🍁 OBSERVADOR 🍁

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O meu amor tem um jeito manso que é só seu, que rouba meus sentidos, viola os meus ouvidos com tantos segredos lindos e indecentes. Depois brinca comigo, ri do meu umbigo, e me crava os dentes.

Quando Steve me acompanhou para participar da equipe de natação, fiquei animado e aceitei imediatamente. Era uma oportunidade para melhorar minha saúde e passar mais tempo com meu amigo. Naquele dia, quando cheguei na piscina com minha sunga, senti olhares de todos os lados. Sabia que não era o tipo de pessoa que chamava atenção, mas estava feliz por estar cuidando de mim mesmo.

- Ei, Steve, você acredita que eu deveria entrar para o time de natação? - fazer parte de uma equipe, ajuda nas atividades extra curriculares.

- Sério? Você está com o melhor por algum motivo. Relaxa, o treinador gosta de você. Ainda mais para um baixinho - Steve, olha surpreso.

- Sim, eu sei que nunca fui muito fã de esportes, mas tenho pensado nisso ultimamente. Acho que poderia ser uma maneira de me manter ativo e talvez conhecer pessoas novas. - as vozes que ecoam no meu cérebro agradece. Já faz alguns dias que não escuto o intermediário.

- Bem, eu acho que é uma ótima ideia! Você tem um bom nadador em você, aposto. - Steve tinha as palavras certas para me motivar no entanto, nadar era o menor dos meus problemas agora.

- Não sei, acho que ainda tenho muito a aprender. - digo, coçando a nuca.

- Claro, todos nós tivemos que começar em algum lugar. Além disso, vou estar lá para te ajudar. Você já viu como melhorou na piscina desde que começamos a treinar juntos para a aula de educação física. - os treinos são exaustivos como sempre. Treino de segunda a sexta, com exceção dos finais de semana. Faz parte do nosso acordo.

- É verdade, tenho me esforçado mais ultimamente. - a competição está deixando todos nervosos.

- E não se preocupe com o Connor, ele está na equipe, mas não é o único que importa. O que importa é se divertir, melhorar e fazer parte de algo legal. - esse discurso motivacional não surtiu como o esperado. Só de lembrar daquele canideo, minha coluna vertebral me causa escoliose.

- Você acha que eu poderia realmente ser uma adição positiva para o time? - olho, pensativo.

- Absolutamente. E mesmo que você não seja o próximo Michael Phelps, tenho certeza de que vai aproveitar e ganhar experiência. Além disso, estarei lá para te apoiar e ajudar no que for preciso. - Steve, sem sombra de dúvida é o melhor amigo que eu poderia ter. Com seu apoio e incentivo, posso manter meu instinto competitivo lá em cima.

- Ok, acho que vou considerar seriamente. Obrigado, Steve. - sorrio.

- Não tem de quê! E lembre-se, estou aqui para te ajudar a mergulhar nessa nova aventura, literalmente. - fala, dando um tapinha amigável no meu ombro. Ele e suas manias.

Nós dois compartilhamos um sorriso, sabendo que, independente da minha indecisão, ele vai estar lá por mim quando precisar. Enquanto conversamos sobre a possibilidade de entrar para o time de natação, começo a perceber que essa poderia ser uma oportunidade para me desafiar e crescer de maneiras que nunca imaginei antes.

Enquanto eu me preparava para entrar na água, meu gato, que tinha vindo comigo, ficou na arquibancada. Ele rosnava para as pessoas que se aproximavam dele, como se estivessem protegendo o lugar onde meus pertences estavam. Eu sinto muito ao ver aquilo e me joguei na piscina morrendo de vergonha. Darcy, sabia manter o nível de constrangimento a altura.

Depois de um tempo, Steve saiu da água e se aproximou de mim. Sai da piscina, logo depois de Darcy morder o treinador. Ele disse que estava feliz que eu aceitei o convite para a equipe e, de repente, me elogiou pela minha forma física. Fiquei um pouco constrangido, mas sabia que ele não estava falando com maldade.

- Ei, Steve, eu queria conversar com você sobre algo que tem me deixado um pouco confuso. - falo.

- Claro, o que aconteceu? - analisa.

- Bem, eu percebi algumas coisas estranhas vindo do Connor ultimamente. Parece que ele anda um pouco distante e até um pouco... ciumento? - a distância é notória, dada a sua condição que não era congênita.

- Ciumento? Sério? Isso é meio inesperado, considerando como ele normalmente é - surpreso, com o que acabei de dizer.

- É exatamente o que estou pensando. Mas, sabe, ele estava agindo de forma estranha desde aquele dia no parque. Eu até peguei ele olhando para mim de um jeito meio intenso durante algumas aulas. - ciúmes não é a palavra correta, mas desejo, seria a mais adequada.

- Hum, isso é interessante. Talvez ele esteja passando por alguma coisa que a gente não sabe. - Connor, tem passado por vários problemas e inclusive, a lua cheia é uma delas.

- É o que eu estou pensando. Mas não sei como abordar o assunto. Não quero que ele ache que estou invadindo a privacidade dele. - o intermediário repeli qualquer informação sobre Connor. Seu sangue pode estar contaminado por um vírus desconhecido. Está claro que é uma infecção.

- Compreendo. Acho que a melhor coisa a fazer é ter uma conversa aberta e honesta com ele. Pode ser algo que ele nem perceba que está fazendo. - sua noção é mais transparente do que um copo de cristal.

- Protagonista: (assentindo) Você acha que eu deveria perguntar diretamente a ele? - diálogo, não é o seu forte. Qualquer pergunta, soaria como um insulto.

- Talvez não de forma confrontadora, mas sim de um jeito que mostre que você está preocupado com ele. Tipo, "Hey, eu percebi que você parece um pouco diferente ultimamente, está tudo bem?" - diferente, ao ponto de se tornar uma fera que ronda o nosso condomínio à noite. É, nada fora do normal.

- É uma boa abordagem. Eu só não quero que ele pense que estou acusando ele de algo, sabe? - creio que se ele não cometer nenhum assassinato, não vejo motivo para acusá-lo de algo.

- Claro, a chave é manter uma comunicação aberta e não acusatória. Ele pode estar enfrentando algo pessoal que nem tem a ver com você. - Steve, não tem ideia do que acontece.

- Protagonista: (aliviado) Você tem razão, Steve. Acho que vou falar com ele da maneira que você sugeriu. Só quero que ele saiba que estou aqui para ele, seja qual for o problema. - manter distância dos irmãos Brown não funcionou como o esperado. Mudar, mudar e me adaptar, para reverter o inesperado.

- Isso mesmo, tenho certeza de que ele vai apreciar a sua preocupação. E se precisar de ajuda, estou aqui também, ok? - Connor se importa comigo, mas não ao ponto de me querer do seu lado.

- Obrigado, Steve. Você é um ótimo amigo. - um não quer machucar o outro. Sabemos dos riscos e eu tenho consciência de que o intermediário, me protege por alguma razão.

Continuamos a conversar e compartilhando conselhos. O diálogo entre a gente identifica minha preocupação em entender o comportamento do Connor. No fim do treino, Steve me perguntou se poderia passar a noite em minha casa para terminarmos um trabalho de artes que tínhamos para entregar na segunda-feira. Eu concordo, feliz por ter mais uma companhia para dividir o quarto naquela noite. Mas, ao chegar em casa, uma sensação estranha começou a tomar conta de mim. Darcy, olha para a janela e desce as escadas para vasculhar.

Aquelas janelas do meu quarto, que eram grandes demais, me deixaram arrepiado. E foi quando a voz ecoou na minha cabeça novamente, avisando sobre algo que correria pela floresta naquela noite. Ela me disse para trancar todas as portas e janelas, e cobri-las com as cortinas.

- O que ele está fazendo indo em direção à floresta? - sussurrando para mim mesmo. Connor, vai se transformar. E dessa vez, sua vitima andará em duas pernas. O intermediário: - Sob a luz do luar, uma pessoa ele vai matar. Suas entranhas, ele espalhará e com o seu sangue todos irão se banhar - Steve, vamos dormir no sótão - expliquei.

- Festa do pijama - pergunta, com um sorriso.

- É, quase isso. Se apresse no banho, para não ficar tarde - disse enquanto, Steve se trancava no banheiro. Passei pelo corretor e puxei as escadas do sótão. Aquilo já tinha virado um hábito nas noites frias e turbulenta de Apoliom.

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