XVI

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O tempo parecia parado, a única coisa que provava o contrário era o incessante barulho do tick tack do relógio que se pozicionava na parede.

O homem encontrava-se diante de mim, tinha-se aproximado à medida que declamava o seu discurso, não sabia o que fazer, nem me recordava de como respirar direito. Marcus ainda estava a meu lado só que já não me agarrava o braço, com certeza o tinha retirado durante a fala do outro e eu estava demasiado assustada para sequer ter notado o seu movimento.

Eu não sabia o que faria a seguir, o que era suposto eu responder a isto?

Ele continuava pacientemente à espera de uma resposta da minha parte no entanto ambos sabíamos que nada mais do que o silêncio iria permanecer na divisão. Eu estava sem palavras.

"Oh, vejo que levaste a sério o que disse." Ele parecia deveras surpreso com a minha reação inicial e soltou um pequeno -e falso- riso.

"Imagino que Marcus já te tenha dito que tens utilidade para nós, querida Nix." A sua expressão de falsa compaixão escondia as suas verdadeiras intenções, ele não estava a brincar quando me ameaçou, todos os presentes o sabem.

"E qual seria essa dita utilidade que tenho para si? Que eu saiba não nos conhecemos e eu não sei o que quer de mim." As minhas palavras foram proferidas com cautela e de forma baixa, ainda estava assustada com toda esta situação. A próxima ação do homem fez os meus olhos arregalarem.

Ele riu, riu de forma tão debochada e assustadora que senti um arrepio atravessar a espinha.

"O facto de não me conheceres não implica que não precise de ti. Acontece que tu tens uma ligação com um dos meus funcionários e ele ultimamente tem sido...bem, digamos apenas que não tem sido exemplar e eu preciso de lhe dar uma...pequena lição." O seu olhar frio queimava o meu, ele andou vagarosamente até a um sofá de couro e lá se sentou, o poderoso rottweiler segui-o e deitou-se ao seu lado, também com o seu olhar sobre mim.

Engoli em seco.

"O que espera que faça? Eu não sei quem é o seu funcionário mas garanto que não tenho nada a ver com isto tudo, por favor apenas me deixe ir embora. Eu nem sei o seu nome por isso não haverá o risco de eu o denunciar. Por favor." Súplica era visível nas minhas palavras, eu estava confusa e apavorada, só queria ir para casa e continuar a minha vida fingindo que nada disto aconteceu, que tudo não passou de um sonho mau, o pior que já tive.

"Lamento informar que não te posso deixar ir assim, tenho mesmo de resolver este assunto e tu és a maneira mais fácil de o pôr na linha, querida Nix. Entende que é necessário." O tom dele era aborrecido, como se toda esta situação que trouxesse tédio e isso fez o meu corpo encolher.

"Diga, por favor, o que quer de mim, o que é suposto eu fazer? Eu já disse que não o conheço e muito menos esse tal funcionário seu."

"Oh, vais então dizer-me que não conheces Kang Daniel?" A sua sobrancelha arqueada e o seu sorriso vitorioso demonstravam o seu estado de espírito.

A minha confusão aumentou ainda mais, o que ele queria dizer com isso?

"Sim, sei quem é mas o que tem ele a ver com isto? Eu não estou a entender nada." A minha confusão e frustração aumentavam ainda mais e a falta de respostas a que fui sujeita não está a ajudar a situação.

"Oh, vejam só, ela não sabe de nada." O homem lançou um olhar de gozo a Marcus e voltou a focar-se em mim, levantou-se sem pressa e aproximou-se.

Levantou a sua mão e pô-la no meu queixo tornando a distância entre as nossas caras muito curta, confortável era o que menos me sentia naquele momento. Só queria sair dali e nunca mais me cruzar com nenhum destes seres.

Art ♤Kang Daniel Fanfiction♤Onde histórias criam vida. Descubra agora