Capítulo 17

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A cuidadora era quase perfeita, a única coisa que me incomodava nela é que nunca ela atendia os meus telefonemas. Aos poucos a minha madrinha começou voltar à sua vida normal e nós avisamos a moça que dentro de algumas semanas não precisaríamos mais dos seus serviços.

Depois disso percebemos uma mudança de comportamento dela, de uma hora para outra ela se tornou uma pessoa extremamente rabugenta e esqueceu totalmente Deus.

Minha madrinha vivia me pedindo para orar por ela e eu comecei a estranhar a atitude das duas, decidi que poria um fim à aquilo no dia seguinte ao dia em que a minha madrinha me ligou e me leu um versículo bíblico que falava acerca do furto.

Naquela noite eu sonhei que a minha madrinha ia tomar um tiro, eu me jogava na frente dela, mas a bala me atravessava, sem me causar qualquer dano, e atingia diretamente o peito da minha madrinha, que morria na hora.

Acordei com o telefone tocando e assim que o atendi a cuidadora disse do outro lado da linha:

- A sua madrinha está perguntando se você pode descer aqui para ajudá-la?
- Claro

Por conta do horário, era 06h00, não avisei à ninguém que desceria, no elevador eu tive um mau pressentimento, mas apenas orei silenciosamente para Deus afastar tudo de ruim.

Assim que cheguei encontrei a cuidadora me esperando na porta, assim que entrei no apartamento ela trancou a porta, aquilo não era bom. Me mandou ir para o quarto e, ao adentrar no cômodo, encontrei a minha madrinha chorando. Quando cheguei perto para consolá-la, ela sussurrou:

- Você não deveria ter vindo!

Então a cuidadora pigarreou e me disse, assim que olhei para ela:

- Sabe? Esse apartamento vale milhões, sua madrinha não tem marido nem filhos, mas ela fez um testamento deixando tudo para você - olhei de rabo de olho para a minha madrinha que confirmou com a cabeça - mas eu receio que você terá que escrever uma carta de renúncia em meu favor.

Me levantei da cama, onde estava sentada ao lado da minha madrinha, de sopetão e fui para cima da Salete, eu queria a espancar até quebrar todos os seus ossos, mas assim que me aproximei dela, ela levantou um revólver e apontou para o meu peito.

- Mais um passo e eu mato as duas - bradou ela.

Eu não me importava em morrer, se isso fosse salvar a minha madrinha, mas eu sabia que, de qualquer maneira, se alguém tivesse que morrer, seria a minha madrinha em primeiro lugar.

Levantei as duas mãos e voltei para trás com passos largos olhando para a cuidadora.

- Boa menina, sabe que se fizer o que eu mandar você sairá viva daqui.
- Eu quero que a minha madrinha saia com vida daqui, não me importo em morrer por ela.
- Eu não sei se você sabe, mas um testamento só começa valer quando quem o fez morre.

Olhei para a minha madrinha e a abracei, então tudo aconteceu rapidamente. Ouvimos um estrondo vir da sala, Salete deu dois tiros na nossa direção e saiu correndo.

Eu queria segurá-la e chamar a polícia, mas, assim que me levantei, vi o corpo da minha madrinha quase caindo da cama. A abracei com força e comecei gritar socorro.

Nessa hora o sangue começou a sair dela e manchar a sua roupa, minha roupa, a cama e o chão. Em algum momento alguém me tirou de perto da minha madrinha, eu me senti vazia.

Queria gritar o nome da vadia para todo o mundo, mas não encontrava a minha voz.

Queria gritar o nome da vadia para todo o mundo, mas não encontrava a minha voz

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A garota que você destruiu - Volume único [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora