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P.O.V EMMETT


A paisagem de Paris era sempre uma beleza, especialmente no final do inverno. Ainda havia neve se derretendo, ainda havia muita bagunça, mas haviam flores por trás de tudo e isso me deixava feliz. Rosalie olhava pela janela do Táxi, usando um óculos Vogue preto e sorrindo.

Era bom ver ela sorrir tão sinceramente pela primeira vez em meses. Ela estava diferente agora, mesmo usando jeans, botas pretas e um moletom rosa. Ela tinha um ar jovial, muito mais leve e menos preocupado.

Eu havia dito para ela que essa seria uma lua de mel, mas também uma oportunidade para nos conectarmos. Disse que eu queria me tornar responsável por ela e isso trazia entre nós uma ponte a qual ainda não havíamos cruzado. Durante aquela conversa, uma semana antes dessa viagem, ela chorou, disse que não compreendia o que eu queria dizer e dormiu no quarto de Alice - longe de mim.

No dia seguinte, ela me pediu para comprar as passagens, e Alice piscou para mim de longe, claramente sendo a razão pela qual Rosalie havia concordado com todo aquele circo. Haveriam circos, exposições de arte e comidas maravilhosas - claro! Talvez fosse isso que Rosalie esperava. A verdade é que lidar com ela longe dos meus pais me deixava apavorado.

Eu não podia gritar se ela se jogasse no chão ou se recusasse a comer - eu teria que segurar ela e fazer as coisas por mim mesmo. Não era como se meus pais fossem descer correndo as escadas e me ajudar. Eu queria que as coisas fossem leves e gostosas, mas eu sabia que havia uma possibilidade de haver choro e gritos.

Compreender Rosalie era quase tão difícil quanto ajudá-la. Havia amor ali, mas os traumas dela muitas vezes deixava uma distância absurda entre nós dois. Muitas vezes eu queria beijar ela, mas eu compreendia que meu pai a trancava no quarto com eles porque ela era incapaz de obedecer sem se machucar psicologicamente. Eu amava Rosalie, e nunca poderia deixar de amar, mas a maior parte do tempo, não éramos exatamente um casal.

Na maior parte das vezes, fazíamos sexo e duas horas depois minha mãe já estava com ela no colo. Saíamos para o cinema e na volta, ao invés de dormirmos juntos abraços, ela e meus pais estavam gritando em algum lugar da casa, com tapas e palmadas e gritos.

E agora, ali estava ela, toda minha.

O carro nos levou até o local que eu havia alugado. Uma pequena casa de dois quartos e um banheiro perto de uma parte simples da cidade - mas há apenas meia hora do Louvre. Eu queria privacidade e em Paris, qualquer casinha, por menor que fosse, era linda.

Rosalie e eu saímos do Táxi juntos e ela sorriu para mim ao me ver tirando nossas malas do carro. Ela parecia sinceramente feliz e satisfeita.

- É linda, Emmett. - Ela falou. - Eu adorei.

- A chave é para estar embaixo do tapete da entrada. - Ele avisou.

A casa era branca - uma pouco manchada pelo tempo - mas tinha lindos detalhes quase rococó no portal e conduziam para janelas belíssimas e claras. Rosalie abriu a porta e olhou para sala quentinha, com tapetes claros e dois sofás macios em frente de uma lareira à gás e uma televisão pendurada como um quadro em cima da lareira e eu sabia que tinha feito um bom negócio. Havia uma mesinha informal, pequena, perto de uma cozinha com uma bancada e eletrodomésticos antigos totalmente aberta para a sala.

A escada, no meio da sala, provavelmente levava até o banheiro e os dois quartos.

Eu entrei na casa também, fechei a porta e sorri para Rosalie.

- Linda, não é mesmo?

- Não podia ser melhor! - Confessou sentando-se em um sofá de dois lugares. - Eu estou cansada, mas eu queria muito dar uma volta em algum mercado aqui perto.

Paris para doisOnde histórias criam vida. Descubra agora