🍁 INESPERADO 🍁

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Nas profundezas da noite, na floresta sem fim, Um caçador intrépido, destemido, sem fim, Com sua espingarda, ele busca seu destino, No mundo sombrio onde o lobisomem caminha.

O garoto, inocente, segue a trilha na escuridão, Sem conhecer os segredos, sem rumo ou direção, Ele se perde na mata, a lua cheia se ergue, E o destino cruel com o lobisomem se tece.

A fera se transforma, sob o luar sombrio, Uivando alto, sua sede de sangue, desafio, O caçador e o garoto, almas unidas, decididos, A enfrentar a besta que nos pesadelos é temido.

Na escuridão da floresta, a batalha se inicia, O caçador e o garoto, coragem e malícia, Lutando contra o lobisomem, na noite sem fim, O destino deles entrelaçado, em um trágico fim.

O caçador alveja, o garoto busca a verdade, A fera, em seu tormento, luta com ferocidade, Um conto sombrio de medo, coragem e temor, Na noite eterna, onde o lobisomem é senhor.

Assim se desenha esta história de terror, O caçador, o garoto e o lobisomem, com ardor, No ciclo eterno da lua cheia, sob o céu sem fim, A batalha persiste, enquanto a noite não tem fim.

O dia amanheceu ensolarado, eu estava ansioso para passar o dia com o Liam, como planejei. Eu pretendia fazer um piquenique no parque e aproveitar o clima agradável. No entanto, os nossos planos mudaram drasticamente quando o telefone tocou, interrompendo a nossa conversa animada.

- Alô? - digo, atendendo o telefone. Do outro lado da linha, uma voz preocupada e trêmula pertencia ao porteiro do nosso condomínio.

- Alguém sofreu um acidente de carro na frente do nosso condomínio. Ele está machucado, e eu não consigo tirar ele do carro sozinho. Por favor, vocês podem me ajudar? - sua voz estava embargada. Engoli em seco, meu coração apertou de preocupação. Olhei para o Liam, que pode ouvir a conversa pelo telefone.

- Claro, nós estaremos ai - responde o porteiro. O Liam pegou sua jaqueta e a faca na cozinha sem hesitar. A noite chegou e a criatura poderia agir a qualquer instante.

- Vamos, não podemos perder tempo. - abrimos a porta e corremos em direção ao portão de Apoliom. O carro ficou aos pedaços e o garoto, estava dentro do veiculo, segurando seu braço ferido com dor. Nos aproximamos sem hesitar.  

- Como se chama? - pergunto - Estamos aqui para ajudar. Vamos te tirar dai - a voz do intermediário ecoava em minha cabeça dizendo: - Ele te encontrou.  

- Vincent, é você mesmo? - indaga, com seu rosto machucado - Eles vão ficar furiosos - disse, com dor.

- Quem vai ficar furioso? - falo, me ajoelhando do seu lado. 

- Ah, sim, seu pai. Jonathan, não queria que você soubesse. Parece que quebrei o meu braço. Dói pra caramba - sua dor reverberava os meus poros e espantava Liam por tamanha coincidência. 

- Vai ficar tudo bem. Liam, chama uma ambulância. Cuidaremos de você primeiro, ok? - interpelo. 

- É mais bonito pessoalmente do que pelas fotos - esclarece, com um sorriso fraco - Estraguei sua tarde com o ruivinho - mesmo machucado, esse garoto continua falando merda.  

- Sinto muito em te informar, mas você não foi o primeiro a estragar o meu dia. Jonathan, não é? Vou adorar conhece-lo - a essa altura não me espanto com absolutamente nada. Depois que eu me mudei para esse lugar, tudo virou um caos. 

- A ambulância está a caminho, Vincent - diz - Os paramédicos vão saber o que fazer com ele. Espero que a criatura não apareça essa noite. Caso o contrário, vai ser um banquete a céu aberto - esse é o menor dos meus problemas. Pego o telefone da mão do Liam e ligo para a única pessoa que pode me dar uma explicação plausível do que está acontecendo.   

Os paramédicos se dirigiram até o local do acidente, onde encontraram o meu primo deitado no chão, segurando o braço com dor. Os outros vizinhos nos ajudaram com os destroços da batida enquanto, cuidavam do meu primo. 

- Estou aqui, Vincent - fala, se aproximando de mim. Ela parecia tão confusa quanto eu - Vai ficar tudo bem - sua definição de estar bem, não era o que eu estava esperando.

- Parece que ele quebrou o braço e teve alguns arranhões, mas vai passar bem. Niclas, disse que era o seu primo. - diz, verificando o relógio no seu pulso direito. 

Liam pediu para que seu pai conversasse com os paramédicos e os policiais depois do incidente. Rapidamente eu me esgueirei pelos curiosos do condomínio e fui de encontro ao Niclas. Foi um momento tenso, mas eu sabia que precisava manter a calma. Algum tempo depois, Nicolas me conta mais sobre sua família. Sobre a nossa família.

- Muito obrigado por cuidarem do meu sobrinho. Ele consegui ser imprudente as vezes - Jonathan, olha para mim e vai de encontro a minha mãe. 

- Cacete - falamos em uníssono. 

- Vincent, olha a boca - falou a mulher que me ensinou a xingar em quatro línguas diferentes. 

- Desculpa, foi mais forte do que eu. Você é o punheteiro que anda me vigiando? - demando - Espero que tenha uma explicação razoável para tudo isso. Agora! - apesar de odiar e repudiar esse lado nojento da minha personalidade, creio que no momento seria condizente com tudo o que está acontecendo. 

- Vincent, tenha modos! Por quê estava vigiando o meu filho? - ela ficou tão furiosa que se pudesse sair fumaça do seu nariz, teria saindo antes mesmo dele se aproximar.

- Nosso, filho! Você tomou esse papel de mim por quinze anos - mesmo sendo exageradamente dramático, sua reação até que é minimamente antiquada.  

- Ela fez isso foi por algum motivo, não acha? Ninguém aqui quer negar a sua paternidade, Darth Vader. Tá, gostaria de ser incluso nessa conversa. Mas é conversa de gente grande - Balder, soltou uma risada involuntária. Acho que nem ele esperava que tivesse essa reação. 

- Referência do mundo pop, Lea Organa? - Niclas diz, ajeitando a tipoia. 

- Niclas, pare! - grita, Jonathan - Bom, de uma coisa eu sei. Ele se parece com você. Bonito e boca suja - seu tom sarcástico quase me causou um arrepio na nuca.

- Chewbacca, ta me achando com cara de a nova esperança? Vou te mostrar o meu sabre de luz daqui a pouco - Liam, estava se segurando para não rir.  

- Bem, acho que está na hora de nos conhecermos todos um pouco melhor, não acham? Por que não organizamos um jantar na próxima sexta-feira? - a ideia de um jantar na casa dos MacNicoll não me agrada nenhum pouco. 

- Isso parece ótimo, Jonathan. Tenho certeza de que todos vão adorar se reunir. E eu então...Nem se fala - expresso, com um sorriso forçado. 

- Eu também acho uma ótima ideia. Será uma oportunidade perfeita para nos aproximarmos mais - minha mãe não gosta da ideia no entanto, ela compreende que essa aproximação pode trazer a segurança que eu preciso.

- Vincent, aceita. De esse voto de confiança - disse - Não pode ser ruim. Você odeia desperdiçar comida - e assim, em meio a um acidente inesperado, estou tendo a oportunidade de me reconectar com minha família. Os eventos daquele dia, embora tumultuados, abriram um novo caminho - Te acompanho. Adoraríamos conhecê-los melhor - continuo relutante quanto ao jantar. 

- Se meu irmão vai, eu também vou - adverte, animado. 

- Isso mesmo, Connor. Será legal ter todos no mesmo lugar. Fantástico!

E assim, em um dia que começou com planos simples de diversão, eu e o Liam nos encontramos em uma situação nada agradável. Mas, apesar dos contratempos, eu aprendi que são como as curvas inesperadas em nossa jornada pela vida. Podem nos surpreender, nos fazer reconsiderar nossos planos e, às vezes, nos forçar a encontrar soluções criativas para os desafios que enfrentamos. Embora possam ser frustrantes, os contra tempos muitas vezes nos ensinam valiosas lições sobre flexibilidade, paciência e resiliência. Eles nos lembram que, mesmo quando as coisas não saem como planejado, ainda podemos encontrar maneiras de seguir em frente e alcançar nossos objetivos.

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