11- Our grave

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   Eu não sabia bem o que estava acontecendo, mas eu estava começando a ficar confusa. Harry tem estado estranho, ele anda sempre me olhando e depois de nosso recente desentendimento, ele age como se nada tivesse acontecido.

Agora estamos em seu quarto jogando cartas, mas Harry jogou-se para trás com o tédio exposto em seu rosto.

—Boliche ou cinema?-Ele perguntou de repente e eu engoli em seco um pouco nervosa.

Ele estava me chamando pra sair? Não, não. Eu tinha que tirar essas ideias de minha cabeça, eu estava surtando com isso. Gostava de Harry, mas depois de tantos corações partidos, eu sabia que iria nos destruir se tentássemos algo a mais que uma amizade.

—Não gosto de sair. -Dei de ombros e ele riu, levantou-se em um movimento rápido e tirou a blusa alegando estar com calor. Tentando não parecer muito alterada com aquilo, eu não disse nada e nem me movi.

Harry pegou o seu Ipod e seus fones, ele me ofereceu um fone enquanto se deitava ao meu lado em sua cama.

—Você acha que eu canto pop?

—Você não canta? -Levantei uma sobrancelha.

—Eu cantava, quando One Direction existia.

—Ué. -Eu junto as sobrancelhas confusa e ele ri novamente, mas dessa vez não era aquele sorriso iluminado e feliz, era um sorriso triste. Harry me contou que a banda começou a acabar com a saída de Zayn, ninguém mais aguentava a gestão e a mídia em cima deles, desrespeitando o espaço deles. Ninguém queria pop, estavam todos maduros e querendo atingir novas coisas, então eles entraram em pausa, mas a pausa nunca acabou, porque todos os meninos estavam felizes fazendo o que eles realmente gostam. —Eu... Não sinto muito.

Harry me encara com seus olhos bonitos e eu respiro fundo antes de continuar.

—Vocês estão felizes agora. Isso é bom. São livres.

—Nem todos. -Harry fecha a cara.

É claro que eu tinha falado merda, Louis não é livre. Louis ainda tem a mídia presa em suas costas. Louis ainda não pode ser quem deseja.

Um silêncio se formou entre nós e eu não soube o que dizer nessa hora, observei os dedos grandes de Harry mexerem no fone e suspirei com o pequeno bico que se formou nos seus lábios. Ele estava pensando em algo, eu tinha lhe embarcado nessa viagem triste. Ele amava Louis e eu me preocupei quando percebi que isso me incomodava de uma forma diferente.

Independente de tudo, eu não queria que ele amasse Louis.

—Você... não ia me mostrar sua música?

Seus olhos sobem até os meus e ele assente sorrindo em seguida.

Eu coloco um fone e uma música suave começa a tocar, o toque era delicioso e contagiante e logo deu espaço a alguns sussurros. Eu olhei para Harry e ele parecia nervoso, como se minha opinião importasse. Um sorriso iluminado abriu em meu rosto quando um grito que reconheci ser de Harry soou.

—"Abra seus olhos, cale a boca e veja que eu ainda sou o único que está apaixonado por mim. Estou satisfeito de ter você preso entre meus dentes e não há nada que eu possa fazer a respeito. "

Eu estava surpresa demais para falar algo então eu apenas sorri porque estava virando uma fã da voz de Harry.

Disse ao seu irmão e ela me disse que ela será um anjo, apenas espere e veja! Quando na verdade ela é um diabo nos lençóis e não há nada que ela possa fazer a respeito.

Ela é um anjo!!- Harry gritou ao meu lado e eu ri. —O único anjo!!

Ate a música acabar ficamos rindo e gritando como dois adolescentes desocupados conhecendo novos gêneros de musica.

E quando ela acabou, Harry se jogou ao meu lado na cama e eu acabei por cair com a cabeça em seu peito, ao qual ele não deixou eu sair.

—Já virou minha fã?

—Sua fa?- Levantei uma sobrancelha, desistindo de mexer meus braços. —Você canta muito mal.

Ele riu antes de me jogar para trás no seu colchão enorme e por fim o tive em cima de mim com a boca em meu ouvido.

—O que você disse? -Ele sussurrou baixo antes de morder a minha orelha.

Deixei um suspiro escapar antes de chamar seu nome. Eu pedia algo, não sabia bem o que, estava grogue. O seu cheiro, seus músculos, seu corpo, seu calor. Harry estava me deixando fora de mim e isso não estava certo.

Eu o empurrei, um pouco forte, fazendo-o me olhar. Com os nossos narizes encostados, Harry me observava. Seus olhos verdeados me encaravam como se estivessem lendo a minha alma, codificando o meu silêncio.

—Eu... -Tentei dizer algo, mas eu estava perdida nele e com medo. O que Harry estava fazendo comigo?

Ele estava cavando o nosso túmulo. Estava atirando em nossas cabeças. Nos drogando com venenos.

Estávamos morrendo.
Morrendo com a paixão passageira. Morrendo de orgulho.

E então eu me afastei. Disse que precisava ir, tinha muito trabalho pela frente. pff! Grande mentirosa eu sou, revirei na cama com a minha consciência, revirei na cama com os olhos verdes em minha mente.

Nada tirou Harry de minha cabeça por duas longas semanas que eu passei enfiada em meu apartamento, ele chamou muitas vezes, ele me ligou, me mandou mensagens, mas nada. Eu não podia vê-lo, ouvi-lo, porque era tudo o que eu mais desejava.

Eu não podia sentir, eu tinha estado tão bem, tão acostumada com a frieza. Eu não chorava desde a morte de Max, mas chorei quando me senti friorenta em uma noite solitária. A vontade de bater na porta de Harry era enorme, eu queria ouvir sua voz, sentir o seu cheiro, olhar em seus olhos, tocar em sua pele, me aquecer em seu calor, ouvir sua gargalhada...

Foram longas duas semanas sem ele...

Carolina H.S Onde histórias criam vida. Descubra agora