já vai deixando aquele votinho pra ajudar a juju 😘
boa leitura.Carolina
Eu finalizei o capítulo de uma de minhas obras com uma frase de reflexão que não achei tão ruim. Mas lembrei das palavras de minha mãe que me diziam sempre que eu precisava melhorar, por mais que eu seja boa.
Eu respirei fundo, tomando o meu chá quente enquanto no rádio uma música soava baixa. Eu não costumava ouvir radio, mas naquele dia queria ouvir algo diferente do que está em minha playlist e me sentir um pouco mais retro para por no YouTube.
Tocava Californication dos Red Hot Chilli Peppers, uma música que me encantava, talvez pela voz, ou pela batida, mas a letra também dizia coisas legais. Não era ruim, mas não era a melhor.
E então um toque de bateria soou, depois de um tempo uma voz masculina acompanhada de violão e eu odiei aquela voz como odiei aquela pessoa no instante em que eu a conheci.
Son, she said, Have I got a little story for you. What you thought was your daddy was nothin' but a...
Atravessei o meu apartamento até o outro lado para desligar o rádio, mas não pareceu melhorar. A minha raiva cresceu quando a campainha tocou e eu atirei o rádio para o chão quebrando-o, mas não completamente.
O peguei novamente, atirando-o contra a parede, os sons da campainha me perturbavam e eu gritei quando as lágrimas desceram em meu rosto.
Era ele de novo.
As imagens de minha mãe chorando ficaram gravadas em mim, e aquela voz que me dizia o quanto eu não era querida.
A campainha parou e eu já me encontrava agachada, as costas na parede e os meus pés descalços. O meu corpo tremia de frio, um frio que nem sequer existia e então eu solucei. Era sempre isso, eu sentia na pele os beliscões que ganhei de muitas pessoas da escola, quando eu dizia que papai não era o meu papai.
—Carolina!!
Harry gritou entrando em meu apartamento de repente, ele se abaixou à minha frente apenas para me abraçar forte e dizer que estava lá. Harry sempre costuma dizer que nos conhecemos aquele dia, quando eu cheguei no condomínio, mas na verdade, nos conhecemos nesse dia, quando eu o contei parte de mim.
Ele me esperou, esperou que eu me acalmasse, apenas me abraçou. Não me julgou, não disse nada. Eu apenas encostei minha cabeça em seu peito e chorei o quanto eu quis, o quanto eu me permiti.
Eu estava assim por uma música? Eu estava assim pelo o que ela dizia? Ou eu estava assim porque quem fez a música na verdade foi o meu pai biológico, que não se deu ao trabalho de me registar, mas anos depois compôs uma música jogando na minha cara tudo o que eu não tive? Um pai biológico.
Horas depois de chorar no peito quente de Harry e encolhida em seus braços amigos e confortáveis, eu decidi me abrir com ele.
Talvez fosse a segurança que eu sentia vinda do rapaz gentil e carismático. Talvez a nossa noite divertida que me fazia rir e ficar com raiva ao mesmo tempo, talvez por nossa amizade engraçada, mas eu decidi que seria certo deixa-lo me conhecer.
E então, eu lhe disse.
—Eddie Vedder é meu pai.
Os seus olhos se arregalaram, mas ele não disse nada.
—Como eu tenho casas luxuosas? Carros? Reconhecimento... Tudo isso são coisas que ele compra pra mim, me pedindo perdão por ser um completo babaca quando jovem. Tudo isso para que eu o desculpe por ele não ter me registrado quando menor, já que ele preferia a sua vida de sexo e rock'n roll.
Harry continua calado, as suas mãos fazem carinhos em minhas costas enquanto, ainda largados no chão, ele me escuta atenciosamente.
—Eu tenho alguns traumas. Eu o vi cinco vezes, em toda a minha vida, pelo o que me lembro. Ele me manda cartas no meu aniversário. Cartas! -Bufo. —Na primeira vez que eu o vi, os seus cabelos eram cumpridos e ele andava sempre com o queixo erguido. Ele estava sempre vestido como um rockeiro desleixado, e sempre dizia grosserias para mamãe. Ele me chamava de "coisa" e eu só tinha cinco anos! Na segunda vez, foi aos meu seis, mamãe disse a ele que iria se casar com Jacob, papai, e disse que não precisava mais de Eddie. Porém, anos depois, Edward apareceu em Carolina do Norte, aos meus oito, para pedir perdão a mamãe por tudo. Eu estava na escada quando o ouvi dizendo coisas obscenas para ela, dizendo que precisava dela. Mas na verdade, Edward sempre foi um homem triste, ele só precisava que as pessoas mais tristes que ele para ele se sentir melhor. Mamãe o mandou embora e papai disse para ele nunca mais voltar. Criança e orgulhoso, Eddie disse que voltaria e ele fez. No natal, aos meus treze, ele chegou em casa com um monte de presentes, disse que me daria tudo e me explicou o quanto ele era criança quando eu nasci, que ele se sentia arrependido e queria uma chance. Mas não saia da minha cabeça todos os insultos que eu ganhava quando menor e todas as risadas de pessoas que achavam que minha mãe apenas queria roubar o seu dinheiro. Eu o odiei desde sempre. Quando eu o expulsei, achei que ele nunca fosse voltar, e ele não voltou. Mas aos meus vinte e um, ele me ofereceu uma oferta de paz. Ele me mandaria uma mesada todos os meses, me daria carros e casas e não chegaria perto de mim. Eddie disse que queria me ver, queria me conhecer, mas como eu nunca quis isso, ele disse que só me deixaria em paz se eu aceitasse a sua "riqueza", foi o que fiz. Aceitei o seu dinheiro para não conhecê-lo.
Quando acabei, respirei fundo. Era difícil contar a história para alguém. A última pessoa que contei isso foi Max, e depois de sua morte, eu não me abri com ninguém. Mas é claro que Harry mudou isso.Ele não disse nada. Fez uma cara triste e pensativa antes de me envolver em um abraço carinhoso e beijar a minha cabeça. Eu sabia que mais tarde estaríamos fazendo piadas, foi o que fizemos, mas após o meu descontrole emocional, Harry deu-me o que eu precisava, como ele sempre fazia, ele deu-me a sua companhia, ele deu-me ele.
E eu agradeço por isso, porque nunca em minha vida alguém tinha dado-se à mim.
não me matem por isso.
mas eu gostei desse enredo com o gostoso do Eddie, do Pearl Jam. EU AMO PEARL JAM
enfimmmm
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Carolina H.S
FanfictionEla tem um livro para cada situação. Vai a festas sem ser convidada. Como você poderia nega-lá?