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—— Sn, deita aqui comigo.—— A voz manhosa me chamou. Desviei o olhar pra garoto por um segundo, voltando totalmente a atenção pra tela do computador na minha frente.
—— Tô terminando um trabalho.
—— Por favor. Desde a hora que chegou não me deu atenção nem se quer um segundo!—— Pelo reflexo do espelho em cima da cômoda pude vê-lo rolando na cama.
—— Falta só a conclusão, calma.
O silêncio que se instalou no quarto não era constrangedor pra mim, mas tenho certeza que Gar não está achando os sons das teclas agradáveis.
—— Deveríamos ter filhos?
—— Eu? Ter filhos com você? Nem que me paguem.
—— Que maldade comigo.—— Eu ri e me virei pra ele.—— Você é má.
—— Sou mesmo. Se fosse pra ser pacífica, meu nome seria Moana!
—— Ui, princesa.
—— Princesa? Obrigada!
—— De nada, Fiona.
—— Ridículo.—— Levantei e pulei nele. Gar me segurou e me deitou na cama enquanto eu socava seu peito. Ele me encarou encantado. Acho que gosta de apanhar.
—— Eu não sei o que brilha mais, os seus olhos ou o nosso futuro estampado neles.
—— Hm!—— Eu ri alto.
—— Quero casar com você.
—— É claro, meu ex também queria.
—— Essa doeu.—— Ele caiu ao meu lado. Eu ri e dei uma tapa na sua barriga.
Nossa atenção foi desviada pra porta que abriu. Somente a cabeça da Kory apareceu alí.
—— Eu não queria atrapalhar o que quer que vocês estivessem fazendo.—— Rindo, a mulher falou.
—— E ao invés disso, resolveu espiar, né dona Kory.
—— Espiar?—— Ela colocou a mão na boca.—— Eu nunca faria isso. Eu até... pediria pra participar.
—— Que isso, Kory?—— Gar exclamou surpreso. Eu ri alto e a outra mulher também.
—— Vamos comer, crianças?
—— Crianças não podem fazer crianças, Koryzinha.
—— Hm, usem proteção.—— E saiu.
Gar levantou e esfregou os braços. Fiquei de pé na cama e pulei nas suas costas. Seu corpo impulsionou pra frente.
—— Pesada.—— Apertei seu pescoço ao ouvir seu resmungo.—— Tô brincando!
—— Vamos logo, filho!—— Gritei mas ele ao menos se mexeu.—— Você ainda vai me dar trabalho, viu?
—— Só se for na cama.
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