Capítulo 2

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O som do despertador fez com que o alfa acordasse de imediato. Olhando para os lados, percebeu que acordara cedo como havia planejado. Coçando a nuca viu que sua cama estava uma completa bagunça, cheias de contratos da Easton que deveria levar assinado, contrato do apartamento, uma vez que o dono do prédio ficara contente que um de seus inquilinos tenha conseguido o primeiro lugar no tesidus. Além dos contratos, a pasta avermelhada também estava aberta na mesa de centro, ao lado do caderno que estava com algumas páginas repletas de anotações.

Se lembrara que durante todo o dia ficou dentro da sala lendo as anotações, averiguando equações, combinando componentes de drogas para novos remédios. Revisou um terço de todo o caderno em um dia apenas, e se sentia gratificante em ter chego em casa para terminar o seu trabalho. Apesar de ter ido dormir tarde, conseguira terminar de revisar todas as folhas.

Levantando-se da cama, se espreguiçou e rumou para o banheiro onde iria iniciar o seu dia com um banho gelado. Apesar do vento gélido no lado de fora, o alfa teria suado enquanto dormia, sonhando com o aroma que sentira no dia anterior. Ainda se indagava sobre aquele cheiro, tentava se recordar de como era exatamente, mas parecia que o cheiro lhe confundiu a cabeça. Pela primeira vez havia falhado com sua memória.

Enquanto se arrumava, ficou imaginando como seria a ala 300, que a partir daquele dia seria o escritório. Tinha uma ideia do que o doutor Oh estaria pesquisando, através de seus escritos percebia que estava lidando com hormônios de criação. Enquanto ajeitava a gravata em volta de seu pescoço, Jun Myeon observava o próprio reflexo no espelho.

- Deve ter algum paciente com uma doença grave – Os dedos passavam pela gola da camisa social, escondendo uma parte da gravata – Com certeza vai ter coagulação sanguínea.... hemostasia secundária?

Inclinava a cabeça em duvida, ainda pensava que seria apenas um caso especifico. Doutor Oh havia feito uma lista com vários remédios hormonais, que segundo o próprio alfa imaginava, se aplicado em um humano comum levaria á óbito rapidamente. O coração não daria conta de bombear um sangue pesado de hormônios.

Soltou um suspiro desistindo de pensar sozinho naquilo, seria necessário ver o caso de perto para poder entender o que se passava na ala 300. Pegou sua mochila guardando todos os documentos que iria levar naquele dia, se quer bebeu café ou comeu algo, queria ir para o laboratório o quanto antes. Segurando firmemente as chaves do carro, o alfa correra pelos corredores seguindo para o elevador, não se esquecendo de deixar o contrato do prédio na recepção.

Tão em breve se encontrava dentro do carro o ligando, saindo pelas ruas seguindo o seu atalho do dia anterior. Mesmo que tivesse adiantado para seu expediente, Jun Myeon sentia a necessidade de tentar entender o motivo daqueles hormônios serem misturados, apesar de cada um ser tão diferente entre si. Enquanto parava diante do semáforo fechado, tamborilava os dedos sobre o volante, os olhos pousaram na janela enquanto observava um casal caminhando juntos na calçada. Com um vidro aberto conseguira sentir o vento bater em seu rosto, trazendo um aroma conhecido por si, parecia que o rapaz era um alfa comum. Um estalo fez em sua cabeça.

- Delta!

Abrindo um sorriso tão largo, ficara animado com sua recém-descoberta. Como não poderia ter pensado naquilo antes? Teria sido alguma pegadinha do médico para si? Uma forma dele testar seus conhecimentos, e averiguar que Jun Myeon não seria apenas um jovem mimado? Não era á toa que passou os últimos anos estudando, adorava a anatomia humana, e com os recentes artigos científicos que saíram na internet e em revistas, se aprofundou em um estudo que revelava até sobre si mesmo.

Os híbridos.

Pisava no acelerador assim que o sinal abrira, não aguentou a euforia de chegar no laboratório e contar sobre o seu feito. Seria ele digno de saber sobre o que pesquisaria? Seria um estagiário com grandes chances de ser efetivado com essa ideia. Não teria com quem se comparar, sua mente era brilhante e entraria em sintonia com a do doutor Oh.

O Garoto DeltaOnde histórias criam vida. Descubra agora