All right?

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Vocês acreditam em milagres? Deviam, porque isso é realmente um capítulo novo!

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LAURA

  Acordei eram umas 7 a.m. Cam ainda dormia. Levantei com cuidado para não o acordar. Fui ao banheiro, fiz minhas higienes matinais, me troquei e voltei para o quarto.
  Ele estava em um sono pesado, dei-lhe um beijo na cabeça e desci.
  - Bom dia. - falei ao entrar na cozinha e encontrar o chef e seus ajudantes já fazendo o café da manhã.
  - Bom dia senhorita. - eles cumprimentaram.
  - Senhorita! Achei que acordaria mais tarde, o café não está pronto. - Lúcia disse vindo ao meu encontro.
  - Bom dia Lúcia. - eu a abracei - Não se preocupe, irei tomar café nos meus avós. Só sirvam os convidados. Avisem-os que chegarei tarde hoje, por favor. - pedi.
  - Claro! Avisarei. - ela falou.
  - Bom, estou indo, tenham um bom dia. - disse saindo.
  Peguei a chave do carro, minha bolsa e fui para fora.
  Óbvio que meu vô já havia acordado. Havia o dobro de seguranças ao redor da casa do que tinha na noite anterior. Suspirei e entrei no carro.
  Cheguei na casa dos meus avós, tinham tantos seguranças quanto em casa. Estacionei na garagem e entrei.
  A casa estava cheia, funcionarios iam e vinham, achei um rosto conhecido.
  - Francisco! - gritei ao vê-lo
  - Laurinha! - ele disse e veio ao meu encontro, me abraçou.
  - Como está? - perguntei.
  - Muito bem e você pequena? Cresceu, hein? - ele falou sorrindo.
  - Estou bem, obrigada. Viu meu avô? - perguntei.
  - Claro! Estão todos tomando café. - ele respondeu - Vamos lá! - disse me guiando pelo braço.
  - Vamos então. - concordei.
  - O que anda fazendo? - ele perguntou.
  - Por enquanto nada, só esperando o começo das aulas.
  - Aulas? - perguntou.
  - Sim, vou começar a faculdade. - expliquei.
  - Não acredito! Que fantástico! Faculdade de que? Moda?
  - Não... arquitetura... - falei.
  - Sério? Que legal, mas sempre achei que você faria moda. - ele disse.
  - Eu também... mas as coisas mudam... - respondi e ele sorriu fraco.
  - Mudam... daqui você sabe ir não sabe? - perguntou parando no começo de um corredor.
  - Sei. - falei rindo - Obrigada pela companhia Francisco! - agradeci e beijei seu rosto.
  - Sempre um prazer Laurinha. - respondeu e saiu.
  Francisco era nosso segurança, o segundo chefe da segurança. O pai do Henri o contratou como segurança dele e desde então ele tem estado conosco. Faziam mais de 18 anos, ele quase nos deixou após a morte do pai do Henri, a culpa o consumia por não ter impedido, mas ele nem estava junto naquela noite, ele não teve culpa, ninguém teve.
  O convencemos de ficar, ele é família para mim, para todos nós, assim como Marcos, o chefe da segurança, ele devia ter uns 50 anos.
  Andei pelo corredor até chegar na sala. Todos estavam sentados na mesa, acredito que me esperando já que não comiam. Meu vô lia o jornal, Henri o celular e vovó conversava com a minha tia.
  - Bom dia. - cumprimentei e eles me olharam.
  - Lala querida, bom dia. - minha tia disse sorrindo.
  - Bom dia flor do dia. - Vovó falou.
  - Bom dia princesa. - meu vô disse fechando o jornal e o colocando de lado.
  - Bom dia. - Henri disse um pouco baixo sem me dirigir o olhar.
  - Com licença. - pedi indo me sentar e meu vô acenou com a cabeça.
  - Vamos comer! - ele anunciou e serviu seu café.
  Todos começamos a comer, em silêncio.
  - Lala? - minha tia chamou e eu a olhei - Você falou com o Thiago depois que terminaram? - ela perguntou.
  - Eu apenas o cumprimentei em algumas ocasiões... - falei terminando de mastigar um pedaço de croissant - Por que?
  - Imagino que ele deva estar bem bravo com você ainda. - ela disse.
  - Por que? - perguntei de novo.
  - Ela não viu? - minha vó perguntou.
  - Vi o que?
  - Mostra para ela! - minha vó pediu é Henri esticou o celular.
  - Foi a Globo que publicou aquela matéria ontem. - ele disse.
  - Ele sempre foi um cretino. - falei meio irritada - Deixem isso para lá, eu resolvo. - completei - Pode ser? - disse me dirigindo ao meu vô, pois sabia do jeito protetor dele.
  - Se você preferir... mas se precisar de algo é só falar. - Vovô falou e eu sorri agradecendo.
  - Melhor se concentrarem na empresa e nos negócios... aliás... como andam? - perguntei.
  - Henri irá te explicar quando acabarem. - meu vô disse, olhei e vi que Henri mal havia tocado na comida, pude imaginar o motivo.
  - Eu já acabei. - falei colocando o guardanapo sobre a mesa.
  - Eu também. - Henri falou fazendo o mesmo.
  - Podem ir então. - Vovô autorizou e nós nos levantamos.
  - Com licença. - dissemos juntos e eles assentiram.
  Saímos e seguimos pelo corredor até a escada, descemos indo para sala de treino. Ele destrancou e entramos.
Fazia muito tempo que eu não ia lá, desde que o pai dele morreu, eu não treinei mais.
  Entretanto estava tudo como antes, do jeito que eu me lembrava. As paredes cinzas, o chão de madeira e tatame, luzes fracas, os equipamentos de treino, a barra na única parede com espelho que havia sido feita para que eu treinasse dança, os alvos, sacos de pancadas, tudo exatamente igual.
  Sorri, lembrando daquela época em que vinha todos os feriados e férias para cá, passeava, treinava, era bom.
  - Muitas lembranças, não é mesmo? - Henri perguntou sorrindo fraco e eu assenti.
  - Ainda treina? - perguntei o olhando.
  - Fiz uma pausa nos últimos anos mas já voltei. - ele respondeu e apontou para a mesa que ficava no canto da sala.
  Fomos até lá e nos sentamos. Havia dois copos e uma garrafa de vodka. Ele a abriu.
  - Não. - falei antes que ele servisse - Não quero que você me conte porque bebeu demais, eu quero que você fale por vontade própria, coragem. - completei.
  Ele me olhou e fechou a garrafa de novo a deixando no canto.
  - Depois que o papai se foi e o vovô vingou sua morte... Ele achou que fosse acabar, que eles fossem acabar. Que Milão voltaria a ser tranquila e segura, mas não aconteceu. Eles colocaram outro no comando e continuaram com o tráfico, prostituição, assassinatos... enfim, tudo que o vovô sempre evitou.
  Vendo tudo isso ele não conseguiu deixar para lá. Por mais que a dor da perda o dominasse ele disse que não podia perder Milão também. Por isso decidiu continuar, "para proteger as famílias e os jovens dos riscos trazido pelos estrangeiros." - ele disse imitando o vovô e eu não pude deixar de sorrir, ele o lembrava em muitos aspectos - Ele continuou, afrontando os e protegendo a cidade. É claro que nunca será o suficiente né? Mas nós tentamos...
  - Nós? - perguntei o interrompendo - Você tá nessa também?
  - ... Sim Lau... - falou após um tempo.
  - Henri... não faça isso, como você pode? - eu estava incrédula.
  - Como eu pude? Eles mataram o meu pai! Você queria que eu ficasse de fora? - ele respondeu.
  - Queria Henri! Eu queria! Porque eu não quero perder você também! Eu não aguentaria. - falei e senti as lágrimas virem aos meus olhos.
  - Lala... você não vai me perder... nós dois fomos treinados pelo o melhor lembra? - ele perguntou se referindo ao próprio pai que costumava treinar a gente.
  - Lembro... e ele era O melhor e se foi...
  - Eu tenho que fazer isso, por ele, por Milão, por nós. Quantas outras mortes serão necessárias para que façamos algo? Eu não posso ficar parado só assistindo Lala... - Henri tentou explicar seus motivos e eu entendi, por mais que eu não aprovasse eu entendi.
  - Tudo bem. - falei - Só me promete que você ficará a salvo.
  - Prometo. - respondeu segurando minha mão.
  - Agora... me conte... vocês estão em guerra? Algo assim? - eu quis saber já que havia tantos seguranças.
  - Meio que sim... algumas semanas atrás nós rastreamos um ponto que eles armazenavam e forneciam drogas e... pode se dizer que queimamos.
  - Queimaram? - perguntei chocada.
  - Sim... eles devem estar bem bravos ainda mais que algumas pessoas não conseguiram sair antes que o fogo dominasse tudo. - ele completou.
  - Vocês mataram eles? - quis confirmar.
  - Indiretamente. Mas sim. - respondeu.
  - Wow. - foi tudo o que eu disse, estava tentando assimilar tudo - A gente mata agora?
  - Eles não tiveram piedade do papai e na verdade eles continuam matando nosso pessoal quando tem oportunidade... desde o papai já perdemos quatro.
  - E quantos deles vocês derrubaram? - perguntei para fazer uma equivalência.
  - Onze. - ele respondeu.
  - Pelo menos estamos em vantagem. Mas não pense que eu aprovo isso. - disse semicerrando os olhos.
  - Não podemos fazer muito enquanto a isso. - respondeu - Você me perdoa?
  - Eu não conseguiria ficar sem. - falei honestamente e levantei para abraçá-lo. Ele retribuiu o abraço - Nós estamos esperando um ataque então? Só para confirmar. - eu disse.
  - Isso Lala. - ele falou me soltando.
  - Entendi. Vamos voltar? - sugeri indicando a porta.
  - Vamos. - confirmou me puxando pela mão em direção a porta.
  Trancou tudo e subimos.

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⏰ Última atualização: Jan 15, 2018 ⏰

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