Capítulo 1

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Amanhã postarei o Desembargador. Estava sem notebook e acabei perdendo todos os meus arquivos mais recentes. Quanto os dias de postagens... Sexta-Feira.

Espero que estejam gostando. Caso sim... Me ajudem a divulgar. Bjs!!!



Um

Santa Clara da Fé, Minas Gerais, 2008

Gael,

Minhas mãos percorriam cada centímetro de seu corpo, e seus gemidos arranhavam o meu ego. – Mais Gael. Mais forte. – Nem era preciso que ela pedisse. Meu corpo tinha necessidades que nem eu mesmo entendia. Era como um vício. Onde eu sempre buscava mais e mais. Até que o telefone tocou. Mas eu não pararia agora... não naquele momento.

Ouvi a garota gritar e seu corpo estremecer. E assim que o meu corpo cessou eu me virei de lado e apanhei o celular, saindo da cama e me dirigindo ao banheiro.

A necessidade agora era tirar o cheiro da garota do meu corpo.

- Chefe, é melhor que o senhor venha até Sant'Ana. E urgente.

Sant'Ana. Sant'Ana.

Há quanto tempo eu não retornava àquela fazenda? Um ano? Dois?

- Se for algo com a criança, a responsabilidade é da Joana, não há necessidade de minha presença. O que ela decidir está decidido. – Durante esse tempo de minha ausência Joana era a responsável legal pela menina. Eu não levava jeito para ser pai.

- Não senhor. É a própria Joana.

Joana.

Enquanto eu me dirigia ao aeroporto me lembrava de sua figura. Sempre disposta a correr comigo pelos campos. Ela sempre dizia que era forma de exercitar o corpo. Mas mal sabia ela que era uma forma, de mesmo na infância ou adolescência de exercitar meus sentimentos.

Joana sabia que a falta de meus pais, principalmente em datas importantes, com aniversário, reunião escolar, ou até mesmo natal e ano novo, era aterrorizante para mim. E me lembro de dizer que foi seu nome o primeiro a sair de meus lábios quando criança.

Quando o avião pousou em Santa Clara da Fé, duas horas depois, o cheiro de lar tomou conta de mim. Eu não era mais aquele empresário de terno e gravata. Eu era.... Eu.

- Tarde patrão. – Retribui o aperto de mão caloroso do gerente da Sant'Ana. Pedro Augusto estava comigo há muito tempo. Desde a época de meu pai. Na verdade, para todos ali, era só Pedro.

- Boa tarde Pedro. Quer me explicar melhor a situação?

- Ah "Sô" Gael, há uns dois meses a Joana começou a reclamar de uma dor aí, e todo mundo começou a arrumar uns ramos que ela pedia para chá. Até tentaram levar ela no médico, mas o senhor sabe como é a Joana. – Eu sabia.

A Joana havia chegado à Sant'Ana com pouco mais de seus vinte anos para cuidar de meu irmão mais velho e ficado até... até o fatídico acidente. Depois sem achando não precisar mais de seus serviços, porque não havia mais uma criança, a dispensaram, trazendo-a de volta quando nasci. E assim, ela permanecia no lugar, não só como uma babá, mas uma governanta. Mais que isso... A mãe que eu conheci.

Eu tinha que mãe para mim, não era somente aquela que trazia ao mundo, mas muito mais aquela que criava. Que participava do seu dia-a-dia. Aquela que curava suas feridas quando caía e ralava o joelho. Ou que ouvia as broncas da professora. Mãe era a que ouvia seus desabafos e ajudava a curar seus porres.

DNA - Um lar para KarolyneOnde histórias criam vida. Descubra agora