- É enorme! Essa casa é muito grande pra mim. Eu sou pequeno. - falou Yurio rodopiando pela sala sem móveis.
-Se você cair eu vou rir. - falei indo em direção ao Yurio.Chego perto dele e lhe dou um abraço.
Eu não acredito que nós vamos morar juntos.
Mesmo na atual circunstância eu estou feliz.
Esse momento feliz foi cortado pelo som do toque do meu celular.- Pai? Por que está me ligando? Achei que me queria morto... - falei sem nenhuma animação.
- Sua mãe quer que você volte pra casa. Não acho que é o correto a se fazer, mas ela quer você em casa.
- Eu não volto. Tenho um apartamento agora, pra mim e pro Yurio. Estou bem ficando longe de vocês.Ele simplesmente desliga o telefone sem falar nada.
Olho pros lados e não vejo o Yurio... Ele sumiu de novo.
Espero ele voltar mas acabo caindo no sono ali mesmo, no chão.- Akira... - diz uma voz fraca.
Quando consigo focar o olhar vejo o Yurio.
Ele... Ele esta machucado!
Levanto correndo na sua direção.- Pelo amor, quem fez isso com você???
- Meu pai está na Terra. Alguém contou a ele sobre nós. - disse ele chorando e se jogando nos meus braços.
Pequei-o no colo, o levei ao banheiro e o coloquei na banheira.
Ele ficou com a cabeça baixa por um longo tempo, seguindo as minhas mãos com o seu olhar.
- Eu te amo tanto... – disse ele em meio a soluços.
- Também te amo meu amor, eu vou cuidar de você. Você vai ficar bem.
- Ele não vai voltar tão cedo, disso eu sei. É difícil pra ele vir pra cá, isso leva tempo. Você é o melhor namorado que existe, vamos ficar juntos pra sempre não é?
- Você ainda pergunta? – falei dando um beijo demorado nele.
Como alguém consegue machucar um ser como ele, tão frágil... Pelo visto o pai dele consegue.
O sequei, o vesti... Como ele é branco, literalmente branco. Sem uma falha sequer, não é como eu, cheio de cicatrizes.
Fomos pra sala, me sentei e ele meio que se deitou em cima de mim. Ficou todo torto mas pelo visto estava confortável pra ele.
Coloquei um filme qualquer e não demorou muito e o Yurio acabou dormindo.
Fiquei olhando pra ele por um tempo, vendo todos os seus ferimentos se curarem extremamente rápido. Na maioria das vezes eu esquecia que ele era um humano, comigo ele sempre ficava com a sua forma original. Particularmente prefiro.
Sinto uma cutucada na minha cintura, ele acordou.
- Vamos comer alguma coisa? Estou faminto. – falou ele ainda sonolento.
- Okay, irei fazer alguma coisa pra gente comer, também estou com fome.
Levanto do sofá, dou um beijo na testa dele e vou pra cozinha.
Faço uma massa com um molho estranho mas de certa forma bom, coloco em um prato gigante, pego dois garfos e levo pro sofá.
Ele esta focado no filme ruim que coloquei na TV.
- Esse filme é péssimo, demônios não são assim. Convivi com eles a minha vida toda, EU NÃO SOU ASSIM! – falou rindo.
- Eu sei, você não estava acordado (falei rindo). Vamos comer.
Sento-me no sofá e entrego um dos garfos pra ele.
Eu ainda tento entender como um pai consegue fazer isso com um filho, sendo demônio ou não isso é errado.
Por incrível que pareça comemos todo aquele prato de massa com molho estranho. Estávamos cheios, com certeza comemos demais.
Ficamos a madrugada acordados conversando. Ele contando a sua história e eu a minha. Obviamente fizemos outras coisas mas isso não vem ao caso.
- Eu te amo Yurio, só pra lembrar.
- Também te amo, só pra confirmar.
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Eu Precisava De Um Demônio
General FictionAkira era um garoto relativamente comum, com algumas cicatrizes no corpo. Haviam garotos que batiam nele, o perseguiam. Mas tudo muda quando um garoto com uma aparência quase não humana decide ajudá-lo.