Only Wolf 4 - Alcatéia

Seu Idiota

As circunstâncias já não eram mais favoráveis, a partir do momento em que com o choque, Liz acabou partindo um pequeno galho com o seu pé esquerdo. O que fez um misero barulho despertar em Kai um medo terrível. Ele apontou o bastão que estava em suas mãos, para o rumo da árvore onde Liz se escondia.

O rapaz foi chegando mais perto da árvore, andando nas pontas dos pés, para não fazer tanto barulho enquanto tentava chegar mais próximo. Por via das dúvidas ele atacou por de trás, acertando a cabeça de Liz em cheio. A garota desmaiou no mesmo instante. Sorte dela por ter sido apenas um arranhão :

- Ora.. Ora.. Ora - disse ele, olhando para o corpo caído. - Tentando fugir, lobinha?

- Kai? - Gritou um homem, subindo com dois rifles nas mãos.

- Sim, vovô?

- Quem está aí?

- Liz Bucker, fugiu. Achei ela aqui no mato. - Disse Kai, enquanto olhava para o corpo da garota. O homem chegou mais perto e olhou para o seu neto e depois para o corpo.

- Leve-a para dentro! - ele disse - Sabe que não pode mata-la. Ela é importante.

- Eu sei. Vou leva-la agora.

- Ótimo! Eu vou subir e tomar um café quente.

- Ok. - Respondeu Kai, tentando levantar Liz do chão. Arrastando-a, ele a levou para dentro da sala novamente e a deixou sentada no mesmo lugar de antes. Kai amarrou Liz novamente e trancou a porta antes de sair. Certificando-se que ela não escaparia dessa vez.

Passou-se quarenta minutos e Kai voltou para alimentar sua prisioneira. Olivia Liz se encontrava acordada. Com uma leve dor de cabeça e um galo gigante na testa. Ela se perguntava o que raios estava acontecendo mas nada poderia ser pior do que ver seu melhor amigo tentando te matar. Não dava para entender :

- Por que?

- Por que o que? - respondeu ele, botando uma bandeija em cima da maca onde Liz já estivera.

- Por que está fazendo isso, Kai? Achei que éramos amigos.

- Mas nós somos amigos. Aliás, somos bem mais do que isso... Somos irmãos! - respondeu Kai, sorrindo.

- Do que você está falando?

- Aaaa não te contaram?

- Contaram o que?

- Sua mãe fudeu com o meu pai.. Literalmente. Depois o acusou para a polícia, de estupro. Dai ela conheceu um cara, com quem iria se casar...

- Dave!...

- Isso... Dave... E consequentemente, ela acabou engravidando mas a criança não era do Dave...era do meu pai.

- E quem é seu pai?! - Perguntou Liz, já com lágrimas nos olhos.

- RAYN ANDERSON !!

- O que? Não... Você.. Não.. Você está mentindo, Kai.

- Não eu não estou, Liz-respondeu o rapaz, rindo psicopatamente.

- E o que minhas mães tem com isso?

- Elas o mataram... Elas o tiraram de mim.

- Ele era um assassino!!!

- ELE ERA O MEU PAI! - gritou Kai, dando um tapa no rosto de Liz.

- Ele não te amava, Kai. Ele não amava ninguém.

- Cale a boca! - dizia ele, irritado.

- Você tem que me ouvir, me tira daqui. Isso não vai traze-lo de volta. - Dizia Liz, olhando para os olhos de seu ex melhor amigo.

- EU MANDEI VOCÊ CALAR A BOCA! - Em um surto, Kai pegou uma faca, que estava em cima da maca e a enfiou na barriga de Liz, perfurando seu rim. - Liz?.... Liz?... Aí Meu Deus.. Liz, acorda.

- Senhor? O que está acontecendo aqui? - perguntou um dos capangas.

- Chame o meu avô! Rápido! - ordenou Kai, enquanto tentava fazer o sangramento parar. O avô de Kai apareceu na porta, o mais de pressa que conseguiu. Ele olhou para a garota sangrando e deu um murro no rosto de Kai.

- Eu disse para você se controlar, seu idiota!

- Me desculpe vovô! - Exclamou o garoto, no chão. - O que vamos fazer agora?

- Sobra tudo para mim não é? Seu idiota.

- Ela é sua neta, vovô.

- Eu não estou nem aí para essa vagabunda, Kai Anderson. - respondeu o avô, extremamente frio. - Por mim ela pode apodrecer aí nessa cadeira.

- Não. Não pode. O que o meu pai diria? - Perguntou o garoto, chorando.

- Quando é que você vai entender que não estamos fazendo isso pelo seu pai estúpido?! Ele era um lixo. Um inútil. Desviou totalmente do que eu havia mandado ele fazer. Agora estamos aqui, sequestrando , só para eu ter o que é MEU de volta.

- Salve ela. Por favor. Ela é minha irmã.

- Ela não vai te amar por isso. Não vai te querer por perto.

- Eu sei... - respondeu Kai, de cabeça baixa. O seu avô torceu o nariz e ordenou que seu capanga leva-se Liz para uma outra sala.

Lá era uma coisa mais limpa e higiênica. Havia um médico, amarrado em uma cadeira. Ele tentava gritar mas um pano tampava sua boca, impedindo-o que fizesse um escândalo. Mesmo que não houvesse ninguém em um raio de 20 kilometros.

O capanga deixou o corpo de Liz em cima da maca e soltou o médico, que implorava por sua vida :

- Salve-a! - disse o capanga apontando uma arma na direção do médico.

- O qu-e.. que.. Aconteceu com ela?

- Uma facada no rim.

- Vou precisar de algumas coisas para fazer um curativo e examinar.

- Tem tudo o que precisa bem ali - respondeu o capanga, apontando para um armário.

- O-ok...

- Lembre-se doutor.. Se ela morrer, você morre. Se você tentar fugir, sua esposa morre. Se você se matar, o seu filho morre. Se você tentar algo, vocês todos morrem.