O Paraíso

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- Matando aula novamente? - reconheço a voz rapidamente.

Paul.

Era tudo que eu precisava nesse exato momento. A companhia de um pé no saco.

Levanto a cabeça e o vejo saindo do segundo prédio com um sorriso bobo no rosto. Ele anda até a mesa onde eu to e se senta colocando os pés em cima dela. Está com um palito de dente na boca parecendo um daqueles caubóis. Só está faltando o chapéu e uma arma.

- O que você quer? - pergunto sem paciência.

- Só estava dando uma volta. E por acaso a encontrei aqui sentada. - diz abaixando os pés e pondo os braços sobre a mesa se debruçando.

- Então vai dar sua volta e me deixa em paz.

- Que bicho te mordeu hoje boneca? - pergunta.

- Não te entereça. - resmungo.

- Tudo bem então! - se rende pondo as mãos pra cima de forma dramática. - Mas me diz algo que estou muito curioso para saber antes de eu ir. Você e o Caian já se beijaram? Tipo beijão mesmo.

O encaro estupefata com sua pergunta. Fecho a cara e resmungo.

- Não é da sua conta. - respondo ficando irritada.

- Ih, já vi que não. - rir.

Ele realmente começa a rir sem parar a minha custa. Eu o chuto por debaixo da mesa e ele se atém a rir ainda mais com meu feito.

- Não vejo graça. - resmungo cruzando o braço.

- Claro que não tem. Tudo bem. Parei. - ele se controla e para de rir de mim.

- Você e seu amigo tiraram o dia para me tirar do sério?

- Que amigo? - pergunta distraído.

- Henrin.

- Henrin? O que o piralho fez dessa vez? - pergunta. - Ele é do primeiro ano e já vive arrumando encrencas com o terceiro.

Olho pra ele e suspiro.

- Ele é um babaca, egocêntrico e muito grosso. - respondo irritada.

- É. Ele é sim. - da de ombro.

Um sorriso travesso passa por seus lábios e ele se levanta.

- Venha. Vamos da uma volta no paraíso. - estende a mão pra mim.

Eu recuso com um aceno de cabeça. Ele apenas da de ombro e sai andando morro a cima.

- Se mudar de ideia sabe onde me encontrar. - é a ultima coisa que diz.

- Eu não vou.

- Então fica ai dois tempos seguidos sem fazer nada sozinha. - ele grita do topo do Morro.

Olho pros lados e suspiro. Não acredito que vou fazer isso. Me levanto e subo até onde ele está.
O encontro encostado em uma árvore a minha espera. Paul sorrir e me estende a mão novamente. Não a seguro apenas passo por ele e entro na trilha. Vejo um sorriso brincalhão passar pelos seua lábios.

Caminho cuidadosamente para que não caia. Me desviando das raízes compridas das árvores. Paul tem que me segurar duas vez quando tropeço e quase caio.
Logo estamos na praia. Ainda não consigo acreditar que exista esse lugar aqui. É tão lindo.

- Eu descobrir esse lugar por acaso, assim como você. - Paul diz se subindo na pedra.

- É tão lindo! - exclamo maravilhada com a beleza desse lugar.

Through the Crows [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora