🍁 IRMÃOS 🍁

220 18 163
                                    

Enquanto Ethan mergulhava temporariamente no ambiente exclusivamente masculino, decido entrar em casa para pegar meu casaco. As diferenças entre os nossos mundos são gritantes. Claro, tivemos oportunidades e criações distintas. Após uma conversa divertida sobre o jogo de futebol americano, Ethan, com um sorriso provocador, comenta: 

- Parece que o tal Connor gosta de você mais do que só como um cunhado. Vocês são bem próximos, não é? - disse, sentado na varanda - Olha, sei que temos as nossas diferenças e que boa parte deles são causadas por mim, mas dê limites. Qualquer pessoa com o mínimo de neurônio nota a forma como ele te olha -  responde com uma risada nervosa.

- Connor é só um amigo próximo, não é nada além disso. E por favor, não comente com mais ninguém sobre isso - fico surpreso com sua observação direta. 

Derek, ainda provocando, continuou: "

- Amigo próximo? Sei não, Vincent. Vi o jeito como ele te olha. Não é uma relação saudável.  Tem que colocar limites. Se eu te namorasse não ia gostar nenhum pouco do que vi naquela partida. Sou chato, insuportável, preconceituoso ou qualquer coisa que queira adicionar do dicionário, mas siga o meu conselho. Afaste-se do Connor - diz Ethan, se agasalhando.

- Não posso. Nem me pergunte o motivo. Só não posso. Connor é apenas um bom amigo, nada além disso. - digo. tentando desviar da situação desconfortável. 

Derek, com um sorriso malicioso, concluiu: "

- Você também não se ajuda, não é? Bem, o conselho já foi dado. Cabe você decidir ou não manter distancia. Confio em você. Por mais difícil que seja. Mas ele é apaixonado por você. "Nada além da amizade". Ele te devora - conclui Ethan, com um sorriso malicioso. O diálogo acrescentava uma nova dimensão à história, explorando não apenas a nossa dinâmica, mas também as percepções e interpretações entre a gente. 

- Ei, chega de fofocas. Que tal irmos comer algo? Estou faminto, e acho que a comida vai ser mais interessante do que essa conversa - Ethan, tentando suavizar a provocação anterior, me convidando para um momento mais descontraído.

- Boa ideia. Vamos lá. Tenho certeza de que tem algo delicioso na cozinha - respondo, concordando. 

Ethan e eu fomos direto para à cozinha, onde começamos a preparar um lanche rápido. A atmosfera se tornou mais leve, enquanto compartilhamos uma refeição descontraída. Ethan, agora mais relaxado, comentou: 

- Às vezes, é bom deixar as rivalidades de lado e aproveitar um momento tranquilo, não é? - brigamos na maior parte do tempo então, é uma benção quando conseguimos ter uma convrsa por mais de meia hora sem ofender um ao outro.  

- Com certeza. Afinal, somos família, certo? Acho que devemos isso ao Jonathan. Vamos aproveitar o tempo juntos - digo, comendo um pedaço de trota. Superar as tensões e encontrar momentos de harmonia, mesmo em meio a diferenças e provocação. É um marco significativo. Mesmo sendo desprezível em determinados momentos, Ethan foi muito respeitoso com minha mãe e seu sarcasmo nas palavras sumiu durante sua estadia. Suas implicâncias tinha meu nome. Ele odeia o que eu represento para o Jonathan e não o seu passado com ela - Por quê me odeia? - indago. 

- É complicado. Em outras circunstâncias eu poderia gostar de ter sido o seu irmão, mas da forma abrupta que aconteceu. Não é ódio. Saber que nosso pai te amou em segredo, é desolador - fala - Ele tem suas notas, apresentações, fotos de viagens e até mesmo, uma copia da carta que você fez para o papai Noel. Quase todas as noites antes de ir dormir, ele dizia: - Boa noite, meu pequeno ao quadrado. O que ele não fez por você, fez por mim. Mas ele fez pensando no filho dele. No filho que não sabia da sua existência. Eu poderia ter tido um amigo, tomar as suas dores, ser o "péssimo" exemplo, mas estou longe de tudo isso - Ethan conta, tirando o prato da mesa. Ele é atormentado pelo famoso " e se". Trazer lembranças do passado podem reacender feridas não cicatrizadas. Lembramos dela com saudades, mas se as lembranças te trazem dor, é porque a dor ainda está presente.  

BITTEROnde histórias criam vida. Descubra agora