36. Nós estamos em uma posição perigosa.

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Aurora Grace.

Chicago, Illinois.

12:21 p.m, 18/10/2015.

Eu termino de vestir a blusa na Celeste, quando Justin bate na porta do quarto mais uma vez. Digo que ele pode entrar, e então ele carrega minha amiga no colo e a coloca na cadeira de rodas no andar de baixo. Eu estou chateada com ele mais uma vez, e é porque Justin anda mentindo para mim. É claro que ele nega, mas eu sei que nada do que ele disse é verdade.

— Quer almoçar agora? - pergunto para ela, que assente. Celeste tinha acordado faz pouco menos de meia hora.

Depois de um mês, ela começaria a usar muletas, e só depois uma bota ortopédica. Não sei como ela vai aguentar ficar tanto tempo sem trabalhar, porque Celeste adora ficar no hospital.

Sinto a presença de Justin atrás de mim enquanto preparo o almoço da minha amiga. Suspiro baixo quando ele coloca suas duas mãos na minha cintura, e prendo a respiração por alguns segundos quando nossos corpos estão finalmente colados.

— Odeio quando você fica irritada comigo.

— Eu tenho razão dessa vez, não tenho? - digo no mesmo tom mexendo na panela.

— Não, você não tem. Eu já disse onde estava ontem e hoje de manhã.

— Quando eu liguei pra lá, me disseram que você não estava em casa. - bufo e Justin apoia o queixo no meu ombro.

— Eu fui fazer um caminhada, já disse. Assim como hoje de manhã. Nós podemos ficar juntos agora, não era o que você queria ontem?

Ele aperta com um pouco mais de força a minha pele, e eu resmungo remexendo o quadril, tentando me afastar para pegar um prato. Celeste iria comer um delicioso espaguete à bolonhesa.

— Eu gostaria mesmo de acreditar que você está falando a verdade, mas tudo me cheira a mentira.

— E o que diabos você quer eu faça?

Viro-me para ele, e encaro suas órbitas carameladas.

— Me diga a verdade. Não custa nada me dizer onde você estava. - eu não me importava mesmo em saber onde ele tinha ido, eu só queria que Justin fosse honesto, porque eu sabia que ele tinha mentido. - Então me prometa que você está falando a verdade, olhando nos meus olhos.

— Eu não menti, tá legal? - esbraveja baixo desviando o olhar.

— Justin...?

— Eu prometo. Estou falando a verdade. Não menti para você. - diz dessa vez me encarando.

Assinto e me viro para a panela, despejando o espaguete no prato. Eu ainda estava desconfiada, mas se Justin prometeu, então estava falando a verdade, certo? Certo.

Nós ficamos conversando na sala enquanto Celeste comia, e do nada, Justin sugere que eu e ele fôssemos para Paris. Hoje.

— Você é louco. - rio baixo e ele me olha com um sorriso de lado e uma sobrancelha arqueada. - Celeste. Ela precisa de mim.

— Não preciso não. - diz ao meu lado. - Meu querido amigo Martin pode me ajudar. Não é, Martin? - questiona em um tom ameaçador.

— Ah, claro.

— Ele vai te dar banho, então? - debocho.

— Cale a boca e vá arrumar sua mala. Pare de usar meu acidente como empecilho para viajar com Justin. - revira os olhos. - Prefiro vocês transando em Paris do que em um quarto ao lado do meu.

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