ONDE ESTÁ ANA

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Um novo dia nasce, Kelly cumpriu o que prometeu à Sôra, não dormiu. Ela olha ao chão com a intenção de ver algum rastro dos visitantes de ontem à noite.

Kelly -  Não há rastros -  Reflete mentalmente.

 Sôra ainda se mantém agarrada à grande mulher, seu rosto está com expressões suaves.

Kelly - Que linda!, dorme feito um anjo. 

  Sôra começa a acordar, seus minúsculos olhos brincam de abre-fecha. Sua pequena boca se abre para soltar o ar que vem de dentro depois de uma longa noite de sonhos, diz meio sonolenta.

  Sôra - Kelly, já é dia? 

Kelly - Sim minha linda, o dia já nasceu.

Sôra - Bom dia kelly.

Kelly - Bom dia pequena.

Minutos depois já acordadas,as duas descem do grosso galho da  árvore e ao chão planejam os próximos passos.

Sôra - Vamos!

Kelly - Aonde ? 

Sôra - Vamos salvar à Ana. 

Kelly - Querida, eu não sei se devemos ir salva-lá. Você viu o que aconteceu com seu amigo ao tentar resgata-lá, eu não sei se...

  Sôra fica alguns segundos em silêncio e fala...

  Sôra  - Você não precisa ir Kelly, você já se arriscou de mais por mim. É uma amiga, mas à Ana, Daren, eram minha família aqui,  e eu não posso abandona-lá agora. Sinto que ela acredita em mim e no Daren, que vamos salva-lá, só que... - Lagrimas escorrem - só que somente eu poderei tentar, eu queria que no momento em que ela visse nós dois, fosse uma explosão sabe, uma explosão de felicidade de amor, de carinho. 

Sôra - Kelly, eu sei que sou só uma criança e que sou frágil, mas meu coração é grande, e minha esperança é ainda maior, sei que posso encontrar aquelas criaturas pela frente e se acontecer comigo o mesmo que aconteceu com o meu amigo, não tem problema, Daren vai estar lá para me receber seja onde for. - Leve sorriso - 

Kelle - Minha pequena, você é muito especial. Eu irei com você para onde for, lutarei por você contra quem for, morrerei da maneira que for, só para te proteger. 

A mulher segura na mão da pequena e com um leve sorriso na face pergunta;

Kelly - Você ainda sabe o caminho de volta?

Sôra -  Sei!

kelly -  Então vamos salvar sua amiga.

Sôra -  Vamos!...Muito obrigada kelly, muito obrigada .

Guiada por Sôra, as duas adentram a mata em direção à casa branca, fazem todo o percurso de volta, passam pelo lago seco, pelos galhos onde a pequena caiu ao correr por causa da morte de Daren. Caminham mais alguns minutos e ao chegarem perto do lugar onde Ana está, escutam vozes, Kelly ligeiramente manda Sôra se esconder debaixo de uma planta que contém vastos e assimétricos galhos, ela grande como é, não pôde se esconder e ficou à espreita por de trás de uma alta árvore, em seguida algo aparece  sob o olhar de Kelly.

Ela por de trás da alta árvore, vê uma mulher completamente nua, pele muito opaca e com vários cortes ao redor do pescoço,pulsos. Seu cabelos pretos eram longos, tão longos que chagava a tocar as pontas no chão, unhas grandes, dentes muito escuros, à criatura feminina para perto de Sôra e como se tivesse sentindo algo, começa a cheirar o ar na intenção de captar de onde vem esse cheiro, balança sua cabeça várias vezes, se movimenta em círculos há procura de algo.

Kelly mantém-se parada no mesmo lugar, à menina coberta por completa pela planta, segue imóvel, segura algumas vezes a respiração na intenção de não ser descoberta pela horrível mulher que está bem perto dela.

A criatura horrível parece não falar, alguns minutos depois duas pessoas que vinham conversando dão de frente com à criatura. Uma senhora que aparenta uns 68 anos, e uma que por não ter uma das pernas, vinha apoiada no ombro da velha senhora e na outra mão, mantinha se sustentada  por um pau, que servia-lhe de muleta.

Visivelmente cansadas, e diante da mulher opaca, à idosa tira a mão da outra de seu ombro e sai correndo na mesma direção que vinha, a outa mulher um pouco mais jovem, se desequilibra e cai ao chão, não podendo correr, vê a criatura se aproximar lentamente em sua direção, tenta se arrastar mas percebe que é em vão e vira-se para à mulher de longos cabelos que já próxima, enfia suas longas e afinadas unhas nos olhos da mulher ao chão. Depois de retirar as unhas do rosto da mulher, e em seguida seu corpo ir ao encontro do chão, a horrível mulher à abre ao meio demonstrando uma grande força e vai em direção à outra que saiu correndo.

Kelly ao ver a coisa indo atrás da outra, vai até Sôra e apega nos braços e sai correndo rapidamente, minutos depois  e já se sentido segura ela coloca a garotinha ao chão e pergunta se ela está bem, a menina responde em lágrimas:

Sôra - Por quê... Por quê  não a ajudou, ela não podia andar, por quê Kelly?

Kelly - Eu não quis Sôra, eu não quis. Sim, eu poderia ter salvado ela, mas eu pensei que... que iria nos por em risco, por isso não me intrometi.

 Sôra - Você poderia ter salvo ela, eu não entendo... 

Kelly - Você ainda é muito pequena Sôra, não sabe as escolhas que os adultos fazem para proteger o que amam, não sabe.

Sôra - Eu não entendo... eu não entendo...

Kelly -  Vamos! - Kelly segura à mão de Sôra,mas a garotinha puxa.

Kelly - Sôra?

Sôra - Eu não posso ficar ao lado de alguém que escolhe quem morre, quem vive. 

Kelly - Não... você entendeu errado.

Sôra - Não kelly, foi você que agiu errado, você é capaz de deixar uma outa pessoa morre só pra não perder o que ama, isso é errado!. Um dia isso vai acontece, você não pode ter tudo o que ama pra sempre.

Kelly -  Sôra! não, Eu sei disso, eu só estava te protegendo, aquela criatura estava perto de você, você viu.

Sôra - Vá embora!

Kelly -  Sôra não! não é assim. Você está sendo imatura.

Sôra - Eu sou uma criança, você não. É errado Kelly, meu pai morreu tentando salvar uma pessoa que se afogava, ambos morreram.

A pequena sai caminhando sozinha em direção à casa, Kelly fica parada no mesmo lugar aos prantos. 

Sôra - Não me siga Kelly, Obrigada por tudo.

A criança some entre as folhas, a grande mulher sozinha continua chorando, dá socos no chão com a mão direita, ferindo-a um pouco. Levanta-se, e faz o caminho contrário ao de Sôra e some. 

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