Capítulo |17|

387 49 13
                                    

Os dois homens se entreolharam com uma antipatia recíproca que nenhum dos dois se esforçou para esconder. Para Zayn, aquele era o homem que destruirá seu relacionamento com a única mulher que amara. Para Aubrey, o homem alto e dominador que o observava com tanta hostilidade era o ladrão que lhe roubara alguma coisa que jamais valorizara antes até o amor de Aurora lhe ser negado.

Aubrey não se deu ao trabalho de cumprimentar.

- Preciso falar em particular com minha filha.

- Aurora está de cama, doente. - A voz de Zayn era inexpressiva. - Preciso ir, assim depende de você garantir que ela fique em segurança.

Aubrey olhou, indignado, enquanto Zayn andava para o carro e partia. Depois de uma leve hesitação, entrou e fechou a porta. Ouviu movimentos no andar superior, a água correndo no banheiro, e tossiu para anunciar sua presença.

- Zayn? - chamou Aurora, rouca, enquanto vestia o roupão.

- Não, sou eu.

Então estivera sonhando. Desceu cuidadosamente a escada. Se apenas sua cabeça parasse de martelar....

- Recebeu minha mensagem? - Os olhos estavam entrecerrados.

- Sim. Alguma coisa errada com Annabel?

Ela acenou com cuidado.

- Está com algum tipo de vírus, pobrezinha.

Ele lhe lançou um olhar preocupado.

- Você não parece nada bem, deve voltar para a cama.

Por uma vez Aurora concordou completamente com o pai.

- Desci apenas para pegar água, vou voltar para a cama e ficar lá.

A boca do pai afinou.

- Malik abriu sua porta para mim. O que estava fazendo aqui?

Aurora engoliu. Então não imaginara coisas.

- Veio saber como Annabel está. Foi ao mesmo almoço a que Sophie e Gervase compareceram e me deu uma carona da casa de Sophie. Tive que ir de táxi, meu carro não pegou.

- Compreendo. Deve tirar uma folga amanhã. Vou pedir que Margaret venha ver você pela manhã. Agora vá dormir. Boa-noite.

Aurora trancou a porta depois que ele saiu, pegou duas garrafas de água tônica na geladeira e subiu. Gemeu de alívio quando finalmente se deitou. A noite foi longa e desconfortável. Acordava assustada quando cochilava, sentia-se quente e depois gelada, todo o corpo doía. Estava desesperada para dormir, mas a dor de cabeça não deixava. Na madrugada, tomou mais analgésicos, ergueu os travesseiros na cabeceira da cama e apenas ficou deitada olhando o céu clarear. Quando o escritório abriu ela ligou para dizer que estava com enxaqueca e não trabalharia. Lydia prometeu avisar aos sócios.

Pouco depois, Margaret chegou com uma bandeja com o desjejum e aconselhou Aurora a comer antes de tomar mais analgésicos.

- Obrigada, Margaret. Desculpe por aumentar sua carga de trabalho. - Estava inquieta e sonolenta.

- Bobagem. Quer um ovo quente com o chá?

Aurora estremeceu.

- Não, apenas chá com torradas.

- Precisa de mais alguma coisa?

- Não, obrigada.

Margaret saiu do quarto e Aurora ligou para Sophie e perguntou sobre Annabel. Soube que a menina estava melhorando depressa, mas a irmã tinha certeza de que tinha pegando o mesmo vírus.

Seduction |Z.M|Onde histórias criam vida. Descubra agora