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P.O.V. Emmett


Acordamos depois de uma noite de muitos risos, vinho e caminhadas perto do Sena. Dormi ao lado dela, vendo um filme na televisão, e acordei de madrugada, com ela dormindo quase encostada em mim e com a lareira queimando ainda na sala. Tomei um banho sozinho e depois, com cuidado, a levei no colo até a cama e acordamos ali, os dois, quase ao mesmo tempo - um do lado do outro.

Ela estava linda, brilhosa e parecia outra pessoa.

- Bom dia, loira. - Sorri.

- Bom dia, Em.

Ela se esticou na cama, feliz e me olhou agora muito mais esperta.

- Sabe o que eu queria? Um café bem forte e ver alguns passarinhos. Uma praça.

Ela sabia bem o que queria, e também era bom que ela tivesse ideias assim, mas aquela não era só uma lua de mel, eu pensei, era também uma prova de que eu poderia controlar a Rosalie.

- Claro, vai ser ótimo. - Concordei. - Tem uma cafeteria linda aqui perto, acho que há umas três quadras.

- Você é o melhor. - Ela sorriu. - Eu vou me arrumar.

Ela ia pular da cama, provavelmente para tomar uma ducha e para se vestir, mas eu resolvi que ia me impor um pouco. Até porque, Carlisle tinha me feito jurar que eu ia garantir que Rosalie estava saudável e não machucada em todos os momentos.

- Eu vou com você. - Avisei já colocando as pernas para fora da cama.

- Eu vou só tomar uma ducha rápida e colocar uma roupa. - Falou. - Não vou demorar nem dez minutos.

- Enquanto você toma a ducha, eu vou escovando os dentes. - Falei delicadamente. - Em dez minutos estamos na rua.

Ela me olhou um pouco magoada, e um pouco envergonhada, juntando os ombros para si e ficando mais rígida.

- Em, eu não demoro, eu prometo.

- Rose... - Eu a olhei com delicadeza. - Vamos fazer isso aos poucos, mas vamos fazer. Eu vou só escovar os dentes e me vestir enquanto você se arruma. Se você preferir e se sentir a vontade eu posso te dar a ducha ou tomar até uma ducha com você, mas ao menos estarei do banheiro com você hoje. Pelo menos isso.

Os olhos dela se arregalaram, e ela ficou vermelha.

- Eu deixo a porta aberta.

- Você sabe o que nós viemos fazer, loira. - Usei um tom de voz delicado e suave.

- É que... eu vou estar nua e...

- Eu já te vi nua e você confia em mim. - Lembrei-a. - Não vou tocar em você. Quero só estar lá.

Ela concordou cruzando os braços.

- Ok. Eu sei. Eu sei que precisamos aumentar nossa intimidade. Ok. Você pode ir comigo. Não fique me olhando muito, está bem? Por favor.

- Combinado. - Concordei.

Caminhamos em silêncio até o banheiro e eu imediatamente fui até a pia, fingindo que estava concentrado no espelho e em mim. Eu iria fazer a barba, devagar, mas ia ficar de olho nela. Rosalie ficou de costas para mim e começou a tirar o pijama devagar.

Só o fato dela se despir sozinha, sem fazer cenas ou gritar já era inédito. Eu comecei a fazer a barba com um barbeador elétrico e fiquei observando ela do espelho. Ela parecia confusa, incerta, um pouco ansiosa e olhava para mim direto para ver se eu não estava espiando ela - e na verdade eu estava. Percebi quando a confusão se instalou e ela começou a lutar com ela mesma, sem saber se ia conseguir abaixar a calcinha. Faltava só a calcinha, mas ela estava ali parada, sem saber se ia conseguir.

Ela lutou por vários segundos, até que levou a mão até o chuveiro, a mão que estava tremendo muito e ligou a água. Isso, pensei, vai devagar e se controle. Abra a água, respire e depois tire a calcinha. Ela fez isso, abriu a água, tentou respirar, mas quando voltou de novo as mãos para a calcinha, não conseguiu e eu vi que ela ia chorar. Ela deu um passo para frente. Ela ia entrar no chuveiro de calcinha.

- Rosalie. - Eu me virei finalmente e quando fiz isso ela pulou, cobrindo os seios.

- Em... por favor... - Pediu.

- A calcinha, loirinha. - Observei. - Esqueceu ela. Abaixe ela e tire antes de entrar.

- Eu não consigo. Por favor. Só hoje.

Eu suspirei. Estava ali. O olhar assustado, a menina tremendo e a confusão estampada na expressão dela.

- Não pode tomar banho de calcinha. - Falei. - Eu vou me virar de novo para terminar de me arrumar, mas eu quero que você abaixe ela antes de entrar.

- Em, eu não consigo. - Confessou.

- Quer que eu tire? - Perguntei.

- Não! Por favor!

- Rosalie, você vai tirar a calcinha antes de entrar no banho e aí eu saio do banheiro por hoje, mas eu quero que tire a calcinha.

A nudez nunca era fácil para ela, nem simples. Ela ia chorar a qualquer momento e eu tinha que deixar ela lidar com aquela guerra interna.

- Não tem nada demais. - Lembrei-a. - É só tirar.

Devagar, ela soltou os seios e os deixou de fora, levando as mãos para a calcinha de novo.

- Isso... - Falei sem me aproximar. - Agora puxa pro chão.

Ela obedeceu, puxando a calcinha para baixo e depois chutando ela pelos pés. Ela se cobriu um pouco, mas eu não me importei, eu sorri e comemorei.

- Viu só? Muito bem! Eu vou cumprir o que prometi e vou sair agora. Eu termino minha barba na cozinha. Aí podemos sair e passar o dia na rua.

- Tá bem.

Eu saí do banheiro com a sensação boa de estar conseguindo fazer as coisas com Rosalie. Ia dar certo... tinha que dar.

Paris para doisOnde histórias criam vida. Descubra agora