Detida ao chão pelo sobro da criatura,Ana sente sues lábios serem fechados pro finas unhas, que ao adentrar seus lábios, deixam bolhas de sangue que negras como a noite escondem algo que não pode ser visto pela luz do dia. Ela tem seus lábios costurados pelas finas unhas que ao terminar o processo por completo, passa sua língua áspera como rocha em seu rosto como forma de agradecimento pelo bom comportamento e como se retraísse todo o sopro de volta ao seu provedor à criatura some.
Ana ainda se mantem paralisada, não move nada,nem seus olhos foram poupados do misterioso acontecido. Ela com o corpo totalmente ereto, no denso chão da velha casa sente a chegada de algo pior....
A densa areia começa à movimentar-se como uma convulsão que não pode ser interrompida por ninguém,vai se usufruindo do corpo de Ana como se ela fosse uma prostituta que não pede nada em troca,somente sexo. Vai sendo engolida e vomitada aos poucos, se assemelha a uma brincadeira de criança que não sabe que uma hora tudo acaba,até à vida. À noite está feliz hoje!
Surge um forte vento que ultrapassa as rígidas paredes da velha casa,Ana coitada!,imóvel sente tudo,mas não consegue rebelar-se contra.
O vento leva e eleva tudo,areia,folhas,telhas.Mas Ana não,continua refém de algo que não consegue compreender e nem se defender,assiste como se tudo aquilo fosse obrigatório e ela como protagonista tinha que ser o centro de tudo aquilo.
Tudo para!,vento,folha,areia,telha. Levitam-se no ar como às nuvens da primavera, tão calmas. Com olhos fixos, Ana assiste o revoar de todos esses materiais que construídos por homens ou pela própria mãe natureza,tem que servir-lhe para algo,tem que ser útil.
O silêncio volta ao seu posto de dominador,os vultos recuam,areia,folhas, voltam ao seu estado de inércia,voltam ao chão. Nenhuma folha cai sobre Ana,mas a areia ao decair cobre-lhe como se estivesse sendo ré-colocada em seu pote mágico. A mulher fica como se estivesse acabado de sair de seu túmulo para tentar pedir ajuda à algum anjo ao qual ela nunca confiou.
Oh! triste Ana.
Às telhas voam como pássaros em direção ao teto,se fixam como se nunca estivessem sido retiradas de lá,acomodam-se.
- Ana? acorde Ana,o sol cumpriu com sua promessa de retornar. Acorde !
- Eu não dormi está noite,ela não deixou. Ana ainda se encontra na mesma posição que à deixaram.Mas agora pode mover-se por conta própria.
- Por isso lhe desejei boa sorte!. Sabia que não iria ser nada fácil.
- Isso não parece real,isso não existe,você não existe,- Aquela coisa não existe,aquele movimento não existe,mas eu existo,eu sei disso!
- Isso é real,eu existo,aquela coisa existe,aquele movimento existe,mas é você Ana que não existe.
A força da desistência toma conta de Ana,que em tom de súplica pede; -Por favor! sua voz me soa tão clara.Mate-me por favor! . Ao balbuciar tais palavras,Ana enxerga que uma nova companhia adentrou à velha casa.
Uma frágil borboleta azul,ultrapassa a porta e vai em direção ao azul da parede.Que momento! Ana admira à paisagem e pela primeira vez sente o que é não estar sozinha e diz; - Não me interessa saber como você consegui atravessar a porta, só seja bem-vinda!.
- Hahaha....É isso Ana,não questione as coisas,só se adéque à elas.Isso faz muita diferença no mundo.
Ana levanta,deixa que a areia que lhe cobre caia por terra por livre vontade.Vai em direção a borboleta e estende sua mão para que ela escolha o melhor lugar para pousar.
- Suas asas são mágicas!.
Uma nova sinfonia toca na floresta,pássaros,diversos sons se colidem e fundem-se ao doce vento se que se propaga pelo mundo até chegar à abandonada casa azul da desconhecida floresta. A mágica acontece!, ela se desprende da sólida parede e em uma comunhão de paz, revoa sobre Ana em modo circular até pousar em seu pálido e magro ombro. Uma dança que encanta até os mais frios,os mais sólidos,os mais tristes,os mortos!.

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ONDE ESTÁ ANA
AdventureUma jovem mulher acorda do nada em uma cabana abandonada no meio de uma floresta onde somente o desconhecido pode mover-se livremente. Serão somente 20 capitulos, mas garanto que serão maravilhosos.