Capítulo 14

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Maria

Não havia nada diferente naquele lugar, que parecia mais um hospício do que uma faculdade e pode-se dizer que um ursinho de pelúcia pode ter mais lucidez do que qualquer outra ali e até podia ser ridículo. Eram muitas pessoas que saiam por ai com seus egos inflados como enormes balões, enquanto cochicham falando mal de vidas alheias e é totalmente enojador isso.

Os mesmos grupinhos juntos em suas respectivas mesas redondas na lanchonete e os mesmos papos de sempre e as mesmas caras esnobes de sempre.

As aulas chatas de sempre, onde eu realmente não conseguia entender nada ao não ser o quanto que o professor de engenharia e lindo em seu galeco branco. E as mesmas patricinhas que usam mini-saias e tiaras na cabeça como se fossem princessas e seus sorrisinhos mais falsos do que produtos mand in china.

   E eu. Solitária em uma mesa afastada perto do banheiro feminino, comendo um sanduíche de peito de peru com uma lata de coca-cola em mãos, escutando Link Park no último volume de meu Mp3 em meus fones de ouvido, e assim eu não escutava todos aqueles mimis de como meu cachorro Long fica bonito de gravata azul, ou que em meu aniversário ganharei uma Ferrari vermelha, ou que minha irmã irá passar a lua-de-mel em Londres com seu noivo imper-mega-podre-de-rico.

    Mas algo totalmente diferente aconteceu naquele dia e eu nunca pensei que um dia alguém teria a coragem de se sentar naquela mesma mesa comigo e não ter medo algum de lever um ponta pé, mas por algum motivo a pessoa me parecia legal e nada nela se parecia com aquelas mesquinhas metidas. Ela devia ter mais ou menos minha idade, tinha cabelos curtos e repicados, piercing no nariz e nas sobrancelhas e usava uma blusa de time de basquete americano com o número 25 e uma jaqueta camuflada. Um estilo meio duvidoso.

- Você é a Dulce, né?-ela pergunta.

- Sim.-respondo sem manter muito contato visual.

O que será que ela queria de mim? De onde ela viera? Devia ser nova na faculdade? E será que ela me emprestaria aquela jaqueta?- essas eram algumas perguntas que me invadiam a mente diante daquela garota, se é que era uma garota, não tenho preconceito por lésbicas.

- Minha prima me falou de você.- ela indica com um gesto de cabeça na direção de onde está Susan.

  Ela era prima dela? Impossível! Como podiam serem parentes?

- Eu sei é estranho, mas é somos da mesma árvore genealógica.- sorrir.

Ela parecia ser legal, mas só pelo fato de ter parentesco com Susan isso me faz ficar com um pé atrás, mas elas não deviam parecer só por serem primas, já que eu não tenha nada haver com os meus.

- Ah! Esqueci de me apresentar! Sthefany.-ela estende sua mão para que  apertasse. Sua mão tem uma textura áspera e o anel em seu polegar trás uma sensação gelada a minha pele.

Sthefany não fazia bem o estilo dela, pois era um nome muito delicado.

- Mas pode me chamar Fany, ou a Nuff, e não me pergunte porquê desse apelido, porque não sei o que ele significa.-coloca a mão no rosto como se o que me contasse fosse um segredo.

- Ok. 

Passo um tempoconversando com Nuff e ela definitivamente é legal e posso até dizer que seremos boas amigas daqui para frente, ela seria minha primeira amiga, após anos sem ninguém para trocar nossos podres, mas não sei muito sobre ela.

    Enquanto estou sozinha novamente noto mais uma pessoa estranha, mas dessa vez não me parece amigável e nem um pouco descolada com Sthefany e ele não chegou a se aproximar e só ficava me admirando ao longe e era bonito, bem bonito com músculos definidos e estilo duvidoso que me lembrava alguém, mas não sei quem. Seu olhar começava a me irritar, principalmente pelo sorrisinho que tinha em seu rosto e quando estava prestes a ir em sua direção para lhes pergunta o que ele havia perdido em mim, simplesmente sumiu, sumiu como fumava, quase que em um passe de mágica e isso realmente me causou calafrios.

   Queria entender minha vida esses últimos dias, pois eu me deparava com pessoas estranhas de estilo gótico que me admiram com uma espécie de fome, como se eu fosse algo suculento e que me esperassem na hora do jantar e isso estava me deixando maluca, ainda mais por conviver com um por todos lados meus como minha sombra.

    Procurei o garoto estranho por todo o tempo, mas ele havia sumido de vez e eu havia me cansado de procurá-lo. Após horas e horas de aulas e bláblábláblá de pessoas nojentas e de me sentar ao lado de Nuffy na aula de Conhecimentos Gerais finalmente poderia ir embora dali e ser feliz em minha cama e edredón, mas eu teria que voltar no dia seguinte e isso era totalmente broxante.

   Enquanto passava pelos corredores totalmente entediada alguém esbarra em meu ombro e quando noto quem é a tal pessoa é ele o garoto que me observava e como ele estava longe nem havia notado que seu rosto era tão bonito e que seus olhos eram azuis, mas o azul de seus olhos me lembravam o de alguém, mas como sempre não me recordo de quem. Estou tão vidrada em seus olhos que não consigo ficar brava com ele ou qualquer motivo que envolva isso, e mais uma vez ele some do nada e eu ainda continuo confusa.

O que ele queria de mim? O que todos pareciam querer de mim? Sexo

   Christopher está encostado no Volvo preto que meu tio havia comprado para mim no meu aniversário passado e eu nunca quis que ele me comprasse isso e eu nunca nem o havia dirigido desde o em que o vi com um enorme laço de cetim vermelho-cereja e por uma motivo bem obvio, eu não sei dirigir e o máximo que sei é ligar o rádio e escutar músicas nele.

Christopher parecia com seus pensamentos longe e com suas típicas roupas e ele sorri ao notar minha presença e é quase impossível eu não sentir uma vontade louca de agarrá-lo ao ver seu sorriso, mas tenho que me controla. Então eu lembro de onde eu via a familiaridade naquele garoto, era em Christopher que estava lembrando. Ambos eram bonitos e tinham aquele ar misterioso e o jeito obscuro de se vestir, mas não sei o porque, mas Christopher conseguia ser ainda mais belo que ele.

- Boa noite.-ele diz.

                        ***

Em meu quarto meus pensamentos voam longe enquanto penso em Sthefany e o garoto misterioso de olhos azuis que sei que são bem parecidos com de meu tio Juan, na verdade ele todo parecia com meu tio Juan quando era mais jovem e se eu não soubesse que meu tio não tinha filhos poderia até dizer que eram pai e filho, mas sei que é impossível...
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Mais um capítulo eeeeeeee!! Espero que tenham gostado dele e por isso votem e comentem se gostaram ou se não gostaram e ainda tem muita emoção pela frente aguardando o próximo capítulo.

Um Beijão da Vick 😚😘😙

Até a próxima meus bebês!!

A herdeira {Vondy} √ - Primeiro Livro Da Duologia Herança & Vingança.Onde histórias criam vida. Descubra agora