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- Kelsey Adams,
Manhattan, NY.

Sentia as mãos a tremer e o corpo a balançar sem que eu mesma o pudesse sequer conseguir controlar.

O dia estava quente, mas sentia-me completamente gelada, fria.

Guardo as últimas roupas na mala vermelha e penso no quão bom era ter duas semanas para poder voltar para casa e estar rodeada de coisas que gosto. No entanto, havia um pequeno senão no meio de tudo.

Não via o Zayn há quase mês e meio. Não tinha notícias sequer. Como se tudo aquilo que pareciam ser promessas eram na realidade lixo. Mentiras ditas da boca para fora. Mas estava melhor. Pelo menos aqui, em Nova Iorque, tudo parecia diferente. As frequências roubavam-me tempo suficiente e por isso alguma coisas chegam a passar despercebidas.

Até mesmo o Zayn.

Mas a realidade não era bem assim como a tentava pintar. Estava destroçada, agora sim podia dize-lo em alto e bom som. Sentia-me derrotada.

- Estás pronta para ir? – Matilde, a minha colega de quarto, chama-me e eu assinto-lhe em aprovação.

Pedimos um uber através da aplicação e em menos de cinco minutos, estávamos dentro do pequeno opel corsa com serviço de wifi. Pelo menos era isso que o condutor tanto repetia.

- Pode estacionar aqui. – Pedi, ao senhor de barbas longas, assim que avistei a grande entrada do aeroporto.

Saí do carro e tirei as malas sozinha. Matilde, a rapariga de cabelos loiros, tinha a pintura esborratada e os olhos lacrimejantes.

Havia-se tornado numa grande amiga. Éramos o contraste exato uma da outra, mas isso era engraçado.

- Não te ponhas a chorar. Por favor. As pessoas estão a olhar. – Advertia-a na brincadeira e ela riu-se.

- É bom que voltes! – Ela adverte-me, sabendo de tudo aquilo que mantinha guardado em Los Angeles.

Acenei, sem deixar qualquer réstia de palavras e abracei a minha mais recente amiga de NY.

Entrei no aeroporto sem sequer olhar para trás. Fiz o Check In e aguardei sentada numa das cadeiras cinzentas pelo última chamada do meu voo.

Visualizei as mensagens do meu telemóvel e tentei responder a todas, principalmente à minha mãe que estava a delirar pela minha chegada.

Guardei o telemóvel no bolso de trás das calças de ganga e avancei com a minha mala de colo e a mala gigante de viagem, pela qual havia pago o excesso de peso.

Ponho-me confortável e ligo o ipod em modo voo, numa das minhas playlists preferidas. Fecho os olhos e espero que as duas horas de voo passem a correr.

{...}

Acordo com a música alta sobre os meus ouvidos, o que se tornou bastante desconfortável ao acordar. Ajeito-me e oiço a voz do comandante anunciar faltar cerca de vinte minutos para uma aterragem leve e sem turbulência prevista. Menos mal.

Ripped Jeans • Zayn MalikOnde histórias criam vida. Descubra agora