VIII

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Solto um cansado suspiro e levanto-me da cama em que anteriormente dormia pacificamente.

Morris tem atormentado a minha mente de todas as maneiras e não consigo, de maneira alguma, tirá-lo de lá. Passaram-se dois dias e nem sinal do rapaz de cabelos escuros, Ariana garantiu-me que Kang foi à cidade vizinha porém a minha melhor amiga não tem ideia do que o poderá levar lá. Memórias do nosso último encontro preenchem o meu cérebro e tento a todo o custo expulsá-las de dentro de mim todavia não tenho sucesso nessa tarefa por isso decido ir tomar um longo banho de forma a limpar a minha mente e organizar os meus pensamentos emaranhados.

Até hoje ainda não entendo o porquê de Kang me afetar tanto, acho que Ariana tem razão e sinto-me atraída pelo rapaz contudo não posso -nem quero- apaixonar-me por alguém como ele, Kang tem demasiadas mudanças de humor para eu conseguir lidar e tenho receio de dizer a palavra errada quando estou na sua presença, não possuo qualquer interesse em despertar o outro lado do rapaz.

Assim que entro no duche é como se todas as minhas preocupações e dúvidas desaparecessem por momentos, apenas sou eu e a paz que a água me transmite. Tentei não demorar muito tempo no duche uma vez que irei trabalhar.

É sexta-feira e a minha vontade de sair de casa é absolutamente nula, não queria nem por nada abandonar o conforto da minha cama nem o quente da minha pequena, porém aconchegante, habitação.

Depois do duche tomado enrolei o meu corpo numa toalha de cor clara e uma mais pequena nos meus cabelos agora rebeldes e despenteados.

Os meus passos eram preguiçosos em direção ao meu pequeno armário da roupa, abri a porta e a mesma soltou um pequeno e agudo guincho o que não agradou minimamente ao meu estado cansado. Retirei da peça de mobiliário um par de calças simples e uma camisola de lã quente, logo depois peguei num dos meus casacos de inverno e fiz o meu trajeto para o andar de baixo da casa onde retirei uma maçã verde da fruteira, peguei na minha mala e chaves de casa e saí da mesma.

Tranquei a velha porta e virei o meu corpo na direção oposta observando atentamente o ambiente que me rodeava, o céu estava escuro e a meteorologia indicava temperaturas baixas para o dia de hoje.

Olhei as horas, 8a.m ainda tinha tempo para chegar ao café portanto o meu caminho foi feito com passadas calmas e músicas mentais.

                                                                                            *

São agora 3p.m e o café está vazio, hoje não houve muito trabalho mas acredito que isso é devido ao tempo frio. Hoje é dia 13 de Novembro e os primeiros flocos de neve não devem tardar a encontrar o chão da Terra. Sempre adorei neve, recordo-me dos tempos em que era apenas uma criança e de todas as vezes que os flocos caíam saía de casa apressada apenas para brincar na neve. Passava os dias a fazer anjinhos, bonecos de neve a tentar apanhar flocos com a língua. Quando a neve era demasiada apenas ficava à janela de casa a apreciar a vista, tudo branco desde os telhados até ás plantas, as árvores despidas e ventos sussurrantes.

Sempre gostei do Inverno, aliás, gosto de todas as estações. Todas elas têm a sua beleza, penas a demonstram de formas diferentes tal como as pessoas. Todos somos belos à nossa maneira e mostramos o que temos de melhor de formas distintas o que nos torna especiais e únicos. Todos temos um lado bom, assim como temos um mau. Somos um yin e um yang.

Kang também possui um lado bom, belo, ele apenas não o quer mostrar e isso intriga-me. Porque é que alguém não quer mostrar o seu lado bom? Sinceramente não entendo aquele rapaz, mas admito que gostaria de o fazer. Essa tarefa vai ser complicada mas nunca fui uma desistente e não será agora que irei começar a ser.

Art ♤Kang Daniel Fanfiction♤Onde histórias criam vida. Descubra agora