Capítulo 4

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Kate on:

Cheguei ao orfanato 10 min depois de ter encontrado a mochila, a floresta era perto do orfanato o que facilitava o caminho de volta. Um dos motivos para existir tantas crianças aqui é por essa mesma razão, pela floresta ser perto do orfanato. As pessoas têm medo de se aproximar do orfanato não pelo o orfanato em si mas têm medo de onde ele se localiza.

Tiro a roupa e vou tomar banho e só saio quando tenho a certeza de que toda a terra saiu do meu cabelo. Visto umas leggings pretas e uma sweat também preta, calços as minhas pantufas e enrolo me nos cobertores da cama e fico a pensar em tudo o que aconteceu hoje e várias dúvidas vêm em mente...

Quem seria aquele rapaz? O que ele quer de mim? Porque me seguio? Por quê aquela voz na minha cabeça? 

Porquês e mais porquês... Perguntas e mais perguntas... As dúvidas apenas vão crescendo enquanto nenhuma resposta é obtida.

Uma dor forte atinge a minha coxa e lembro-me do arranhão, olho para ele e definitivamente ia precisar de levar pontos... Então respiro fundo e arranjo coragem e vou à procura de agulha e linha para eu mesmo o fazer.  

Quando encontro o que procurava volto para o quarto e pego na toalha para que não se ouvissem os meus gritos. Ponho a toalha na boca e passado uns minutos começo a coser o ferimento, cada vez que espetava a agulha na pele era um grito de dor.

Após alguns minutos agonizantes, finalmente tinha acabado de coser o ferimento, passei uma pomada para não infectar e enfaixei em seguida, com sorte o arranhão tinha sido num local da coxa pelo o qual podia ser escondida pela saia, por tanto não haveria perguntas, ótimo, não me apetecia responder a perguntas.

Deito-me na cama enquanto tentava arranjar uma boa desculpara para dar ás madres, pois eu não podia dizer lhes a verdade... 

Se lhes contar a verdade... Elas...Elas não vão... nunca mais deixar me em paz... Elas vão levar-me... Levar-me para...para aquela sala...Não eu...eu não posso contar...eu...elas...elas vão prender me lá e... não... eu não quero... eu não... elas...

Dou um pulo na cama quando escuto batidas na porta, estava tão pensativa que nem dei conta de que já havia pessoas no orfanato.

Com alguma dificuldade por causa do arranhão, levanto-me e quando abri a porta, tive um mini ataque cardíaco, era a madre cecília... E agora? O que eu faço? Que desculpa vou dar para estar aqui a esta hora? Mordo o lábia enquanto tento manter uma aparência relaxada enquanto ela me analisa e depois como se pudesse ver um ponto de interrogação a surgir em cima da sua cabeça ela fala...

-O que a menina faz aqui? Não devia estar na escola? Eu ouvi a porta da rua ser aberta hoje mais cedo, pensei que fosse a menina já que gosta de ir sozinha... Não era a menina?

-É... Era realmente eu, hoje de manhã eu estava em direção à escola mas... aconteceu um imprevisto e tive de voltar para o orfanato...

-Como assim menina? O que aconteceu?

E agora o que eu faço??! Não posso simplesmente dizer o que vi...Mas e se eu lhe contasse secalhar ela... NÃO!!! NÃO KATE, ESTÁ FORA DE QUESTÃO CONTAR O QUE REALMENTE ACONTECEU!!!! Tenho de pensar em algo rapidamente se não ela vai desconfiar... pensa kate... pensa kate...pensa ka... JÁ SEI!!!!

-kate?? Kate??! KATHERINE!

-han..?oi

-Estou a chamar te à mais de 5 min, o que aconteceu kate? Sabes que podes confiar em mim querida

Quem me dera que fosse verdade...

-Bom... eu ia a caminho da escola, mas então comecei a ouvir barulhos...a princípio não liguei mas então o barulho começou a ficar mais alto... decidi segui lo e ver o que se passava, então parei num arbusto e quando ia espreitar para ver que barulho era aquele...Saio de lá um monte de corvos... assustei me e rebolei monte abaixo e só parei quando cheguei à cascata... e como me tinha machucado não conseguia andar muito bem e tinha muitas dores, decidi voltar para o orfanato...

Assim que acabei de contar a história, a desconfiança que mostrava nos olhos foi loo substituída por preocupação assim que lhe mostrei o ferimento. Ela aproximou-se de mim e fez com que me deitasse na cama para examinar melhor o ferimento, assim que me deitei, ela aproximou a sua mão e passou devagar onde tinha acabado de coser.~

-Coseste o ferimento sozinha filha? Isso pode ser perigoso, porque não me chamaste e eu tinha te ajudado.

-Quando cheguei não havia ninguém n orfanato e como estava a deitar muito sangue decidi fazer eu mesma.

-Na próxima vez espera que eu chegue ao orfanato podias ter piorado o ferimento querida.

-Okay Madre Cecília.

-Vou buscar uma pomada para não infetar, não te levantes querida eu já volto.

Saiu do quarto sem esperar eu responder, e assim que saiu eu respirei aliviada por ela ter acreditado em mim, se bem que parte da história é verdadeira... eu realmente ouvi barulho enquanto ia para a escola e decidi segui lo quando ficou mais forte... e eu realmente magoei me porque me assustei... então não tinha o porque de me sentir mal... afinal nem tudo foi uma mentira...

Apenas... omiti algumas partes...Como por exemplo o rapaz que encontrei...Aquele rapaz... eu nunca o tinha visto por aqui, será que ele mora na floresta? Que disparate Kate as pessoas têm medo de lá entrar, mas havia algo de diferente nele...

Ele encontrou me com facilidade... demasiada facilidade... ok, tudo bem que ele não era normal mas mesmo assim, não era possível ele ter me encontrado se não conhecesse tão bem a floresta, ou pelo menos não demoraria tão pouco tempo a faze-lo, quer dizer, a floresta parece toda igual... qualquer pessoa que não conheça realmente o lugar perdesse com facilidade...o que me faz pensar que se ele realmente conhecia a floresta tão bem quanto eu penso e o que ele fazia ali ainda por cima aquela hora da manhã...

Desperto dos meus pensamento pela madre com a pomada na mão. Ela aproxima se de mim novamente e devagar coloca a sobre a minha ferida, assim que terminou estava quase a sair de perto de mim quando olhou para mim e ficou a encarar um ponto fixo por alguns segundos até que...

-Querida, o que é isso no teu pescoço? Também te aleijaste ai??

Fiquei sei reação por alguns segundos. Como assim o meu pescoço estava arranhado e eu não tinha notado...?

Paro logo de ter um dialogo comigo mesma e volto a dar atenção para a madre que agora olhava para mim à espera de uma resposta.

-Quando eu parei na cascata, havia lá um tronco e quando me apoiei nele, como estava sem força escorreguei e raspei num dos ramos que ele tinha, não é nada de grave.

-Está bem querida, agora fica em repouso, qualquer coisa é só chamar me.

Ela virou a caminhou em direção à porta, assim que saiu voltei a respirar, nem tinha notado que prendia a respiração.  Depois de alguns minutos, consegui acalmar me e fiquei ali deitada a encara o nada.

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A Filha da MagiaOnde histórias criam vida. Descubra agora