Capítulo Dezenove

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Fiquem tranquilas que volto hoje ainda com os capítulos 20 e 21


Gael,

Os homens não eram obrigados a sentirem minha dor, e a calar suas violas. Mas o fizeram em pleno dia de festa.

Eu passei a tarde toda pensando em uma saída e depois de estar com meu advogado, voltei a tomar a Karolyne nos braços.

Estava silenciosa, e eu entendia bem. Muitas coisas haviam passado por minha cabeça, mas depois de alguns minutos e uma boa conversa com quem entendia de leis, estou no firme propósito de que ninguém poderá nos separar.

- Gael.

- Oi meu amor.

- Você sabia que eu te amo? – Passou a mão pelo meu rosto, quase me fazendo derramar lágrimas.

- E você sabia que eu te amo muito e que ninguém poderá te tirar de mim.

- Sei. – Colocou o dedinho na boca e dormiu.

Não houve festa pela primeira vez em anos na Sant'Ana. O Ano chegou e muito longe podia ouvir o som dos foguetes da cidade.

- Não quer jantar? Eu sei que não há clima para festas, mas...

- Obrigado Gabriela, estou sem fome. – Eu queria ficar sozinho. Minha mente precisava raciocinar. Eu precisava raciocinar. O que havia acontecido entre a Darlene e eu, para que ela tivesse uma atitude tão vil assim? Eu lhe dei dinheiro. Atenção. Fui carinhoso em nossa primeira vez. Cheguei a pagar um preço exorbitante, só para que ela não tivesse que se sujeitar àqueles velhos que babavam por ela. E mesmo assim, ela agiu como a pior das mulheres. Na verdade, ela não se parece em nada com um ser humano.

- Me desculpa Gael, insistir. – Me virei para a Gabriela atentando para sua presença. Achei que nem estivesse ali mais. Estava absorto em meus pensamentos. – Talvez se conversasse com a Darlene. – Ela disse pausadamente. Como se tivesse medo de minha reação.

- Acha que isso não se passou por minha cabeça? Pensei em conversar com ela. Até mesmo oferecer dinheiro. Mas eu a conheço ou melhor, acho que conheço. E ela não vai desistir do que quer por uma simples conversa. Teremos que enfrentá-la na justiça e expor todas as suas sujeiras para que ela entenda que não pode ter tudo o que deseja e nem fazer tudo o que quer.

Ela se aproximou com tanta delicadeza e tocou meu rosto.

- Não queria que isso estivesse acontecendo. – Estava sendo sincera. Se não por mim, pela Karolyne.

- Eu sei. – Fechei os olhos e ela continuou ali, na penumbra tocando meu rosto. Eu devia estar um lixo humano. Barba à fazer. Cabelo sem corte. E mesmo assim a Gabriela permaneceu ali.

- Papai! – Um grito nos levou a correr para o quarto da Karolyne. Quando abrimos a porta ela estava tremendo. – Um homem mau estava aqui e quis me levar. – Um sonho com certeza.

Sentei-me à cama e a abracei. Pobre menina.

- Estamos aqui filha. Fica tranquila. Ninguém vai levar você. Pode se deitar novamente que a Gabriela e o papai vão estar aqui.

- Não quero ficar aqui. Quero ir para seu quarto. – Tomei-a nos braços e levei. A Gabriela trouxe seu pequeno cobertor e a cobriu com tanto carinho e delicadeza. Seria uma ótima mãe.

- Papai deita aqui.

- Claro filha. – Encostei-me ao seu lado e ela se aconchegou a mim. - Pode ir descansar Gabriela. Não merece passar a noite em claro.

DNA - Um lar para KarolyneOnde histórias criam vida. Descubra agora