ᴀʀᴛᴇᴍɪs ɪ|ᴄʟᴀʀᴋ ᴋᴇɴᴛ

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Eu fitava o menino adormecido em meus braços

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Eu fitava o menino adormecido em meus braços. Do lado de fora, o vento beijava a plantação de milho que se remexia com fúria, sinal de chuva.

Sentei-me na cama em que um dia compartilhei amor com o pai do meu bebê, e admirei o pequeno enrolado na sua manta azul.

Ele era idêntico a Kal-El.

Sua vasta cabeleira negra, incomum para um bebê de três meses, e os mesmos olhos azuis do Superman. Abandoná-lo vai ser a coisa mais difícil que já fiz em minha vida.





Três meses antes

Jogo meu corpo nas macias peles que cobrem a cama e respiro com força. À minha frente, Fedra ergue uma criança ensanguentada e chorona.

Meu filho.

—— Me dê... me dê ele.—— Eu digo com a voz meia fraca e então ergo os braços.

Os lábios da mulher formam uma linha fina e seu olhar se cruza com o meu. A preocupação que inunda suas orbes azuis, me dá a resposta para o que eu tanto temia.

—— Eu sinto muito.—— Ela diz e me passa a criança que, ao entrar em contato com minha pele, pára de chorar. Olho para a região abaixo do abdômen e uma solitária e dolorosa lágrima escore pelo meu rosto suado.

Um menino.

Eu dei a luz a um menino.

Eu, Ártemis, a amazona filha da general Antíope, prima de Diana, princesa de Themyscira, que jurou diante dos Deuses, que jamais teria homem algum, pariu um filho de um romance proibido e como castigo, teria que abandoná-lo.

Homens não são bem vindos em Themyscira. Nem mesmo quando crianças.

A ilha é lugar apenas para as guerreiras amazonas. Um presente dos Deuses para que possamos viver em paz e harmonia, longe da ganância dos seres humanos.

Eu fôra escupida do barro e animada pelos Deuses, porque homem algum pode entrar na ilha.

Quando Diana escolheu viver entre os homens comuns, eu, sendo a parente mais próxima, tornei-me a sucessora de Hipólita e fiz o juramento de que dedicaria toda a minha vida a ilha das amazonas e suas obrigações.

Seria uma boa rainha, jamais abandonaria meu povo e assim como a Deusa de quem eu recebera meu nome, deveria ser pura, intocada.

Mas tudo mudou depois da visita que eu fizera á Diana.

Era apenas para rever minha prima, aprender a lidar com o mundo mortal e defender meu reino deles caso fosse necessário.

Eu o conheci. O Homem de Aço, o filho de Krypton. E então me apaixonei. Me apaixonei intensamente e fôra correspondida.

Eu quebrei todo o meu juramento, me apaixonando, me entregando de corpo e alma ao moreno de olhos azuis. O amei com todo o meu coração e sei que ele me amou de volta. Sua expressão de dor quando o deixei é a prova.




—— Você envergonhou o meu nome, desonrou a Deusa à qual lhe nome-ei.—— Minha mãe cuspiu as palavras após receber a notícia de que eu esperava um filho.—— Quebrou o juramento que fez aos Deuses. Você se desgraçou, Ártemis, acabou com sua vida.

Teimosas e silenciosas lágrimas caíam de meus olhos. Cerrei os punhos com força.

—— Espero que a criança seja mulher, é o único meio de salvá-las.—— Magoada e com raiva, ela sai e deixa a tristeza como minha única companhia.





—— Você sabe o que acontece agora não é?—— Fedra pergunta enquanto eu admiro o menino, agora, adormecido em meus braços.

Durante toda a gestação, eu fiquei escondida nos muros do palácio. Ninguém sequer imaginava o motivo de meu desaparecimento repentino. Se eu desse a luz a uma menina, ela seria dada a alguma guerreira e criada como uma plebéia, caso fosse menino...

Só havia uma opção para o meu filho: O banimento. Ele vai e eu fico.

—— Eu não posso abandoná-lo, Fedra.—— As lágrimas agora caem soltas.—— Meu coração se aperta ao pensar em ficar longe dele. Ele acabou de chegar e já é tudo para mim.

Minha amiga segura uma de minhas mãos, e a aperta solidariamente.

—— O que fará, agora?—— É tudo o que ela pergunta.



E agora cá estou eu.

Invadi a casa dos Kent no Kansas, para deixar meu filho com o pai. Bem, com a avó. Kal-El já não mora aqui a muito tempo, vêm apenas algumas vezes para visitar a mãe.

Eu estive em uma dessas visitas, contei toda a verdade a ele e o deixei. Quebrei nossos corações naquela noite.

Aconchego o pequenino na cama. Ponho travesseiros à sua volta, para protegê-lo. Ao seu lado, deixo um pequeno envelope branco. Uma explicação para tudo aquilo.

A chuva é forte do lado de fora, meu tempo está acabando.

—— Adeus, meu pequeno homem. Espero que um dia me perdoe.—— Eu digo quase chorando e então beijo sua cabecinha.

Levanto da cama e ando até a passagem do quarto. Lanço um último olhar ao serzinho deitado nela e abro a porta. Meus olhos se arregalam e meu rosto empalidece.

É Kal-El.

Ele está parado diante de mim...

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