Capítulo 2

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Dessa vez ele é quem dá um passo para trás. A jovem, sem olhar para o que estava no papel, apenas o encara e sorrir. O silêncio se estabelece por segundos. Donnie então, coloca as mãos nos bolsos e respira profundamente, sem consegui pensar em nada.

- Eu... tenho que ir... – o homem fala ao retirar a mão de um dos bolsos e olhar repentinamente para o relógio

- ... eu... também... – Isabela concorda, fazendo um gesto com a cabeça e afirma – está ficando tarde...

- Então!!... – o cantor não "tira" o olhar da jovem - ... vou aguardar... seu telefonema... – e completa

- Vamos combinar sim... – sorrindo, a jovem balança o papel entregue pelo homem de olhos mel esverdeado

Eles se dão as costas. Seguem caminhos opostos. Isabela, mesmo com muita vontade, faz um "tremendo" esforço e não olha para trás. Donnie, intrigado com a jovem, vira-se e a fica observando, até ela sumir na primeira curva.

Assim que chega em seu "laranja simpático", Isabela entra e abrindo um enorme sorriso, encosta-se confortavelmente no banco e fecha os olhos. Ela respira profundamente.

Lembrando-se do papel, a jovem o retira do bolso e o coloca contra seu coração. Isabela começa a rir e por sua mente começa a "passar" seus momentos com o cantor do NKOTB.

- ... calma... calma... Isabela... – ficando séria, a jovem fala alto - ... tenho que ir com calma...

Abrindo o papel bem devagar, Isabela visualiza o número do telefone. Voltando a sorrir, a jovem começa a imaginar seu "futuro" encontro. De repente, um barulho a faz retornar para a realidade. Seu celular insistia em tocar. Retirando o aparelho rápido da bolsa, a moça olha o visor.

- Oi! Mana... – Isabela diz, ainda com um sorriso nos lábios

- ..."Bela"... você está sentada? – uma voz feminina fala

- Gi?... Que voz é essa?... – sentindo um som rouco na voz da pessoa do outro lado da linha, a jovem franze a testa, se preocupando

- Não tenho uma boa notícia, mana... – a jovem do outro lado, suspira e soluça ao mesmo tempo

- O que aconteceu? – Isabela não consegue raciocinar - ... fala de uma vez... – quase implorando, a jovem começa a ficar nervosa. Seu coração acelera

- ... eu... eu sinto muito... – a voz feminina procura as palavras com cautela

- Gisele... se você não disser logo... eu vou entrar por esse aparelho e... – Isabela, não se contendo, interrompe a outra jovem

- Nossos pais sofreram um acidente... – a jovem fala de uma vez

- Quê? ... Como eles estão?... – colocando a mão no seu lado esquerdo, Isabela tenta respirar. Lágrimas começam a se acumular em seus olhos.

- ... eles... morreram... – quase que em um sussurro, Gisele revela

Desnorteada com a notícia, sem saber o que realmente estava fazendo, a jovem de olhos castanhos escuros, desliga o aparelho. Saindo do veículo, nem percebe ainda estar com o papel com o número do Donnie em sua mão. Ela o amassa. Agachando-se do lado de seu "laranja simpático", chora compulsivamente. Fechando os olhos, fashes de suas últimas lembranças de seus pais sorrindo, no seu aniversário.

- ... não... não é verdade... não pode ser verdade... – ainda sem acreditar, a jovem balança a cabeça, negativamente

- Tudo bem?... – uma voz surge, por trás de seu carro.

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