VI

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Terminei de tomar o mocha com os pães. Na saída, me certifiquei de que não havia esquecido nada e fui para casa.

Antes de meu pai chegar, preparei um fettuccine ao alho e óleo e um fricassé de carne. Para a salada, peguei alguns talos de rúcula da horta e reguei com azeite e suco do limão puro. {Huuuuuuum!}

- Nossa, que cheiro bom! - disse meu pai enquanto entrava com uma garrafa de vinho na mão.

- Ótima escolha, meu jovem! - disse ao ver que era um Cabernet Sauvignon (ótimo para massas quando acompanhadas de carne)

Ele me deu um beijo na testa e pediu que eu o esperasse enquanto tomava um banho. Aproveitei para colocar a mesa. Amantes de uma boa música que éramos: escolhi ficarmos ao som de B.B.King. Ele desceu. Sentamos. Durante aquele tempo, fomos tentados a lembrar dos bons momentos a três:

- Lembra quando inventamos de viajar para Mato Grosso, sem nem conhecer o lugar? – ele perguntou rindo.

Ir ao Mato Grosso foi incrível! Foi uma viagem de 20 dias inexplicáveis. A primeira pousada que paramos tinha um grupo de guias muito simpáticos (alguns lindos!), mas fomos felizes em sermos acompanhados por duas moças incríveis (e gêmeas!). Eram nativas do lugar e nos traçaram um itinerário fantástico. Como minha família era acostumada à parte rural, gostávamos muito do contato com as coisas naturais: trilhas, cachoeiras, rios...

No nosso terceiro dia lá, fizemos o Circuito das Cachoeiras, na Chapada dos Guimarães. Essa é uma região de cerrado, com flora e fauna muito lindas! As meninas estavam empolgadas e não deixava escapar nenhum detalhe da trilha.

No trajeto, encontramos uma jaguatirica, claramente eu me pelei de medo até porque sou a típica mineira acostumada com bois e cavalos, no máximo. Bela e Ana haviam sido escoteiras quando novas e eram acostumadas a esse tipo de situação. Aconteceu que Bela ficou conosco com a difícil tarefa de nos manter calmos para não chamar a atenção do felino, enquanto que Ana se afastou e numa distância segura, tangeu a fera com um tiro de sinalizador aleatório. No cerne, não teria a coragem dela nem de longe, obviamente. Meus pais se recompunham ao passar o episódio, mas eu ainda estava estática. Bela ao entender meu estado de espírito, bolou um susto: apanhou um galho e enquanto eu estava fixamente olhando para um lugar específico, ela encostou o galho no meu ombro. OH CÉUS

"Aaaaaaaaaaaaaa uma aranha, A-RA-NHAAA!" – sim, tenho pavor ao invertebrado e no estado de choque em que eu estava, foi a minha primeira e única dedução. RISOS

Eu me estapeava, corri muito e eles vieram atrás rindo. Eu estava frenética, pulando, apontando para o lugar de onde saí e gritando que ali havia uma aranha. As meninas vieram até mim, envoltas em gargalhadas e explicaram o que havia acontecido: todos ríamos enquanto tentavam me remendar, risos. O importante é que conseguimos terminar a trilha!

As meninas, Bela e Ana, me marcaram e trouxe-as comigo na lembrança! Os vinte dias não me deram apenas uma viagem incrível, me deram duas amigas! Todo ano marcamos de nos encontrar, fosse eu voltando ao Mato Grosso ou elas vindo para Minas: da última vez, elas vieram durante o verão. Doze dias foram pouco para o tanto de conversa que tínhamos para colocar em dias... OH CÉUS!

- Oh céus! Apesar de tantos imprevistos, foi uma de nossas melhores viagens, pai. – rindo, respondi. BONS TEMPOS...

- Falar nisso: quando veremos as meninas novamente? – elas vieram nos ver um mês depois do acidente. Ficaram um pouco com a gente, com muito apoio e amor. Estávamos ainda muito fragilizados...

- Ainda não comentaram nada, pai... – e me levantei, levando o meu prato à pia – Em breve, devem avisar alguma coisa! – rimos.

Recolhemos a louça, juntos a lavamos e enxugamos, dançando e brincando na cozinha. Era uma vida nova.

Sentamos para assistir um pouco. Eu e meu pai amávamos assistir TV, mais especificamente filmes. Depois de um tempo, o cansaço bateu:

- Vou subir... Boa noite, pai! – dei-lhe um beijo na testa.

- Boa noite, filha... – respondeu, já cochilando em frente a TV.

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