Você e eu somos um
Caso Sério
Ao som de um bolero
Dose dupla
Românticos de Cuba
Libre!
- Caso Sério - Rita Lee
— E aí, o cara levanta a espada e grita. — O Eduardo se sentou reto e levantou o braço, imitando a pose do He-Man na sua camiseta. — Fica quase pelado e mais moreno e ninguém mais reconhece ele.
Os dois caíram na gargalhada.
Ele e a Mônica acharam um sofá de dois lugares num cantinho do terraço, e mesmo cercados de pessoas, era como se estivessem sozinhos. Quando a dona da risada delicada sentou do seu lado e puxou papo, ele achou que tinha alguma coisa errada. Mas depois de... sei lá quantos copos de birita, ele parou de se importar. Ela era diferente das meninas que ele conhecia e um pouco de coragem líquida para conversar com ela foi necessário sim, e daí?
E ela estava rindo.
Ele já disse como a risada da Mônica parecia música?
Talvez fosse melhor dar um tempo no álcool, o Eduardo colocou o copo no chão, perto da parede. Ele queria que ela risse com ele e não dele. A Mônica era uma menina superbacana e boa de papo, os dois estavam conversando há um tempão com uma facilidade que normalmente escapava ao Eduardo na presença de meninas que ele acabava de conhecer. Um pouco por causa do rum com Coca, não dava para negar, mas também tinha muito a ver com o jeito dela de o deixar à vontade e parecer interessada em tudo o que ele falava, ainda que fosse essa baboseira de desenho animado.
— Posso te fazer uma pergunta? — Ele se inclinou para a frente querendo sentir aquele cheirinho gostoso de fruta que flutuava em volta dela, não o bastante para lhe dar a ideia errada. Não que fosse a ideia errada, ou nesse caso, a certa, mas sua cabeça rodava confusa, misturando o que era certo e errado.
— Claro. — Ela levou o copo aos lábios e tomou um gole. Ela tinha evoluído de Cuba Libre para vodca pura com gelo.
— Por que você tá aqui perdendo tempo comigo? Eu não tô reclamando, de jeito nenhum, é só que você é a menina mais gata da festa e tá aqui comigo? — Ele secou uma gota de suor antes que ela escorresse pela testa.
— Em primeiro lugar, obrigada pelo elogio. — Ela abriu um sorriso lindo. Cara, tudo era lindo nela. — Em segundo lugar, eu adoro perder tempo quando ele é bem perdido e, por último, e se eu dissesse que eu também acho você o menino mais gato da festa?
Aí estava a prova que a mágica dessa noite era fruto da quantidade de bebida que eles consumiram. A festa melhorou consideravelmente depois que eles se sentaram naquele sofá, mas nem por um segundo o Eduardo se iludiu. Qualquer um que olhasse os dois, via que ele não tinha a menor chance com ela.
Ei, um papo maneiro com uma menina bonita e inteligente era muito mais do que ele esperou ao entrar na festa e se sentir mais deslocado que atacante quando era obrigado a ir jogar no gol.
— Eu ia dizer que tá na hora de você maneirar nessa vodca, porque sua vista tá embaralhada. — Ele se recostou no sofá.
— Não é vodca. — Ela lhe estendeu o copo.
— Não, obrigado. — Ele empurrou a mão dela para trás, com suavidade. — Chega de birita pra mim.
— É água. Toma um pouco, vai te ajudar a melhorar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Eduardo e Mônica
Fanfiction"Quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer que não existe razão? " - Renato Russo O ano é 1986. Eduardo e Mônica se conhecem e embarcam numa louca história de descobertas e amadurecimento. Uma mãozinha d...