Capítulo 4

12K 1.7K 181
                                    

Sem correção...


Gael,

- O senhor não ia viajar hoje? – Hum... A mania que as pessoas desse lugar tinham em entrar na vida da gente não era normal.

No Rio os empregados mal se dirigiam aos patrões, mas em Minas, todos se acham família.

- Disse bem: Ia! Mas como vê ainda estou aqui. – Servi-me de café e olhei para a chuva que caia copiosamente sobre a fazenda.

Eu adorava o tempo de chuva. Me lembrava das quantas vezes eu corri por aqueles pastos debaixo de água e depois de um bom banho saboreava os bolinhos de chuva, ou o pão de queijo quentinho da Joana, servido com o café, produzido aqui mesmo na fazenda, torrado e moído na hora.

São prazeres que só quem já viveu pode descrever.

Ouvi gritos vindos da frente da casa e me dirigi até lá. E por pouco não desci.

A babá brincava com a menina debaixo da chuva. Estavam sim, vindo em direção a casa, mas o certo era nem terem saído dali.

Quando entraram, molhadas a primeira a me ver foi a menina.

- Gael chuva.

- Sim! E chuva faz mal. – E embora agora ela desse os braços para mim, a própria Gabriela a manteve em seus braços.

- Vamos tomar um banho primeiro. – E quando colocou a menina no chão para descalçar as botas, meu corpo reagiu no mesmo instante. Ou era muito ingênua ou sabia muito bem usar as suas armas de sedução.

A água da chuva tinha feito com que suas roupas brancas virassem transparentes. E eu podia ver a auréola de seu seio. Não era grande, mas bem definida, e os bico do seio estava rígido. Completamente rígido.

- Pronto. Agora venha comigo. – Abaixou-se e pegou a menina como se não nada houvesse acontecido ali.

Eu tinha que viajar hoje sim. Levantei disposto a partir. Eu fiz minhas malas e até cheguei a pedir minha secretária que marcasse meu voou. Mas não tive condições de simplesmente partir.

Quando a menina nasceu eu estava de fato motivado pelo ódio e partir por dois anos, mas agora estava sendo difícil.

Terminei o café e me tranquei no escritório. Não era tudo o que eu podia resolver por aqui, mas o que podia precisava aproveitar. Assim passaria menos tempo fora que o previsto.

As fazendas não haviam tido ganhos absurdos, mas em meio à crise que todos passavam, estamos nos mantendo da melhor forma possível. Não tivemos percas, apenas faturamos o mesmo do ano passado.

Durante todo o dia, entre um documento e outro, eu ouvia os gritinhos, ou as risadas de uma e de outra. Mas pareciam irmãs, e da mesma idade, não uma adulta cuidando de uma criança.

Entre alguns documentos encontrei a carteira de trabalho da Gabriela. Eu pessoalmente não havia checado suas informações, mas havia pedido o escritório que fizesse, e todas eram verídicas. Então de fato, deixar a menina aos cuidados dela, não era meu motivo de não sair da fazenda. Até porque, ela não estaria sozinha. Todos aqui amam a pequena.

- Pensei que havia partido. – Só o que me faltava agora, seria o Pedro controlando meu ir e vir.

- Irei nessa madrugada.

- Ainda receoso em deixar a menina?

- A chuva estava forte. Não quero me arriscar nessas estradas.

- Sei... Sei. – Tomara que soubesse mesmo. – Antes que continuássemos nossa conversa a porta se abriu.

- Gael... Café.

DNA - Um lar para KarolyneOnde histórias criam vida. Descubra agora