Counting stars

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Eu adooooorooooo esta música!!!

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   Quando não se cuida,perde-se.

   Pena que eu tenha me apercebido disso tarde demais.

   Não se pode esperar segundas oportunidades da vida. Ou agarra-se a primeira que encontramos ou então nada feito.

   Mas se a vida quiser dar-me uma segunda chance, eu estou disposta a agarrá-la com tudo o que tenho. Se isso não acontecer...bem...nós devemos aprender com os nossos erros.

   Todas as lições que a vida nos dá hão-de servir para alguma coisa. Para não cometermos o mesmo erro duas vezes.

    Algum de vocês por acaso faz a mínima ideia do que é um "workaholic"?

   Logo que cheguei a casa, liguei o computador para arranjar uma palavra. Uma palavra apenas, que definisse o meu problema.

   E cá está ela: "workaholic" - pessoa viciada em trabalho.

   Basicamente, é isto, mas há outras coisas por detrás.

   Eu não era viciado em trabalho porque gostava do trabalho, ou sequer para provar algo a mim mesmo. Apenas, como toda a gente, queria ver a minha conta bancária cheia no fim do mês.

   E claro que quanto mais trabalharmos mais cheia ela fica.

   Mas agora eu percebo...para quê ganhar dinheiro a potes, senão tens tempo para aproveitá-lo com a pessoa de quem mais gostas?

   É aí que começa tudo.

    Grandes planos para o futuro....

    Se é para pensar...pensasse sempre em grande, não concordam?

   Grande casa, grande carro, grande piscina, grande emprego...era o que eu pensava na altura...

    Pensava e trabalhava para isso, trabalhava imenso. Mas agora que olho para trás, vejo que me esqueci de uma coisa extremamente importante na lista, que sem ela, não vale a pena ter todas as outras... a minha mulher.

   Quase que, olhando para a cozinha, estou a vê-la com um grande sorriso na cara, andando de um lado para o outro enquanto me preparava o pequeno-almoço. E depois vejo-me a mim, como grande besta quadrada que era, enquanto vestia o casaco às pressas com uma torrada na boca, e com uma caneca de café na mão.

   Passava às pressas, e saí às pressas. Tudo se passava depressa.

   Dava-lhe um beijo de leve no rosto e saía a correr porta fora. A única coisa que não passava depressa, era o tempo que eu estava no escritório. 

   Quanto mais tempo lá estava, mais tempo acabava por ficar, e mais, e mais tempo... um autêntico ciclo vicioso. Era casa,trabalho, trabalho, trabalho, e mais trabalho, e só depois finalmente casa.

    Claro que o meu trabalho também não era fácil.

   Para um empresário nunca é fácil, juntando o facto de estar a trabalhar numa empresa daquele calibre.

   A minha mulher compreendia isso e esperava pacientemente por mim sentada no sofá, enquanto via a novela. Quando chegava a casa, todo o meu tempo era só dedicado a ela.

   No início a situação não era grave, aliás não havia problema nenhum. O problema começou apenas quando eu, como todos os meros mortais, comecei a tornar-me ambicioso.

   Queria sempre mais e mais. Ia passando mais horas no escritório e essas horas foram esticando e esticando cada vez mais, da mesma maneira que a minha conta e eu estava contente com aquilo.

   Aquilo tinha-se tornado uma maneira de viver para mim. Pensava, sonhava, e comia trabalho. Tinha-me apenas esquecido de um pequeno detalhe nesta história toda.

    Esse pequeno detalhe, continuou durante algum tempo à minha espera no sofá, mas como o tempo de espera ia esticando cada vez mais, ele acabou por ficar cansado de esperar... nunca mais esperou por mim.

   Passei a chegar a casa sem nenhum sinal de vida que fosse dela; com as luzes todas apagadas e a televisão desligada. Mas ela estava lá.

   No quarto, já a dormir. Uma paz de alma.

   E o sentimento de culpa.

   Só que a culpa não faz dinheiro...

    Essa paz de alma, um dia encostou-me completamente à parede. A paz de alma, dava lugar a uma pessoa completamente revoltada e desiludida comigo. Mas essa pessoa, mesmo enraivecida, conseguiu levantar um bocado o pano mostrando o que era antes e deu-me uma chance de as coisas voltarem a dar certo.

   Aquela era a minha primeira e última hipótese.

   -Eu vou marcar um jantar no nosso restaurante, por volta das 8. É bom que lá estejas...

   Dessa vez eu estava decidido. Ia recompensá-la custasse o que custasse. Pensava eu que daria qualquer coisa para ir àquele jantar.

   Pensava...pois não fazia ideia do dilema que me iam pôr em mãos nesse dia.

    Havia uma reunião muito importante nesse dia, e eles disseram que eu tinha que estar lá, desse por onde desse. Eu recusei, e mais uma vez, alguém me encostou à parede. Ameaçaram-me despedir se eu faltasse à reunião.

   Agora eu tinha que saber responder a uma simples pergunta:

   Darias o teu emprego para ir àquele jantar?

    Voltei para casa, preparei-me e arranjei-me...

    ...para ir à reunião.

    Deixei-a pendurada no restaurante, para não perder o emprego.

    Agora digam-me:

   Não há coisa mais reles do que o que fiz? Talvez, mas isso não minimiza a minha culpa.

    Fui no dia a seguir a casa dela.

   -O que é que estás aqui a fazer? Acho que fui bem clara.

   -Espera. - disse eu metendo o pé para segurar a porta. - Deixa-me só explicar.

   -Então explica-te. -disse ela cruzando os braços.

   -Eles ameaçaram despedir-me se eu não faltasse ao jantar.

   -E daí? Achavas que eu te ia desculpar por causa disso?

   -Bem...

   -Não vale a pena responderes sequer... - e fechou a porta.

   Mais uma vez pergunto:

  Será que um emprego vale uma pessoa?

  A resposta é não.

   E foi aí que percebi que a tinha perdido para sempre.

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" Sentado, não mais contando dólares, nós estaremos a contar estrelas"

"Sitting, no more counting, dollars will be counting stars"

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