XI

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Estou decidida, assim que acabar o meu turno no café irei visitar Daniel e garanto que não sairei de lá até o misterioso rapaz desvendar algo sobre ele. Não posso deixar este sentimento aflorar se não sei quem realmente ele é.

Ariana incentivou-me a fazê-lo, não sei o que faria se não fossem os seus conselhos.

Felizmente para mim o resto do dia passou relativamente rápido e admito que Chaz despertou uma certa curiosidade em mim no entanto toda a minha atenção, no momento, está virada para outro ser.

Falta pouco mais de uma hora até o café fechar, hoje fechamos mais tarde pelo facto de ser sexta-feira e as pessoas terem mais disponibilidade para virem a cafés até horas mais altas.

O sino do 'Wood Caffee' foi ouvido indicando a entrada de um novo cliente no espaço, soltei um suspiro cansado e apressei-me a ir atendê-lo. Os meus pés estavam a matar-me e contava os minutos até as portas finalmente se fecharem dando-me um tão merecido descanso.

Felizmente amanhã era a minha folga e poderia descansar o tempo que quisesse.



                                                                                         *



Finalmente acabou. São exatamente 1:40 da manhã e acabo de trancar as portas de vidro do meu local de trabalho. Insiro o objeto de metal dentro da minha habitual mala e sigo o meu caminho até à moradia de Kang Daniel.

Não sei se é uma boa ideia ir a esta hora, nem sei se está acordado contudo é tarde demais para uma mudança repentina de planos.

Tenho de avançar antes que a minha pouca coragem se esgote.

A noite estava escura, sem estrelas ou lua visíveis. Parecia até que toda a luz se escondeu ou foi engolida pela escuridão do mundo.

Os frios e ferrugentos portões da mansão de Kang encontravam-se à minha frente. Inúmeros suspiros foram soltos por mim nos últimos segundos como forma de aumentar a minha coragem e nada parecia resultar.

De cada vez que o fazia, uma leve névoa de fumo abandonavam os meus lábios devido ao incessante frio de Novembro. O pensamento de me virar, ir embora e abandonar esta ideia sem sentido cruzou a minha mente várias vezes, contudo tenho de fazer isto.

Preciso de respostas.

Com mãos trémulas e suadas movi ligeiramente o grande portão e o mesmo fez um ruido pelo facto de ser velho. Um último suspiro saiu por entre os meus gretados lábios e dei o primeiro passo.

O primeiro passo é sempre o mais difícil, temos de possuir iniciativa, força e coragem para o dar e nem sempre temos tudo isso, ou assim pensamos antes de o fazer. A seguir a esse passo seguiram-se os suficientes para agora me encontrar frente a frente à enorme porta de madeira.

O único objeto que me separa do rapaz de olhos cintilantes.

Ao fim de alguns minutos de apenas encarar a peça de mobiliário ganhei coragem suficiente e o meu braço direito foi levantado, o esquerdo estava a contornar a fivela da minha pequena mala com uma força excessiva numa tentativa de acabar com parte do meu grande nervosismo.

No momento em que os nós dos meus dedos iam colidir com a madeira da porta, toda a coragem que tinha se evaporou e de forma rápida recuei o meu braço e baixei-o, juntando-o assim ao meu tronco. Rodei o meu corpo e dei pequenos passos na direção contrária à mansão. Sentei-me na escadaria da varanda da grande casa, pousei a minha mala preta ao lado do meu corpo e encolhi as minhas pernas fazendo-as colidir com o meu tronco. Os meus braços enrolaram-se em volta dos meus joelhos e a minha cabeça encontrou conforto em cima destes.

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