Chegada em Forks (Belle)

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"Nosso amor é como o vento, não posso vê-lo, mas posso sentí-lo." (Landon Carter, "Um Amor pra Recordar")

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Muitos dizem que a morte não se sente, você simplesmente vai e deixa esse mundo, mas pra mim...ela se tornou completamente dolorosa.

Meu nome é Isabelle Fernandes Swan, mas pode me chamar de Belle, meu pai morreu quando eu tinha 5 meses e minha mãe na semana passada em um acidente de carro. Triste, não é? Eu morava em Brasília, capital do Brasil, mas a partir de agora irei morar na pequena cidade de Forks, Washington, com meu tio Charlie. Minha prima Bella se casou e agora mora com a família do marido, os Cullen, e então Charlie tem um quarto vago pra mim.

Eu sentia falta de Forks. Sim, eu já estive aqui quando era pequena. Eu, Bella, Jacob, Seth e Leah brincávamos juntos. Bom, Bella nunca chegou a conhecer Seth e Leah Clearwater, eu brincava um dia com eles e outro com Bella e Jacob, ou como o chamamos, Jake.

Nesse momento, estou na viatura de Charlie. Acho que todos da família Swan tem olhos castanho chocolate. Eu, Charlie, meu pai e Bella os temos...bom, meu pai tinha. Desculpa se eu mudei um pouco de assunto, mas é porque eu acabei de olhar no espelho e de olhar para o Charlie enquanto ele dirige.

Chegando na casa de Charlie, eu fui pegar minhas malas para levar pra dentro, mas Charlie me impediu e insistiu em pegá-las e eu deixei que ele o fizesse. Entramos na casa e ele logo me guiou até onde supus ser o antigo quarto de Bella. Ele entrou e deixou minhas malas em um canto do quarto.

– Bom, espero que goste do quarto. - disse ele, enquanto eu entrava e dava uma olhada. - Era da Bella, mas, como pode ver, está desocupado.

– Não, o quarto está ótimo. - eu disse e sorri para ele. - Obrigada por me acolher, tio Charlie.

– Por favor, Belle, me chame apenas de Charlie.

– Tudo bem, t...Charlie. - sorri e olhei mais um pouco pro quarto, passando meu olhar por todos os cantos até dar de cara com livros, que supus ser da escola. - Ahm, são os livros da escola?

– Ah! São sim! Você começa amanhã de manhã. Eu irei te levar até você tirar sua habilitação.

– Era sobre isso que eu queria te falar...eu faço 16 mês que vem e...

– Quanto à isso, você fará o teste para sua habilitação na segunda da semana antes de seu aniversário. - disse, me interrompendo.

– Tudo bem. - sorri.

– Bom, - disse Charlie, olhando no relógio. - temos que ir.

– Aonde vamos?

– Vamos almoçar com os Clearwater. - ele sorriu. - Depois que falei de você pra Sue, ela ficou super animada e fará surpresa pro Seth e pra Leah.

– Nossa, faz tempo que não os vejo.

– Então vamos?

– Vamos. - eu disse sorrindo.

E lá fomos nós, de volta a viatura de Charlie. Eu peguei meu iPhone, coloquei os fones e comecei a ouvir as músicas de um de meus cantores favoritos, Justin Bieber. Ele não é um cantor famoso, é meu melhor amigo, ou era antes de ter desaparecido por um ano e meio. Ele gravou algumas músicas usando o gravador do meu celular. Deixei uma lágrima cair, mas a sequei antes que Charlie percebesse. Muitos diziam que ele estava morto, pois sua mãe foi encontrada morta. Testemunhas disseram que eles haviam sido assaltados e os ladrões atiraram nela e ele correu atrás deles, mas seu corpo nunca foi encontrado. Também há boatos de que ele pode ter sido vítima de algum ataque animal, pois isso aconteceu quando ele veio pra Washington.

Quando menos percebi, já tínhamos chegado na casa dos Clearwater. Desliguei a música, retirei os fones, os guardando em seguida, e sai do carro observando a casa. Fazia anos que eu não vinha aqui. Eu praticamente morava nessa casa, pois Seth e Leah eram meus melhores amigos. Eles eram próximos a mim, pois nossos pais eram amigos, e vim muito aqui com minha mãe antes de nos mudarmos para o Brasil.

Entramos na casa dela com Charlie indo na frente. Ele cumprimentou Sue e um senhor que estava numa cadeira de rodas. Ele me era familiar, mas eu sabia que não era o marido de Sue, Harry, por ele ter sido morto num desses ataques de animal.

– Hey, Sue, aqui está ela! - disse Charlie, apontando pra mim, me deixando um pouco envergonhada.

– Não me diga que essa é a Belle?! - disse Sue, vindo até mim, me dando um grande abraço e em seguida me olhando. - Meu Deus! Já está uma linda moça! A última vez que te vi você tinha 5 anos. Agora tem quantos? 14?

– 15, na verdade. - eu disse sorrindo.

– Aposto que não se lembra de mim, pequena! - disse o senhor na cadeira de rodas.

Separei o abraço de Sue, me virei para ele e pude olhá-lo melhor. Foi ai que me toquei de quem ele era. Nossa! Como pude me esquecer dele?

– Tio Billy?! - eu disse e ele sorriu confirmando o que eu disse. - Nossa! Você tá bem, ein?! - ri e o abracei.

– É, nada, nem mesmo essa cadeira velha, detém esse seu tio. - ele disse, separando o abraço e rindo logo em seguida.

Eu ouvi alguns meninos "uivando" e vindo na direção da casa. Eu pude vê-los da janela. Charlie veio até mim e ficou na minha frente. Eu era a "surpresa" pros Clearwater, mas ali, entrando na casa naquele momento, haviam dois homens, um com o que pareciam ser 1,80 de altura e o outro com 1,70. Eles estavam sem camisa, apenas de bermuda e eu pude ver o corpo musculoso deles. Músculos mesmo! Parecia que viviam na academia. Mas, voltando, que eu saiba os Clearwater eram um menino e uma menina. E foi aí que uma mulher de cabelo curto, usando um top e um short, entrou na sala.

– Hey, meninos! - disse Charlie. - Como foi na casa dos Cullen?

Como assim, "Cullen"? Eles estavam com Bella? Eu queria muito ir vê-la. Estou com saudade dela. Dei uma espiada por trás do ombro de Charlie e pude reconhecer os garotos. Sim, garotos, pois os "homens" são Jacob e Seth. A mulher que vi entrando era Leah. Caramba, como eles estão diferentes.

– Ah, foi normal! - disse Jacob.

– Bella e Nessie mandaram um beijo pra você, Charlie! - disse Seth sorridente.

– Nessie? - eu disse pensando. - Ops! - exclamei depois de perceber que pensei alto.

Eles olharam em minha direção. Seth veio até mim e eu cruzei os abraços enquanto ele me avaliava. Ele me deu o que eu chamaria de "sorriso sedutor", sei porque já fizeram muito isso comigo em minha outra escola, apoiou-se com um braço em meu ombro e perguntou:

– Quem é a gatinha, Charlie?

Eu arqueei uma sobrancelha e olhei pra ele. Percebi que Charlie, Sue e Billy estavam se segurando pra não rirem da cena. Retirei o braço dele de meu ombro com um tapa, dizendo:

– Cai fora, Seth!

– Como sabe meu nome? - ele disse, me olhando confuso.

Como farei que todos eles se lembrem de mim sem ser bem direta? Deve ter algo que eu saiba que só eles sabem. Já sei! Leah e eu tínhamos um poeminha, que não rimava em nada, e que fazíamos o nosso aperto de mão secreto. Todos sabiam o poema, mas não o toque secreto. Andei até ela e parei a uma distância razoável, pois não sabia qual seria a reação dela.

– Espero que se lembre! - sussurrei para mim mesma, mas pareceu que os três tinham me ouvido e me olhavam mais curiosos. Tirei o pensamento da cabeça e comecei: - Cachorro late, gato mia/ E as gatinhas dançam/ Lobos uivam e nós sorrimos/ Amigas para sempre

– Belle?! - disseram os três ao mesmo tempo.

Stay with me ForeverOnde histórias criam vida. Descubra agora