Foi Ele

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De um susto, Liz acordou sem saber onde estava. De primeiro, tentou buscar algo familiar no local. Mas até aonde seus olhos alcançavam, não encontrou nada lhe trouxesse um conforto. Mas ao se levantar do sofá, Liz viu Ana e então uma dúvida se pois em sua mente "-Como é que eu vim parar aqui?"

Ana dormia toda encolhida em uma poltrona bem "desconfortávelmente pequena". Em uma das mão segurava seu celular, enquanto na outra ela segurava um conjunto de chaves.

Liz tentou ao máximo levantar sem fazer nenhum tipo de barulho. Tentou ao máximo não acordar, Ana. Nas pontas dos pés procurou achar a porta, para ir embora antes que a outra acorda-se. Era tudo um tanto estranho. Tinha a ligeira sensação de que tivesse feito algo de muito errado para acabar ali.

Porém, Ana foi acordada pelo seu celular que tocou insistentemente, e por coincidência, o celular de Liz começou a tocar, também. A garota se assustou e ao olhar pelos cantos, notou que Liz procurava algo desesperadamente :

- Vai embora? - Perguntou Ana, com a voz sonolenta.

- Han.. É.. Eu tentei não te acordar! Desculpe.. - Respondeu a loira, sem graça. - Pode me dizer aonde fica a porta?

- Calma... Vamos tomar um café e eu te levo pra casa em seguida. - Ana disse, ao se levantar da poltrona.

- Não precisa.. Quer dizer.. Eu não quero abusar.

- Não vai ser abuso nenhum! - Exclamou Ana, fazendo um gesto para que Liz à acompanhasse até a cozinha.

Liz à seguiu, mas pelo caminho olhou de relance para seu celular. E notou que um email havia chegado. O assunto era "Leia com atenção" e o endereço eletrônico era um conjunto de números binários. Com certeza o remetente não queria se indentificar:

- Sente-se!- Disse Ana, apontando para uma cadeira branca. - Eu vou preparar um café.

- É.. Eu posso perguntar como é que eu vim parar aqui? - Liz perguntou, curiosa. Já que não se lembrava de absolutamente nada. - Eu me perdi do Kai?

- Eu não sei aonde estava o seu amigo. Só sei que pelo visto você exagerou na bebida.

- Como assim? - Liz perguntou, ainda curiosa.

- Eu vi você desmaiando um pouco longe da festa. Dai eu achei que seria melhor te trazer até aqui. - Respondeu Ana, enquanto colocava as coisas em cima da mesa - Até porque eu não sabia aonde você morava, também.

- E como assim, o Kai não estava comigo?

- Eu não o vi depois que vocês foram dançar perto da fogueira - Ana respondeu.

- Estranho! Mas de qualquer forma.. Obrigada!

- Não há de que! - Ana sorriu, gentilmente - Foi seu primeiro porre?

- Porre?

- É.. A primeira vez em que você bebe muito.

- Ah.. Sim! Eu nunca havia colocado uma gota de álcool se quer.

- Olha só... - Disse Ana, surpresa - Parabéns, então! Agora eu acho melhor você beber o café.

- Por que?

- Não vai querer saber o que acontece depois de tomar um porre. - As duas riram e Ana não conseguia parar de pensar no quanto Liz era linda. Seu coração estava acelerado e um arrepio um tanto estranho tomava conta das duas.

Após alguns minutos de conversa,Liz pediu para que Ana à levasse embora. Não conseguia pensar no que "suas mães" fariam quando ela chegasse em casa. Seu celular marcavam dez horas da manhã. E esse foi o maior tempo que ela havia ficado fora de casa.

Do outro lado da cidade, um aglomerado de sirenes ecoavam pelas ruas de Miami. Jayden estava em uma ambulância à caminho do hospital. Suas vistas estavam escuras e sua respiração cada vez mais fraca.

Por trás de seu uniforme, seu sangue escorria dentre as feridas. O agente tentava ao máximo se manter acordado, mas a dor era um pouco mais forte do que ele. E em alguns minutos antes de conseguirem chegar ao hospital, Jayden não aguentou . O rapaz deu seu último suspiro, enquanto olhava para o teto da ambulância, tentava imaginar algo que o fizesse escapar dali. Toda sua vida passou diante de seus olhos, como num filme de longa metragem.

Cada conquista, cada missão cumprida.. Tudo. Jayden Ross havia morrido. E tudo o que lhe importava morreu junto com ele .
...

Na mansão Bucker, os telefones não paravam de tocar. Ainda eram dez e meia da manhã, e Olivia continuava a dormir.

Vencida pelo barulho que vinha da sala, cozinha e quarto, Rebeca se levantou e desceu as escadas para atender o telefone que não parava de tocar. Era Bryan, berrando feito um louco. Não dizia nada coerente, nem sequer conseguia respirar direito:

- Bryan... Bryan.. Se acalme, eu não estou entendendo nada! - Disse Rebeca, calmamente. Enquanto isso, pela porta entrava Liz, tentando disfarçar o óbvio. Rebeca olhou para sua filha e se espantou quanto ao horário que ela chegava. Com uma das mãos, ela fez um sinal para que Liz esperasse ela ali.

- Me roubaram cem milhões.. CEM MILHÕES! - Gritava Bryan, do outro lado da linha. - Tenho certeza de que ele tem algo com isso tudo.

- O QUE? COMO ASSIM "TE ROUBARAM"?

- Rebeca! Temos que fazer alguma coisa. Ele roubou a gente.

- Ele quem??

- Rayn Anderson.

- Bryan.. É impossível.. Ele está morto. - Rebeca dizia, em voz baixa. Já Liz, abria o email contendo os números binários. E se assustou ao perceber que se tratava de arquivos do FBI. Era a ficha criminal de um homem estranho mas um tanto familiar.

A loira olhou para sua mãe e Rebeca e retribuiu o olhar. Sem dizer nada, Liz mostrou a tela de seu celular e Rebeca ficou pálida e acabou derrubando o telefone de sua mão :

- Eu vou chamar suas mães! - Ela disse, em choque. Enquanto Bryan gritava sem parar no telefone.

Only Wolf 4 - AlcatéiaOnde histórias criam vida. Descubra agora