Capítulo |06|

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    Ao saber da novidade, Margaret Rogers, que conhecia bem a difícil situação financeira da família Evans, além de muitas outras coisas, se jogou numa atividade frenética de limpeza e arrumação. Os móveis foram polidos e brilhavam; o marido foi chamado para lavar as janelas por dentro e por fora. As panelas de cobre acima da ilha no centro da cozinha estavam gloriosas, e Aubrey Evans decidiu comer fora até o sábado para manter a cozinha impecável. Quando Aurora chegou em casa na noite de sexta-feira, Margaret a levou para uma inspeção. A River House estava perfeita sob qualquer ponto de vista, o hall e a sala de estar tomados pelo perfume dos arranjos de flores que Margaret preparara.

- Tudo está maravilhoso. Trabalhou muito duro, Margaret. - Aurora se sentiu profundamente grata.

Na varanda do quarto de Julia, pararam para observar os jardins, que desciam até o rio que dava o nome à casa.

- Não sente falta de viver aqui, Aurora? - O tom de Margaret era gentil. - Ainda me preocupa pensar em você sozinha naquele pequeno chalé.

-Gosto de lá.

-Mas certamente vai se casar um dia. Não pode dedicar sua vida à casa. Sei que não me cabe dizer isso, mas não é natural que uma garota carregue uma carga tão grande.

-Eu prometi.

- Eu sei. - Margaret sorriu triste. - Mesmo assim, sua mãe gostaria que tivesse uma vida feliz. Não tenho a intenção de ofender.

- Eu sei. E obrigada por tudo, Margaret. Não sei como meu pai viveria sem você.

- Não faço isso por ele, querida, eu também fiz uma promessa. E agora preciso voltar para casa e fazer o jantar de John.

- Por favor, agradeça a ele por mim, ajudou muito. - E seria pago pelo trabalho, mesmo que não quisesse.

O pai a fez parar quando saía

- Como o magnata da internet quer uma marquise, vamos dar uma volta pelo jardim.

As cercas vivas em torno dos gramados diante da casa estavam começando a florescer. Aurora inspirou profundamente o perfume de grama recém- cortada enquanto tentava ver os jardins com os olhos de um cliente.

- John fez um ótimo trabalho. Will disse que não teria com seguido sem ele.

- É um bom trabalhador. - Lançou um olhar enviesado para ela. - Precisa receber o pagamento.

- É claro, agora que está aposentado precisa de dinheiro extra.

Passearam pelos quatro acres de jardim juntos, uma experiência nova para os dois nos últimos anos. Quando voltaram, ele sugeriu que vissem a casa, mas ela lhe disse que Margaret já a mostrara.

- Ela fez maravilhas, a casa parece perfeita.

- Mas não está. - O tom do pai era desanimado. - Só ficará se você voltar a viver nela.

Ela balançou a cabeça.

- Não vai acontecer. Boa-noite, pai.

Na manhã seguinte, Aurora acordou com a sensação de uma nuvem pesada sobre a cabeça e gemeu. No chuveiro, pensou, não pela primeira vez, que a única tentação de voltar a viver na River House era a perspectiva de um longo banho de banheira, que não tinha no chalé. Cuidou dos cabelos, amarrou-se num rabo de cavalo de cachos úmidos, vestiu uma camiseta branca e jeans e tomou o desjejum. Não conseguia se livrar da sensação de que Zayn pretendia romper o contato depois de inspecionar a River House. Felizmente ainda não sabia que o pai uma vez ameaçara mandar prendê-lo.

Aurora caminhou para a casa pouco antes das dez e encontrou o pai andando pelo terraço, muito arrumado e visivelmente tenso.

- Bom-dia. - Ele sorriu cauteloso. - Você parece muito jovem e bonita hoje.

Seduction |Z.M|Onde histórias criam vida. Descubra agora