"Se lembra de quando a gente chegou a imaginar, que tudo era pra sempre, sem saber que o pra sempre se vai." (Legião Urbana)
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Assim que vi Isa correndo atrás de Leah, eu corri na direção delas, nenhum dos lobisomens estava por perto. Eu fiquei à uma boa distância, de modo que eu pudesse ver e ouvir o que elas diziam. Fiquei chocada ao ver Isa se transformar em um lobo castanho-claro e Leah em um lobo cinza.
Ver minhas amigas brigando foi horrível. Vi que Leah deve ter achado o ponto fraco de Isa, porque ela caiu no chão e não conseguiu se levantar. Eu corri ao perceber que Leah ia atacá-la e que ninguém ia impedi-la, me coloquei entre elas e Leah acabou acertando meu braço com suas garras de lobo. Senti uma dor insuportável, mas consegui retê-la. Eu precisava proteger a Isa, se não Leah podia matá-la. Apesar de não ser muito amiga da Isa, como a considero minha amiga sei que preciso protegê-la. Mesmo ela sendo uma lobisomem.
Por fim, as duas voltaram à forma humana e só aí pude perceber qual era o motivo da discussão. Leah teve imprinting por Jaxon, o menino que Isa se apaixonou. De repente, eu estremeci e comecei a me sentir fraca. Isa me ajudou a ir pra casa de Jake. Ele, no desespero, me pegou urgentemente no colo e esse foi o tempo de eu desmaiar. A última coisa que me lembro foi Jake me colocando deitada no banco de trás do carro e Isa colocando minha cabeça em seu colo.
**
Acordei e eu estava em uma maca, mas não estava no hospital. Reconheci o cômodo da casa dos Cullen. Minha boca estava um pouco ressecada. Senti que mãos quentes apertavam as minhas, olhei ao redor e pude ver Isa, sorri ao vê-la.
– Oi! - ela disse.
– Oi. - eu disse. - Por acaso estou na casa dos Cullen?
– Está sim.
Me lembrei da briga que acontecera e disse:
– Eu sinto muito! - ela me olhou confusa. - Pela Leah e o Jaxon.
Eu vi uma lágrima percorrer seu rosto e algumas percorrerem o meu. Afinal, eu passei, ou estou passando, pela mesma situação. Ela limpou a lágrima, eu não podia, afinal Isa segurava minha mão e a outra estava enfaixada e presa numa tipóia, sem falar que no braço bom está sendo injetado sangue. Eu apertei de leve a mão da Isa, ela me olhou e eu disse:
– Eu te entendo.
– Entende? - ela me olhou, confusa.
– Se lembra que eu namorava o Seth? - eu disse isso com um pouco de dor no coração, Isa fez que sim com a cabeça. - Assim que ele viu a Carol... ele teve imprinting com ela. No dia do meu aniversário de 16 anos.
– Desculpa, eu não sabia.
Depois ela me perguntou da jaqueta que eu havia emprestado pra ela se vestir na floresta. Eu disse que ela era do meu pai, por isso era grande. Depois ficamos conversando e nos conhecendo melhor. Pelo que soube dela hoje, percebo que ela vai ficar bem deprimida, mas tentarei ajudá-la ao máximo.
Carlisle veio até mim e disse que eu já podia ir pra casa. No exato momento em que eu me levantei da maca, apareceram Seth e Carol na porta. Ambos estavam com as roupas e os cabelos um pouco molhados. Eles iam me abraçar, mas acharam melhor não.
– Tá tudo bem com você? - perguntou Seth.
– Quando soubemos viemos correndo. - disse Carol.
– Vocês estavam juntos? - perguntei.
– Nós almoçamos juntos e passamos a tarde inteira no parque. - disse Carol.
Esbocei um sorriso, mas por dentro estava caindo em prantos. Eles estavam tão felizes e a última notícia me abalou um pouco mais.
– E nós demos o nosso primeiro beijo. - disse Carol. - Na chuva.
BOOOM! Meu mundo desabou! Fiquei desnorteada. As lágrimas queriam rolar por meu rosto, mas eu não posso deixar que isso aconteça. Sempre tentei esconder meus sentimentos e a maioria das vezes eu consegui. Só quem consegue me decifrar é Justin e Jasper, pois ele consegue "ver" as emoções dos outros.
Justin apareceu na porta e veio em minha direção me abraçando, ele sabia o que eu estava sentindo. Ele partiu o abraço e perguntou:
– Quer que eu te leve pra casa?
– Pode ser! - eu disse e peguei a jaqueta de meu pai. - Tchau, gente! Ahm, Isa passa na casa do Charlie?
– Claro! - ela disse.
Eu saí atrás de Justin. Ele pediu emprestado o carro de Edward e o mesmo cedeu. Eu entrei no carro e me sentei no banco do passageiro. Com a mão direita eu segurava o casaco de meu pai em meu colo. Justin se sentou no banco do motorista e deu a partida, eu coloquei o cinto de segurança e apoiei depois o braço direito, que era o bom, na porta. Algumas lágrimas percorreram meu rosto.
– Você está chorando por causa dele, né? - perguntou Justin.
– Como...? - eu comecei.
– Belle, eu te conheço melhor do que ninguém.
– É verdade! - dei meio riso. - E também você pode ler mentes, mas...
– Já te disse que não consigo ler nem a sua mente, nem a da Bella. - ele continuou.
– Eu tenho algum problema para que não consiga ler minha mente?
– Sabe, esse foi o mesmo pensamento de Bella quando Edward disse isso à ela.
– Nossa! - eu exclamei e voltei a olhar pela janela.
Chegamos na casa de Charlie. Saí do carro e agradeci ao Justin pela carona. Ele se despediu de mim e eu entrei em casa. Charlie não estava lá, mas havia deixado um bilhete dizendo que ia chegar tarde. Acabei de me lembrar de que meu carro ficou com Jake, pois foi nele que ele me levou até os Cullen.
A campainha tocou. Fui atender a porta e lá estava Isa. Ela veio no meu carro. Ela estava com alguns DVDs e um saco com seis potes de sorvete. Eu pedi para que ela entrasse. Nós fomos até a sala, eu peguei duas colheres na cozinha, enquanto ela colocava um dos DVDs. Ela me deu um dos potes de sorvete, eu me sentei de perna cruzada, enrolei o pote de sorvete em um pano de prato, coloquei o pote apoiado entre as pernas e o abri, isso tudo com a ajuda da Isa. Ela fez o mesmo e o filme começou. O nome? "A última música".
No final do terceiro filme, "Um amor pra recordar", os potes de sorvete haviam sido esvaziados e nós duas estávamos chorando feito bebês. Misturávamos os tristes fatos dos filmes com a nossa realidade, fazendo com que chorássemos mais.
Charlie chegou e nos viu naquele estado. Acho que ficou surpreso.
– Por que estão chorando? - perguntou Charlie.
– Coisas de menina. - eu respondi.
– E Belle, o que aconteceu com seu braço?
– Ahm, foi...um ataque de animal, mas eu estou bem. Se...Jake não estivesse lá, não sei o que seria de mim.
– Entendo.
Depois desse "papo estranho", Charlie disse que devíamos ir dormir. Depois de insistir muito, Isa concordou em dormir aqui. Emprestei um pijama com alguns desenhos de cupcakes pra ela e ela dormiu comigo em meu quarto. Um ponto positivo? Estava frio e a Isa esquentou a cama. Sem falar que agora acho que me tornei a melhor amiga dela.
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Stay with me Forever
VampireDepois da morte de sua mãe, Isabelle Fernandes Swan vai morar com seu tio, Charlie Swan, na pequena cidade de Forks. Não se lembra muito de seu pai, pois ele morreu quando tinha apenas 5 meses. Nessa cidade, ela revê muitos amigos de infância e faz...