Psycho Baby - Camila Cabello

3- ✿Austin✿

As três garotas vinham descendo as escadas em ritmos diferentes, Sofia vinha na frente guiando Camila pela mão, e Karla vinha atrás em resmungos.

Sofia usava um lindo vestido preto com rendas, saltos vermelhos e uma maquiagem caprichada. Camila usava um vestido com pandas e uma bota de personagem animado, nunca gostou de maquiagem, a única coisa que gostava de por no rosto sempre foi tinta guache mas sua mãe não gostava quando o fazia. Karla por sua vez usava um vestido também preto, uma maquiagem pesada e All stars.

A três pararam aos pés da escada, Sofia deu um sorriso largo para o garoto mais alto e Camila se perguntou porque dela sempre sorrir para os garotos maiores. Eram dois,por que ela só sorriu pra um? Sua pequena cabecinha não compreendia tais atos.

- Cumprimentem as visitas, queridas. - Pediu sua mãe com um sorriso gentil no rosto.

- Oi. - Indagou Karla secamente.

- Olá. - Foi a vez de Sofia, essa que possuía um sorriso largo no rosto.

- Camila?

Sinu a encarou, esperando por sua vez. Camila (que até então estava a fitar os próprios pés) levantou o olhar para encarar as pessoas mas em vez de comprimenta-los se enfiou atrás de Sofia com o rosto totalmente rubro. Os adultos riram da timidez da garota.

- Desculpem. - Pediu Sinu - Como eu disse antes, ela é muito tímida.

- Sem problemas. - Afirmou Michele com um sorriso compreensivo no rosto. - Quantos anos elas tem?

- Fizeram treze a pouco.

- Ah, quase a idade do meu Austin. Ele tem 14. - Ela pôs a mão sobre a cabeça do menino menor, fazendo um carinho, o garoto bufou e se afastou de imediato.

- Vamos para mesa de jantar? - Sugeriu Alejandro, guiando as visitas até a sala de jantar.

Todos sentaram à mesa, os casais lado a lado, Camila em frente a Austin, Sofia em frente a Shawn, o filho mais velho e Karla ao lado de Sofia. Todos conversavam animados até Karla participava da conversa, a única que não estava a vontade alí era Camila, ainda mais por Austin estar lhe jogando ervilhas o tempo todo e ninguém estar notando isso além dela própria.

❁Camila❁

Aquele garoto estava me irritando, a cada segundo sentia uma porção de ervilhas me atingindo e apesar do barulho que os grãos faziam ao se chocarem contra os talheres os adultos não pareciam notar nada. Ou só não estavam se importando mesmo. Pedi licença para sair da mesa cerca de duas vezes mas como não obtive resposta permaneci alí, sendo obrigada a aturar aquele garoto idiota.

- Mila querida, por quê não vai brincar com o Austin ? - Sugeriu minha mãe logo que o jantar acabou, concordei com a cabeça apesar da péssima sugestão. O que eu poderia fazer? Negar? Claro que não.

Segui em direção ao meu quarto, sentindo os passos do garoto atrás dos meus, meu peito estava pulando como um trampolim, eu não gostava daquele garoto perto de mim, ele me deixava nervosa de uma forma ruim. Permaneci segurando a porta mesmo após aberta, apesar de não ter dito nada ele sabia que estava dando permissão para que entrasse.

- Você não sabe falar? - Indagou, parando a minha frente.

- Sei sim. - Sussurrei, fitando o carpete lilás abaixo dos nosso pés.

- Você é estranha. - Soltou, franzindo o cenho.

Dei de ombro, ainda escorada à porta. Ele entrou no meu quarto enquanto dava uma olhada em volta. Parecia não gostar de nada do que via mas eu pouco me importava, o quarto é meu, quem tem que gostar dele sou eu.

- Que quarto infantil. - Bufou, se jogando na minha cama. Eu não disse nada mas tive vontade de lhe dar uma resposta grosseira e direta, deixando claro o quão mal educado ele estava sendo levando em conta o fato de que ele estava no meu quarto, e não ao contrário.

- Você tira fotos? - Apontou para o mural ao lado da cama cujo era abarrotado de diversos tipos de fotos.

- Tiro.

Ele andou até lá com a mão no queixo, depois se virou pra mim e disse, com sua voz presunçosa. Definitivamente, eu não gostava dele.

- Elas são ruins, devia jogar fora.

- Não lembro de ter te perguntado nada. - Dei um sorriso irônico. Ele me encarou com os olhos semi serrados, depois parou a minha frente e disse, com um tom autoritário:

- Eu quero ver o jardim.

Concordei e descemos até o jardim rapidamente, parte por eu querer que aquele tour idiota acabasse logo. Chegando lá sentei em um dos balanços, notando que ele me observava em silêncio. Seus olhos castanhos claros eram brilhantes, de certa forma.

- Você gosta do balanço? - Indagou com um sorriso no rosto.

- Gosto. - Sorri timidamente.

- Ótimo, vou balançar você.

- Não precisa.

- Calada.

Ele se direcionou a mim, empurrando o balançou com força e com mais força, dei um grito agudo quando senti meu corpo sendo jogado no ar e despencando logo depois, caí com tudo no meio das roseiras, sentindo meu corpo arder por conta dos espinhos que rasgavam minha pele sem dó. Ele me encarou com um sorriso prazeroso pondo suas mãos para trás do corpo em ar vitorioso.

- Você é uma idiota!

- Foda-se! - Berrei, me levantando das roseiras.

- Você é uma idiota. - Repetiu, árduo.

- Foda-se. - Repeti novamente, dessa vez com lágrimas nos olhos. - Foda-se, eu não ligo. Eu não ligo se me acha idiota! Você é um também, por sinal.