Uber Chico?

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Ela conheceu o Vitor numa corrida do aplicativo.

Trocaram WhatsApp.

Como não tinha porra nenhuma pra fazer naquela semana que foi passar no interior, ficou grudada no celular pra se distrair, quase doze horas de dedo no touch screen. E ele dando uma superatenção. Como toda boa leonina que se preze, ela gostou.

Parecia um fofo, trocaram Facebook, Instagram, etc... Ele tinha um basset lindo, cursava mestrado, o pacote do gente boa, e o melhor, parecia uma pessoa de verdade, com uma vida de verdade.

Porque essa sempre foi uma preocupação dela ao sair com desconhecidos, tentar descobrir se o dito cujo não era um psicopata antes de ir ao seu encontro.

Marcaram de sair no sábado, quando ela voltaria para o Rio de Janeiro, mas aí, ele veio, o chico. Ela menstruou. Ok, não precisavam transar, e talvez, até o final de semana, estaria praticamente no fim.

No dia combinado, ela bebeu um pouco com as amigas. Ok. Mais que um pouco. Um tanto. Um tantinho, um tantão, foda-se!

Enviou um whats para ele, que pareceu assustado e se prontificou a buscá-la ao saber que estava bêbada.

Homens... Oh, que horror, mulheres que bebem!

Ele chegou. Ela desceu e já o cumprimentou com um beijo. Ele correspondeu e ela achou o beijo ótimo.

Vitor seguiu dirigindo e ela não perguntou aonde iam.

Imaginou que iriam a um barzinho, pub... Na verdade, não refletiu muito, estava meio bêbada e ele continuava parecendo legal. E o melhor, não demonstrava ser um daqueles homens com medo de mulher.

Enquanto dirigia, acariciou a perna dela algumas vezes. Nos sinais vermelhos, ele a beijou com vontade. Com direito a mordiscada atrás da orelha.

O cenário era promissor. Ela ficou animada.

Foi difícil admitir para si mesma, mas era verdade. Esbarrar com homens capazes de conversar e ainda com pegada nos dias de hoje? Ela chamava isso de raridade.

Alguns semáforos e algumas conversas boas depois, ela reconheceu aonde estavam e perguntou para se certificar:

- É isso que estou pensando?

Ele a encarou com um sorriso de Monalisa.

- É, motel, tem problema?

Vitor parou o carro embicado na garagem e manteve o motor ligado enquanto esperava a resposta.

- Problema, não. Mas se você tivesse avisado antes, eu teria explicado a situação.

- Qual?

- Eu tô menstru...

Ele sequer esperou o final.

Vitor engatou a ré na porta do motel.

Ela murmurou o restante da frase, mais para si mesma:

- ... está no finzinho, finzinho.

No caminho de volta, o assunto morreu. Incrédula, ela apenas repetia o fato na cabeça.

Ele deu ré.

Na porta.

Do.

Motel.

Ela ainda perguntou se ele tinha problemas com isso e esclareceu que ela própria não tinha, ele negou, mas pisou firme no acelerador para bem longe do chico, e pediu o endereço dela.

Por alguma razão alcóolica desconhecida, depois dessa, ela ainda ficou de agarração com o dito cujo na porta de casa, dentro do carro. E ali, a coisa esquentou mesmo, tanto, que ao colocar a mão dentro das calças dele, Vitor interrompeu:

- Há quanto tempo você não transa? – Ele perguntou como se o fato de ela estar excitada fosse um problema.

Ela olhou para o marcha à ré:

- Quer saber? Pra mim, já deu.

E saiu do carro batendo a porta.

Vitor abriu a janela:

- Você é bipolar?

- Eu? Quem foi que avançou no sinal e depois pisou fundo pra trás?

Entrou em casa desejando ter a opção de classificá-lo como pior corrida da vida.

Por Carine Raposo
Baseado em fatos reais

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Espero que tenham gostado meus amores, segunda-feira tem mais! \o/
Beijocasss e bom final de semana!

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