Capítulo 12 | Parte 1

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➳ ➳ ➳ ➳➳ ➳ ➳ ➳➳ ➳ ➳ ➳➳ ➳ ➳                            Acordo?
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Minhas pernas tremiam, minhas mãos soavam, o lábio inferior mais vermelho do que nunca por conta das insistentes mordidas de nervosismo, a garganta seca como nunca. Era realmente agoniante ficar daquele jeito, e tudo piorou ainda mais quando as portas de aço daquele elevador reservado se abriram.

Respirei fundo.

Uma.

Duas.

Três vezes.

Tomando coragem para dar o primeiro passo.

A verdade era que eu não queria sair. Mas eu tinha que sair.

— Vamos lá Charlotte, não seja covarde. Ele não vai fazer nada com você, além de te dizer NÃO. —falei para mim mesma em um sussurro.

Respirei fundo mais uma vez e saí do elevador. Avistei Suzan logo em seguida, atrás de seu balcão. Ela levantou o olhar e sorriu para mim, fiz o mesmo em seguida.

— Bom dia Charlotte.

— Bom dia Suzan. —respondi com a voz um pouco trêmula.

Suzan franziu o cenho.

— Nossa, aconteceu alguma coisa?

— Não, porquê?

— Você parece... tensa. —me olhou desconfiada.

— Não, não, está tudo bem. O Sr. Jason já chegou?

— Sim, e ele disse que assim que chegasse era para ir até a sala dele.

Suspirei.

— Tudo bem.

— Ele não chegou com uma cara muito boa, o mau humor de sempre. —abanou a mão com displicência. — Mas dessa vez parece que o mau humor está maior.

— Ele que venha com insultos pra cima de mim que ele vai escutar o dobro do que falar.

— Falando assim, até eu fiquei com medo. Melhor ir ver o que ele quer, sabe que o Sr. Jason não tolera atrasos.— Suzan levantou as sobrancelhas.

— Certo, até mais Suzan. —mandei um beijo no ar e ela retribuiu.

Comecei a andar pelo corredor silencioso, sendo capaz de ouvir apenas o bater da ponta do salto no chão. Aquele corredor parecia aqueles de filmes de terror, dos mais macabros possíveis, e a minha situação não estava diferente da das mocinhas indefesas que estavam prestes a encontrar algo assustador, no meu caso, encontro com o Deus Grego Demônio.

Parei em frente a porta sentindo aquela sensação de deja vú e bati na porta, as mãos ainda trêmulas.

Entre.

Fechei os olhos por alguns segundos e abri a porta.

Jason estava sentado em sua cadeira de couro com aquela cara de devorador de donzelas, os olhos logo trataram de me medir da cabeça aos pés. Meu coração bateu ainda mais forte.

Controle-se.

Sente-se. —indicou a cadeira a frente com a mão, o sorriso mal intencionado sem sair dos lábios.

Respirei fundo uma última vez e caminhei até a cadeira para me sentar.

Ficamos nos encarando por alguns segundos, o olhar dele parecia penetrar em minha alma, e tratei de passar a mesma impressão em relação ao meu olhar direcionado ao dele. Parece ter dado certo, já que o vi engolir em seco.

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