13. Sinto Muito.

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Justin Bieber.

Northwestern Memorial Hospital, Chicago - Illinois.

05:47 p.m, 20/08/2015.

Tento me manter calmo, mas parece ser impossível dadas as circunstâncias. Sentado na poltrona dali, mantenho minhas mãos em meu peitos, que dói absurdamente. Martin larga a prancheta sob algum móvel e vem me socorrer. Ele olha meus olhos, usa o estetoscópio, faz algumas perguntas. Eu não respondi nenhuma delas, estava amedrontado demais para dizer alguma coisa. Silabo um "me ajude" e ele nega sorrateiramente.

— Seus lábios estão roxos. - diz.

Minha vista começa a ficar turva, mas eu consigo vê-lo correr, apertar no botão de alarme e escutá-lo pedindo uma maca. Na verdade, ele tinha gritado o suficiente para que todos do corredor ouvissem.

Meus olhos queimam, e eu sinto falta de oxigênio em meus pulmões, mas tenho medo de respirar, pois a dor realmente estava insuportável. Eu estava lutando internamente com meus pensamentos positivos e negativos, mas agora, eu só precisava de socorro.

A movimentação do quarto aumenta, uma maca entra, e sinto braços ao meu redor. Dois enfermeiros me ajudam a levantar, e eu tento usar a força das minhas pernas para conseguir chegar lá.

— Máscara de oxigênio. - ouço Martin e vejo um dos homens completamente atrapalhado. - Coloque a merda da máscara!

Sinto o objeto em minha boca, mas isso não significa que tenha melhorado alguma coisa, na verdade estava a mesma porra. A mesma dor, na mesma intensidade. A maca é empurrada e vejo-os pedindo espaço para as pessoas do corredor, eu olho para o teto, vendo as lâmpadas fluorescentes passarem rapidamente por mim. Pisco devagar, minha visão está escurecendo, desfocando, e eu não sei o que diabos está acontecendo.

— Você não pode dormir, Justin. Não durma.

Eu quero obedecê-lo, mas não é tão fácil assim! Não sei o que vai acontecer se eu adormecer, mas é bem provável que eu não sinta dor, então temos alguma vantagem.

— Onde está Aurora? - balbucino respirando pesado.

— O que disse?

— Aurora. Onde está?

As portas do elevador se abrem. Eu nem tinha notado que nós estávamos aqui.

— Você quer que eu mande chamá-la? - questiona e eu assinto sem dizer mais nada.

As pessoas conversam por onde passo, mas eu não dava a mínima. Não consigo mais. Definitivamente, não. Então, eu fechei meus olhos e dormi. Ou talvez eu tenha desmaiado.

❖❖❖

Ouço baixo a voz de alguém. Na verdade, duas vozes. Uma feminina e uma masculina. Respiro fundo e agradeço mentalmente por não sentir dor. Abro meus olhos lentamente e noto que uma médica bravinha está falando com um enfermeiro. Seus cabelos escuros batem no ombro, e suas mãos gesticulam no ar. Sinto a movimentação de alguém ao meu lado, e segundo depois um "ele acordou". Aurora vira para mim e me olha atenta.

— Como se sente, Justin? - a pessoa que estava ao meu lado pergunta. Era Martin.

— Hm... Bem melhor.

O enfermeiro sai e Aurora olha a prancheta em suas mãos.

— Bieber, Bieber...

— Aurora, Aurora...

Ela semicerra seus olhos e se aproxima de mim.

— Você vai refazer os exames. - diz. - E eu vou acompanhar, afinal, voltei a ser sua médica.

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