O Princípio da Verdade

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Estou molhando os pés na água quando sinto minha costa sendo molhada também. Me viro e vejo Dom me tacar a água novamente atingindo meu rosto. Eu fecho os olhos e me assusto a princípio, mas depois faço o mesmo e taco água nele também, enquanto ele solta uma gargalhada contagiante. E depois de segundos estamos os dois rindo que nem idiotas e tacando água um no outro.

- Chega. - eu grito em meios os risos e a água. - Chega.

Dom para e me puxa pelo pulso para a areia o que nos faz cair lado a lado na araia molhada. E isso aumenta nossas risadas.

Me sento e o empuro.

- Você é um idiota. - rio ao me levantar.

- Ah bem que você estava se divertido. - ele argumenta caminhando ao meu lado. - Não minta. Precisa se distrair mais, sabia?

- Estou tentando. - forço um sorriso. - Mas é difícil sabendo que há um demônio atrás de mim. Principalmente que uma criatura como ele está assim tão perto de mim, me causa calafrios.

Dom de repente fica sério e distante ao mesmo tempo. Seu rosto se contorce e ele engole em seco. Volta a me olhar bem no fundo dos meus olhos.

- Não vamos deixar que Smith toque em você. - ele garante. - Lhe garanto. Se com minha vida eu tiver que pagar pela sua proteção, eu farei.

- Dom não me prometa isso. - lhe peço. - Não quero que me proteja ao ponto de perder a sua vida.

- Lanny, a minha vida não vale mais que a sua. - ele assegura. - Ela na verdade não vale nada.

- Como pode dizer algo assim? - o rogo.

- Porque é verdade. - fala seriamente. - Não tem a mínima ideia do que eu sou né?

- Não! Eu não tenho. - falo. - Você nunca me disse lembra?

- Se soubesse nem estaríamos tendo essa conversa. - ele vira o rosto e encara o nada.

- Dom? - eu toco seu ombro.

- Não. - ele me interrompe. - Precisa da verdade.

Ele se vira e me encara.

- Não sou bom como você pensa que sou. Como a Coraline faz parecer. - ele diz friamente. - Não sou digno nem de sua amizade Lanny. Muito menos do amor dela.

- É claro que é. - eu lhe garanto. - Estou chateada com o que vi na lagoa azul, mas não deixa de ser meu amigo por isso. Coraline o ama, só faça por merecer.

- Lanny, eu fui mandado...

- Não Dom. - eu o interrmpo de novo. - Não faça isso com sigo mesmo.

-Shh! Cala a boca antes que eu me arrependa. - resmunga me dando um empurrão.

Ele fica sério e suspira.

- Bem lá vai. - começa. - Eu fui mandado para terra para caça-la, Lanny. Você era minha missão desde o começo, acha-la e leva-la pro meu mestre a qualquer custo. Nem que precisasse machuca-la para isso ou matar quem estivesse a protegendo.

Eu o encaro perplexa.

- C-como que é?

- É exatamente o que você ouviu.

Eu começo a sentir falta de ar. Tropeço e caio, mas sou amparada pelos braços de Dom. Tento recuperar o equilíbrio e o empurro, caindo novamente. Suas mãos me seguram mais uma vez.

- Não me toca. - tento o empurar.

Em vão.

- Calma Lanny. - ele murmura. - Não vou fazer mal. Eu nunca te machucaria.

Through the Crows [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora