Meu nome é Laura Bittencourt, tenho 19 anos e sou brasileira. Meu pai é embaixador da Itália no Brasil, conheceu minha mãe quando estava morando um tempo no Brasil no início da carreira, eles casaram, tiveram minha irmã, Victória e após três anos, eu. Moramos em 5 países, Estados Unidos, Austrália, França, Holanda, Alemanha e por fim nos estabelecemos no Brasil, enquanto morávamos em outros países sempre íamos nas férias para lá ou para Itália, por isso sempre estudei o português, assim como o italiano e os idiomas de todos países que eu morei.
Quando eu fiz 13 anos nós voltamos a morar no Brasil e lá eu completei o ensino médio, aos 17 anos. Minha família sempre me deu tudo o que eu pedia, desde que eu merecesse, minha infância foi repleta de aulas de etiqueta, piano, dança, culinária, idiomas, além da escola. Eu era muito recatada, obedecia sem reclamar o que os meus pais impunham, pois sempre soube que era para o meu bem, com os meus avós as coisas eram mais liberais, eu fazia o que desse vontade, mas geralmente eu nunca tinha vontade de fazer algo que extrapolassem as regras.
Já a minha irmã sempre foi mais espontânea, aventureira, curiosa, ela sim ultrapassava os limites de vez em quando... na verdade, quase sempre, ela ia para festas de pessoas desconhecidas, fazia amizade com qualquer um e levava para nossa casa, sumia com o carro, passava vergonha nas festas que aconteciam em casa, tinha vários namorados e por aí vai, posso dizer que minha irmã realmente aproveitou a juventude. Era comum eu sair das festas para ajudá-la, ir buscar ela em algum lugar, acobertar as coisas que ela fazia, foi assim por muito tempo, o meu pai costumava dizer que nós invertíamos o papel de irmãs, eu não a julgava, na verdade gostaria ter a audácia dela, eu não beijava alguém por beijar, eu não quebrava as regras, eu acreditava em amor.
Eu namorei um garoto, Thiago, desde dos meus 15 anos e meio até os 17 que foi quando eu descobri que amor não existia e se existisse não apareceria tão fácil, então ao concluir o ensino médio pedi aos meus pais para me mudar para Califórnia, eles perguntaram sobre a faculdade e disse que tentaria fazer lá, caso não conseguisse eu voltaria para fazer no Brasil ou na Itália, eles concordaram e assim após o meu aniversário de 18 anos em fevereiro, eu me mudei para Los Angeles, eu havia comprado um apartamento, bem localizado.
Meu primo, Henri, veio da Itália para me encontrar lá e ajudar com a mudança e adaptação. Ele ficou por umas duas semanas e depois voltou, para Itália, partiu com a minha promessa de visitá-los no meio do ano. Henri era um amor de pessoa, era como um irmão mais velho para mim, crescemos juntos brincando nos jardins da casa de campo dos meus avós na Itália, era ele a quem eu confiava meus segredos, medos, inseguranças, paixões, decepções, quando aconteceu toda a história com o Thiago, meu ex, ele quis ir ao Brasil só para poder "colocá-lo no seu lugar", como ele costumava dizer, eu achava graça, não imaginava Henri machucando nem uma formiga, quando eu o dizia isto, ele fazia cara de bravo e me fazia cócegas logo em seguida.
Eu acumulei amigos por todos os países em que morei, mas foi no Brasil que encontrei Amanda, minha melhor amiga. Nós nos conhecemos desde bebês, nossos pais são amigos próximos, então eu a via toda vez que visitava o Brasil e quando mudei para lá fui estudar na mesma escola que ela, então nós nunca nos desgrudávamos. Quando contei a ela sobre minha ideia de me mudar para L.A. ela foi a primeira a me apoiar, apesar de dizer que não saberia o que fazer sem mim por perto, mas esse foi um problema que resolvemos facilmente, ela vem me visitar a cada 2 meses e passa uma semana, quando dá ela fica mais, eu vou ao Brasil em meses alternados aos que ela vem me visitar, passar alguns dias. Assim diminuímos a saudade, apesar de nos falarmos todos os dias, sem falta.
Faz mais ou menos um ano que estou morando em L.A. aqui é maravilhoso, sempre arranjo um tempinho para ir a praia, não que eu tenha muito o que fazer, ano passado eu dei aulas de ballet, mas como fui aprovada na faculdade, decidi começar esse ano sem compromissos e agilizar o processo de mudança. Um desse dias eu iria me encontrar com meu advogado para assinar o contrato da casa, mas eu acabei conhecendo Cameron e meus planos mudaram.
Naquele dia ensolarado em que conheci Cameron, fomos a minha casa e após um tempo fomos caminhar na praia, eu não podia demorar muito pois minha irmã estava chegando, por isso eu e Cameron apenas andamos na areia, depois nos sentando a sombra de uma árvore, conversamos, rimos até que eu tive que ir embora, nos despedimos com um breve beijo e eu voltei para o carro, pude sentir seu olhar me fitando, mas não virei para olhá-lo.
No caminho para o aeroporto fui pensando...
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Learning to Love
FanfictionMetade brasileira, metade italiana, de família antiga, importante, poderia simplesmente levar uma vida sossegada aproveitando sua fortuna, mas Laura decidiu arriscar. Mudou-se para Los Angeles com o intuito de cursar arquitetura, mas ela não sabia q...