capítulo 2

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Um homem a mais ou menos 1 metro de distância, estava entre as árvores a olhar para mim. Era alto, olhos azuis quase brancos, um cabelo tão preto que parecia ter reflexos  azuis. Tinha um corpo que... Meu Deus, aquele corpo devia ser pecado...
Tinha vestido uma camisola de manga curta preta que ficava justo ao seu tronco definido, uma calças skinny e uns adidas. A sua pele era pálida e o seu rosto magro tinha algumas cicatrizes delicadas.
Ele está mais próximo de mim. Tinha um sorriso malicioso mas logo de seguida fica sério.
O sol aparecia entre as árvores, e... os olhos dele... Ele... AÍ meus deus... AÍ MEU DEUS!!!
ele repara na minha feição de medo, e quando se prepara para dar mais um passo, eu afasto me e começo a correr para dentro da floresta.
Não me preocupei se  me podia perder, eu conhecia esta floresta como a palma da minha mão então o caminho de volta seria fácil de encontrar.
Estou a chegar a um dos lagos, arrepiei me de frio, sabia que estava no norte da floresta pois lá fazia sempre mais frio de manhã. Continuei a correr mas estava a perder o folego, as minhas pernas tremiam e doíam. Eu sabia que a qualquer momento
não teria mais força para  correr, comecei a pensar nas minhas hipóteses... até que me lembrei que se seguisse o rio ía dar a uma casa na árvore velha.
Forcei as minhas pernas mais ainda para chegar lá, era sempre a descer então não era difícil. Olhei para trás para ver se  via aquele rapaz, e não o vi então encostei me a uma árvore pra descansar um pouco, estava a recuperar a respiração quando de repente alguém me agarra, não precisei de muito para saber que era ele, virei me e por uns segundos perdi me naqueles olhos azuis mas logo voltei a tona assim que os olhos dele mudaram outra vez.
Fiquei desesperada, tentava soltar me mas nada fazia efeito... até que me lembrei de uma coisa que a professora de ciências tinha nos dito "os rapazes são mais vulneráveis quando feridos no seu órgão sexual" aquilo soou com tanta força na minha cabeça que foi automático , dei lhe uma joelhada com toda a força que conseguia.
Caiu no chao a gemer de dor, aproveitei e dei-lhe um pontapé no mesmo lugar só para ter tempo suficiente para fugir.
Assim que tive a certeza de que ele não iria sair dali por um bom tempo, comecei a correr.
A casa estava perto, basta que as minhas pernas não falhem.  rezei interiormente para que elas não cedessem agora, mas não valeu de muito pois logo a seguir cai no chão. Assustada que ele conseguisse levantar e vir atrás de mim, senti uma coisa estranha não sei de onde mas deu me forças e comecei a correr novamente.
Cheguei à árvore, subi as escadas o mais rápido que pude, quando já estava na casa puxei a escada para cima e relaxei todos os músculos, que até agora estavam doloridos por causa do esforço. Aconcheguei me dentro da casa, fechei tudo apenas deixando uma janela aberta para entrar luz. Quando me sentei num canto, comecei a pensar em tudo o que aconteceu até agora.

  Oiço um barulho no lado de fora. Pensando que era ele encolhi me mais ainda no meu canto agarrada as minhas pernas pedia para que ele não me tivesse encontrado...
Fico ali encolhida durante algum tempo e depois de ter a certeza que de que não ouvia mais nada,  levantei me devagar e abri uma das janelas, olhei lá para fora, não havia nada fora do comum.
Pouco a pouco comecei abrir as janelas e olhando em volta para ver se existia algum sinal que me dissesse que ele ainda estava ali.
Nada, não havia nada embora eu ter uma vozinha na minha cabeça sempre a dizer " Não saías... Ele ainda está aqui...".
Mas a Ignorando completamente e desço devagar a escada, caso aquela voz estivesse certa eu teria tempo de puxar tudo para cima de maneira rápida, quando a escada já se encontrava no chao,
hesitando fui descendo a escada, cada barulho por mais mínimo que fosse era um mini ataque cardíaco temporário,  assim que pus os pés no chão,  comecei a correr o mais rápido que podia sem olhar para trás,  quando estava no cimo do lago parei e lembrei me da minha mochila e do meu telemóvel, fui andando o resto do caminho para ver se os encontrava.
Estava quase desistindo, quando vejo uma coisa a brilhar no chao e quando cheguei, era o meu telemóvel com o ecrã todo partido, não dei muita importância, não era  como se lhe desse muito uso, apenas utilizava o para falar com lilith, ver as horas e para quando as Madres me pediam para ir ao supermercado depois da escola.
Continuei a andar e mais a frente estava a minha mochila cheia de terra, mas como era azul escura não se notava.
Limpei a mochila e olhei para o meu estado, estava cheia de terra e tinha alguns arranhões. Comecei a sentir uma dor na minha coxa direita, olhei e tinha um grande arranhão, sangrava muito, ignorei a dor e olhei para o meu telemóvel todo partido,  ainda dava para ver as horas, já eram 9:30 tinha pedido a 1a hora, ainda dava tempo de ir a escola, porém com o que tinha acabado de acontecer, apenas virei me e caminhei na direção do orfanato.

A Filha da MagiaOnde histórias criam vida. Descubra agora