espera com cadeiras azuis e limpas e suas pilhas de revistas. A recepção estava vazia àquela hora, mas um jovem auxiliar de cabelos claros cochilava atrás do balcão da farmácia, com o queixo apoiado na palma da mão.
Os gritos que vinham do andar de baixo pelo jeito não o incomodavam.
Ela estaria ouvindo coisas? Primeiro Madge, e agora ele… Como as pessoas conseguiam dormir com um barulho desses? Talvez tudo não tivesse passado de um sonho. Não. Jocelyn tinha uma intuição para esse tipo de coisa. Ela passou pelo auxiliar na ponta dos pés, na direção do subsolo, onde nunca tivera razão para se aventurar antes.
Ninguém nunca lhe explicara em detalhes o que havia lá embaixo. Depósitos, era o mais provável, com uma infinidade de comprimidos, frascos e toalhas, objetos tão necessários na rotina de um hospital e que eram levados todos os dias para os andares onde ficavam os pacientes. Uma caldeira, talvez? Seja lá o que fosse, ela não achava que algum paciente precisasse ser mantido tão afastado dos demais.
Os gritos silenciaram. Jocelyn foi caminhando na ponta dos pés até a porta da sala do diretor Crawford, onde deteve o passo. A luz estava acesa. Duas da manhã, e ele ainda trabalhando? Impossível ser mais dedicado do que isso.
Mas não havia nenhum barulho dentro da sala, e ela arriscou mais alguns passos, descobrindo um corredor estreito cujo fim não ficava ao alcance das vistas. Apenas algumas luzes de emergência evitavam que a passagem estivesse mergulhada numa escuridão impossível de atravessar. Por fim, como esperado, ela encontrou o acesso aos pisos inferiores, por uma porta convenientemente entreaberta.
E foi aí que ela parou.
Não havia mais gritos. Talvez alguém tivesse ido acudir a menina e feito com que voltasse a dormir. O espírito prático de Jocelyn admitia que com uma boa dose de sedativos era possível resolver a questão. Sua curiosidade era grande, claro, mas não a ponto de se transformar numa imprudência. Suas primeiras semanas de trabalho haviam transcorrido bem – por que arriscar seu emprego metendo o nariz onde não era chamada?
Foi então que ela ouviu um novo grito, mais longo, dolorido e agudo, que assumiu uma forma articulada.
– Por favor.
Isso era motivação mais do que suficiente para Jocelyn. Ela cerrou os dentes e começou a descer as escadas correndo, sem pensar duas vezes. Com certeza ninguém haveria de condenar uma enfermeira por querer proporcionar conforto e alívio a uma alma sofredora. Em algum lugar lá embaixo seria possível encontrar sedativos. Ela poderia pelo menos ajudar a menina a dormir de novo e poupar os demais pacientes do estresse causado pelos gritos.
E poupar a mim também.
As luzes de emergência foram ficando mais fracas. Havia lâmpadas expostas sobre sua cabeça, e as escadas não terminavam nunca, fazendo curvas e curvas e a levando bem mais abaixo do que esperava ir. Outros corredores surgiram, além de portas trancadas espalhadas pelo caminho descendente. O ar ficou mais frio, mais úmido, e o clima subterrâneo fez com que seu suéter parecesse fino como uma folha de papel. Jocelyn esfregou os braços, ainda determinada, porém se deslocan-do em um ritmo mais lento, com passos menos seguros, e enfim desceu o último degrau.
Estava em um corredor que se parecia mais com um cômodo bem comprido, com teto alto, que se estendia pela escuridão adentro. A sensação de estar diante de um ponto de luz distante no fim do caminho fez seu estômago se revirar. Quando entrou, Jocelyn estremeceu como se tivesse sido atingida por uma rajada de vento.
Ela estreitou os olhos. O que poderia haver ali? Aquele espaço não era nada parecido com os depósitos limpos e bem iluminados da Grace Point. Ela não conseguia entender por que alguém iria querer manter alguma coisa, muito menos uma pessoa, em um lugar tão sombrio.
Havia portas de ambos os lados, mais altas e mais difíceis de violar do que as dos andares dos pacientes e dos quartos dos funcionários mais acima. Pesadas, com trancas enferrujadas e janelas com grades, cobertas de sujeira – tudo aquilo a fez pensar que seria um local mais apropriado para o dr. Moreau despejar suas criações fracassadas do que para seres huma-nos doentes.
Era um lugar frio e silencioso demais para proporcionar segurança a algum paciente. Era como se a morte pairasse no ar.
Então a menina gritou de novo, e o som dessa vez parecia estar abafado por uma ou duas portas no máximo. E aquele berro espalhou a agitação por todas as portas do corredor. Elas balançaram e se sacudiram, abaladas por punhos enlouquecidos se chocando contra o metal inclemente. As trancas rangiam diante do acesso súbito de selvageria. Mais vozes acompanharam a da menina, com gritos e uivos. Berros. Gargalhadas.
No meio do caos, uma frase coerente surgiu:
– Ajudem ela, ajudem ela, ajudem ela.
Uma porta se abriu lentamente mais à frente no corredor, e um facho de luz iluminou o chão sujo. Jocelyn não esperou para ver o que sairia dali. Praguejando em pensamento contra sua própria covardia, ela deu meia-volta, se virou e fugiu.