Ola Ferias

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Cambriel...

— Muito bom vê-lo por aqui, Cam, se me permite chamá-lo assim

Meus olhos refletiam nos dele, podia me lembrar perfeitamente da última vez o que os vi. A frieza dele fora tanto que podia vê-lo ainda exposto, ali,naqueles lindos olhos verdes.

— Sem nenhum problema, Val... Se assim me permite também.— havia um sorriso cínico em seu rosto

Cam tinha uma beleza rara, quase não humana, uma perfeição natural inalcançável. Eu costumava admira-lo por horas a fio, muito tempo... Seu físico já não me esconde mais a podridão de sua alma.

Sorrio para ele e Alana nos olha com brilhos nos olhos

—Ela não costuma ser tão amigável conhecendo pessoas novas— ela cutuca o braço dele. —Começou bem - e pisca pra ele.

Como assim não sou muito amigável? É claro que sou... Ok, só com algumas pessoas. A culpa não é minha se ninguém me interessa.

—Não se sinta muito especial - digo e o encaro fortemente. —Eu posso ser amigável quando quero. - sorrio ironicamente.

Ele olha para Alana

— Hummm, então vocês são aeromoças? - Ele diz como se não tivesse me escutado

Comissárias de Bordo ! COMISSÁRIAS DE BORDO!

Controlei minha língua para não corrigi-lo, um dos meus péssimos defeitos é adorar corrigir as pessoas.
Cam sabia disso.
Ou ele parou no tempo quando ainda diziam "aeromoças", ou fez de propósito, acredito na segunda hipótese.

-—Devem gostar do que fazem, não é? - ele diz completando a frase. — Não deve ser tarefa fácil trabalhar em meio á pessoas.... —
agora ele direciona o olhar pra mim
— Servindo pessoas.

Isso foi uma indireta ? Maldito !

Percebo seu olhar como se estivesse tiram sarro de mim. Cerro meus punhos e continuo a sorrir para ele.

— Pra ser sincera... —  Alana responde.  — Não é tão fácil mesmo, mas, aprendemos a conviver, a lidar, e a amar nosso trabalho.

— Sempre quisemos conhecer o mundo... — digo e Cam volta seu olhar á mim — ... Conhecer lugares e até mesmo pessoas novas, por mais que sejam momentâneos. —Digo olhando fundo em seus pequenos olhos. - Queriamos liberdade e todos merecem ser livres, não é mesmo?!—

uma pergunta não tão retórica, sabia o que ele estava respondendo em sua mente.

Ele cerra os dentes mas em questão de segundos, os desfaz.

Em meu peito arde uma alegria e prazer por saber que provoquei algo em Cam.

Que ainda o atinjo.

— Concordo plenamente, estou feliz por vocês duas.— ele diz e pega na mão de Alana e em seguida na minha- Posso não conhece-las mas a felicidade do outro me faz feliz.
Cam diz e sorri para nós duas docemente.

FALSO !

Olhei para nossas mãos juntas, seus dedos segurando a palma de minha mão, aquilo me causou prazer, o toque de Cam sempre me satisfazia, seja onde ele tocasse, até mesmo em meu ombro.

Não, não se deixe enganar.

Voltei a olha-lo, não como antes, desafiando-o, mas...

Decepcionada

A sensação de prazer logo foi substituído por uma dor muito grande
E familiar
Lembrar de como Cam me enganou, conquistou confiança e o pouco de sentimento pra depois simplesmente destruí-los...

Não se deixe levar novamente.

Imediatamente afasto minha mão da sua.

Ele sabe seus pontos fracos.

— Admiro pessoas assim... Parabéns Cambriel- Diz Alana com um tom baixo.

—Pode me chamar de Cam.—  ele sorri para ela ainda tocando em sua mão. Aquilo me causou ciúmes

— Ok, podemos ir. - Interrompo com os dois - Preciso descansar, Lana. - Digo rispidamente.

CaídosOnde histórias criam vida. Descubra agora