Capítulo |18|

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Moira Graveney ligou para o irmão bem tarde naquela mesma noite.

- Algum problema, querida?

- Temos que sim, mas ainda não sei exatamente qual é. Marcus precisou ir urgentemente para Londres por causa de uma crise familiar. Vai me ligar mais tarde, quando souber o que está errado.

- Com Claudia, como sempre?

- Não, dessa vez é com Lily. Marcus não sabe detalhes. A mãe dela apenas ligou e pediu ajuda imediata da familia, e isso é tão raro que ele foi logo.

- Tente não se preocupar, e me informe quando tiver mais notícias.

- Ligo amanhã. E, antes que me esqueça, fui ver Aurora.

- Como ela está?

- Melhor. Ainda um pouco frágil, mas a enxaqueca passou. Pediu que lhe transmitisse os agradecimentos pelas flores.

A boca de Zayn afinou. Por que ela não ligou ou mandou uma mensagem?

- Ouviu o que eu disse?

- Aurora mandou agradecer as flores.

- Não, o que disse depois. Sugeri que ela tirasse uma folga e lhe dei a chave da cabana. Vai para lá amanhã, passar o fim de semana.

- É uma surpresa. Pensei que, se Aurora tirasse uma folga no trabalho que adora, seria para cuidar da sobrinha.

- Há uma enfermeira fazendo isso. Mas, lendo nas entrelinhas, percebi que é Aurora que cuida de todos os problemas da família Evans.

- E, no entanto, vai agora fazer o que quer. É impressionante.

- Não seja cínico, Zayn. Não sei o que aconteceu entre vocês, mas gosto muito de Aurora.

Não é a única, pensou com amargura enquanto desligava o celular. Embora "gostar" não fosse a palavra certa. O que quer que sentira por Aurora Evans ainda estava vivo, embora ela tivesse lhe partido o coração quando rompera com ele. Mas, logo, ele descobriria exatamente como se vingar.




Aurora estava pronta para sair na manhã seguinte, quando o pai, para sua surpresa, chegou para ajudá-la a colocar as coisas no carro, levando uma caixa de suprimentos que Margaret havia preparado. Ele hesitou quando ela entrou no carro, então lhe deu uma palmadinha na mão.

- Volte com um pouco de cor no rosto. Está levando remédios para o caso de a enxaqueca voltar?

Aurora lhe garantiu que sim e partiu, se sentindo como uma garota saindo de férias da escola quando lhe acenou um adeus. O dia foi frio e nublado durante boa parte do percurso, mas, depois que deixou a autopista em Carmarthen, o sol apareceu tão brilhante que precisou colocar os óculos de sol. O Oeste de Gales lhe dava calorosas boas-vindas.

Depois de passar pela cidade de Haverfordwest, Aurora seguiu em direção ao sol e finalmente virou numa estrada estreita e sinuosa que finalmente a levou a uma pequena casa quadrada de dois pavimentos construída numa saliência do rochedo, com uma trilha íngreme que levava ao pequeno trecho de praia particular abaixo. Entrou de ré no pequeno estacionamento ao lado da casa, saiu do carro e, a mão protegendo os olhos, olhou com prazer o panorama. Destrancou a porta na pequena varanda e, depois de verificar rapidamente a cozinha pequena, levou tudo do carro e guardou escrupulosamente o alimento antes de descer para a praia para explorar.

Sem fôlego depois da descida, inspirou profundamente, deliciada com a visão dos raios do sol refletidos nas ondas, que se quebravam na areia de pedra em formato decrescente. Caminhou pela curta extensão da praia, deixou que a água fria lhe molhasse os pés e então o estômago roncou. Lembrou-se de que não havia comido nada o dia todo.

Voltou para a cabana e visitou o resto da casa antes de preparar o almoço. Havia uma pequena sala de estar com confortáveis sofás e poltronas de almofadas estampadas que combinavam bem com a antiga e sólida cabana. E vira, no quarto de hóspedes, uma convidativa cama de ferro e uma grande janela, com vista para a praia.

Depois de desfazer a pequena maleta e as sacolas, voltou para a cozinha, ansiosa por uma refeição pela primeira vez em séculos. Fez uma salada para comer com o presunto assado que Margaret havia preparado e comeu a uma pequena mesa junto à janela da sala de estar. Ao som de um concerto no rádio e com a vista da praia, pela primeira vez em muito, muito tempo, Aurora começou a se sentir relaxada.

Deixou uma mensagem no celular do pai, dizendo que havia chegado bem, então voltou para a praia, para desfrutar a luz do sol. Mais tarde, depois de uma chuveirada e uma troca de roupas, pensou em sair para jantar no pub que Moira havia recomendado, mas já estava sentindo o cansaço da viagem e preferiu passar um fim de tarde preguiçoso diante da televisão.

Aurora dormiu muito bem. Acordou cedo ao som dos gritos agudos das gaivotas e correu para a janela para verificar como estava o clima. Ficou deliciada ao descobrir que o dia estava ensolarado. Depois do desjejum, ligou para ter notícias de Annabel, soube que a menina estava muito melhor e então ligou para Moira.

- Cheguei bem, o sol está brilhando e a cabana é encantadora, Moira. Não sei como lhe agradecer me deixar ficar aqui.

- Não precisa agradecer. Vá para o sol e se divirta. É bom saber que pelo menos uma pessoa está feliz.

Haveria alguma coisa errada com Zayn?

- Você parece deprimida, Moira.

- Estou. Marcus teve que ir a Londres para ajudar num problema familiar e voltou com uma Lily muito infeliz.

- Pobre Lily. Não quero ser indiscreta, mas sabe o que está errado?

- Ela não diz. Marcus está preocupado, o pobre querido. Fica indiferente com os dramas de Claudia, mas as lágrimas de Lily o deixaram abalado. Pelo que percebo, tem relação com Niall, assim podemos apenas lhe dar apoio e simpatia até ela nos dizer o que podemos fazer para ajudar. Mas chegar de lamentações. Quero que você tenha férias maravilhosas.

- Terei. Ligarei quando voltar.

Aurora colocou o celular para carregar e então se dirigiu até a centro comercial para fazer compras antes de seu programa de sol, areia e mar. Quando voltou, o sol estava forte. Vestiu um biquíni, passou o protetor solar e levou uma sacola para a praia.

A fome e o respeito pela força do sol levaram Aurora de volta à casa depois de um curto banho de sol. Depois do almoço, lembrou-se de que estava lá para descansar e se deitou na cama, os travesseiros altos diante da janela aberta. Então deixou uma mensagem no celular de Julia, no caso de a irmã precisar falar com ela sobre a sessão de fotos. Dever cumprido, Aurora deixou o celular sobre a mesinha de cabeceira e desceu de novo para a praia. Depois de alguns minutos, cansou-se do banho de sol e resolveu nadar.

Atravessou as ondas pequenas a pé até poder mergulhar e atravessou a praia nadando. Na volta, uma correnteza a puxou para baixo; voltou à tona tossindo, engoliu muita água e desejou ter ficado junto à praia. Então gritou quando um braço duro lhe abraçou o peito e uma mão impiedosa lhe ergueu o queixo, enquanto seu salvador começava a puxá-la para a terra.

- Quieta! Fique imóvel, pelo amor de Deus - rosnou uma voz furiosa e sem fôlego enquanto ela batia as pernas. - Está fora de perigo, então relaxe e deixe que eu faça meu trabalho.

Quando seu ofegante salvador finalmente ficou em pé no raso, Aurora se levantou e recuou, olhando furisosa para ele sem nenhuma gratidão.

- O que diabos você está fazendo aqui, Zayn!? - Ofegou, a respiração difícil.

Seduction |Z.M|Onde histórias criam vida. Descubra agora